Em Força Maior, o casal Tomas e Ebba, com os dois filhos pequenos, estão nos Alpes, felizes da vida, esquiando, tirando fotos, sorrindo, como qualquer família, em plena alegria, desfrutando de tudo o que os Alpes possam proporcionar. A família está em um restaurante e, de repente, uma avalanche vem com muita força, parecendo que vai soterrar a todos, ouve-se desespero e num rompante, Tomas sai correndo deixando a família para trás.
E na hora do desespero, como devemos nos portar? E se a gente vacilar? Como voltar? Numa família, qual é papel do pai? E o da mãe? Será que existe o que é certo ou errado? Somos perfeitos? E o que é perfeição? E o instinto de sobrevivência? São muitas as perguntas que o filme Força Maior nos apresenta e, talvez, nunca se encontre a resposta definitiva.
A partir desse fato, o relacionamento do casal começa a degringolar, dia após dia, vai se ficando a agonia, a estranheza, a dor, como se a avalanche tivesse devastado qualquer tipo de bom sentimento que ligava o casal. Com o desapontamento de Ebba e a culpa de Tomas, de um jeito fino da narrativa, ficamos presos aos sentimentos envolvidos, mas não querendo tomar partido nem de um nem do outro. A fotografia do filme é um caso à parte, pois o branco da neve de sua paisagem é deslumbrantemente linda e ao mesmo tempo nos sentimos sufocados (do bem) por aquela claridão da neve contrastando com o azul do céu. A trilha sonora, Vivaldi, é tocada repetidamente causando certo desconforto propositadamente, ficando até um ar de “tudo está estranho mesmo”.
Com uma fotografia esplêndida, interpretações corretas, um roteiro simples e com um único questionamento pessoal, Força Maior é um filme que vai desmoronando, quebrando sentimentos, literalmente, de um ato que não se pode voltar atrás, se tornando uma das boas surpresas do ano.
Minha Nota: 7,5/10
Por Vavá Pereira
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