Em entrevista ao THR, Spike Lee falou sobre a importância política de seu mais novo filme, Infiltrado na Klan, especialmente durante o governo de Donald Trump.
Durante a entrevista, o diretor revelou por que optou por incluir filmagens da manifestação em Charlottesville no ano passado, quando supremacistas brancos e neo-nazistas se juntaram para protestar contra a remoção de monumentos confederados no Sul dos EUA.
“Aconteceu antes de começarmos a filmar”, disse Lee sobre a manifestação, que resultou na morte de Heather Heyer. “Eu estava em Martha’s Vineyard, assistindo a CNN e vi um ato de terrorismo americano”.
Dias depois, Trump afirmou que “há culpa dos dois lados” e que “de um lado tinha um grupo que é mal. E do outro lado, um grupo que também é muito violento. Ninguém quer dizer isso. Eu direi isso agora mesmo”.
Lee optou por usar trechos de Trump fazendo essas controversas declarações porque “ele disse essas coisas. E as pessoas precisam se lembrar que o atual presidente dos Estados Unidos diz coisas como essa”.
Topher Grace, que interpreta o líder da KKK, David Duke, em Infiltrado na Klan, concordou com a decisão de Spike Lee em incluir tais trechos.
“O filme começa com uma cena da Guerra Civil e termina com Charlottesville. Existe apenas um cineasta que consegue fazer isso”, disse o ator ao THR, que traçou assustadores paralelos entre David Duke e Trump.
“Grande parte de minha pesquisa para interpretar Duke envolvia assistir antigas entrevistas. Quando o assisti no Phil Donahue Show, ele continuava usando as falas, ‘primeiro a América’ e ‘Torne a América Grande Novamente’. Os paralelos são insanos”.
Infiltrado na Klan estreia no dia 22 de novembro de 2018.