2018 foi mais um ano exemplar para a televisão, que segue produzindo obras de uma qualidade impressionante, sendo um alento notar que foram muito mais acertos do que erros nas séries de TV do ano.
Aqui, reunimos as nossas escolhas para as melhores e piores séries do ano, separadas por ordem alfabética.
Confira:
AS MELHORES
Atlanta
Em sua segunda temporada na FX, a série de Donald Glover foi ainda mais fundo em seus conceitos de surrealismo e experimentos estéticos, alcançando um resultado tão bom quanto seu ano debutante. Há diversas situações e personagens memoráveis, com destaque para o excepcional episódio Teddy Perkins, onde Glover faz a mistura perfeita entre humor e terror racial. Mais um triunfo.
Barry
Certamente a melhor estreia da HBO em 2019, Barry beneficia-se da premissa deliciosa onde o matador de Bill Hader precisa infiltrar-se em uma escola de atuação em Los Angeles para cumprir seu mais novo serviço. Tanto em direção quanto em roteiro, Barry é uma tremenda surpresa, e leva o talento de Hader para um novo e empolgante nível.
Better Call Saul
A cada novo episódio e temporada, Better Call Saul vai aproximando-se do apuro estético e narrativo de sua série original, Breaking Bad. Na quarta temporada das aventuras de Jimmy McGill, tivemos a caminhada cada vez mais devastadora do personagem para tornar-se o advogado Saul Goodman, com grande destaque para sua relação com Kim Wexler e as subtramas envolvendo o cartel mexicano e a ascensão de Gus Fring. Ainda é a série com maior cuidado plástico da TV, sem sombra de dúvida.
Demolidor
Infelizmente, Demolidor acabou cancelada em sua terceira temporada, mas é com alívio que podemos confirmar que foi uma despedida digna. Em um ano bem mais dramático e sombrio, o Demônio de Hell’s Kitchen enfrentou seus próprios espíritos e questionamentos, antes de ter um desafio físico à altura com o tenebroso Poindexter, que se revelou um antagonista tão bem definido quanto o próprio Rei do Crime.
A Maldição da Residência Hill
A cada ano que passa, o terror vai ganhando novas ferramentas e vai sendo elevado a um status mais digno, e A Maldição da Residência da Hill certamente é – ao lado de Hereditário, no cinema – o maior representante do terror de grife deste ano. Nas mãos do cada vez mais talentoso Mike Flanagan, a série original da Netflix é uma obra-prima em termos narrativos, alternando entre o passado e o presente para investigar o impacto de um terror profundamente psicológico; e com uma direção impressionante.
The Marvelous Mrs. Maisel
Depois de fazer a limpa na cerimônia dos Emmy deste ano, tudo indica que The Marvelous Mrs. Maisel vai reprisar sua vitória no próximo ano, visto que a segunda temporada da série de comédia da Amazon mantém-se no altíssimo nível da original. Os diálogos e a direção de Amy Sherman Palladino são fora de série, representando uma sofisticação e elegância que a comédia televisiva raramente encontra, e que permanece afiado. Rachel Brosnahan segue maravilhosa no papel titular, assim como todo o elenco, que na segunda temporada ainda conta com um inspirado Zachary Levi.
O Mundo Sombrio de Sabrina
Uma tremenda surpresa. Nas mãos da Netflix, o reboot sombrio e gótico de O Mundo Sombrio de Sabrina tornou-se uma série divertidíssima e que sabe como poucas dosar terror com humor e aproveitar as referências do gênero certa, de forma mais discreta e criativa do que Stranger Things, por exemplo. Agindo como um Harry Potter mais sinistro e… satânico, a série se beneficia de um universo rico, uma direção marcante e uma performance central absolutamente carismática de Kiernan Shipka, que só nos faz desejar que as novas aventuras cheguem logo ao streaming.
Segurança em Jogo
O representante da TV britânica de qualidade do ano ficou como Segurança em Jogo, série que não revoluciona o gênero ou traz algo inovador, mas o faz com profunda maestria. Com um excelente Richard Madden no papel principal, a produção da BBC é conta uma boa trama policial de forma cativante e envolvente, sendo um bom exemplar da narrativa policial na era moderna.
AS PIORES
13 Reasons Why
A mera ideia de se ter uma continuação para os eventos da controversa 13 Reasons Why já era arriscada, mas quando vimos que a personagem de Hannah Baker reaparecia como uma “fantasma”, já dava pra ter noção do tamanho do erro da Netflix. É uma trama inchada e repleta de subtramas e narrativas desinteressantes, e que ainda devem permanecer futuramente com mais uma temporada confimada.
House of Cards
Após o escândalo envolvendo as denúncias contra Kevin Spacey, a Netflix se viu na missão de continuar – e finalizar – House of Cards sem o ator principal. A ideia de desviar o foco para Robin Wright funciona no papel, mas a execução foi dolorosamente abaixo da média e que jamais alcançou o nível de suas antecessoras, carecendo de uma boa história.
Insatiable
Universalmente detestada pela crítica, a Netflix viu seu primeiro grande fracasso temático com Insatiable. A série foi massacrada pelo humor politicamente incorreto e o incentivo ao mau comportamento, mas como não existe mal publicidade, a segunda temporada já foi confirmada para retornar ao streaming.
Life Sentence
Nova série da CW, Life Sentence trouxe Lucy Hale como uma mulher que precisa lidar com as consequências de retomar sua rotina abandonada após pensar que iria morrer. Uma boa premissa, mas que rendeu um péssimo roteiro e uma demasiada insistência no melodrama – até demais para a CW. Sem chocar ninguém, a série foi cancelada após uma única temporada.
Westworld
A primeira temporada de Westworld é brilhante, uma das melhores estreias da HBO em anos. Infelizmente, Jonathan Nolan e Lisa Joy ousaram ser ambiciosos demais com seu segundo ano, apostando em uma narrativa desnecessariamente confusa e que parece dedicada a embaralhar narrativas e linhas temporais puramente pelo fator surpresa, sempre almejando estar à frente do espectador. Há coisas boas aqui e ali, mas é uma grande decepção.