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The Vampire Diaries refaz Um Dia de Cão para contar inferno de Damon

“Hell Is Other People”, o primeiro episódio do ano de The Vampire Diaries, é um feito: consegue pegar a premissa completamente batida do filme Um dia de Cão (um dia sendo repetido várias vezes), recentemente refeita em No Limite do Amanhã, fazer funcionar maravilhosamente dentro dos confins do estilo de narrativa da série, e no final subestimar a inteligência do espectador ao nos contar o porquê dessa anomalia temporal estar acontecendo. É um episódio frustrante, mas mesmo assim é um dos mais interessantes da atual temporada de The Vampire Diaries.

O truque do episódio é esconder sua premissa mais básica (o fato de que o maior arrependimento de Damon é a forma como ele tratou sua mãe no passado) bem fundo na narrativa, de forma que “Hell is Other People” nos envolve e nos fisga o bastante antes de chegar lá. Damon está preso na pedra-fênix, o seu inferno particular é um dia seu como soldado na Guerra Civil americana, em que uma missão para recuperar alguns soldados sequestrados resulta na morte tanto dos próprios soldados quanto das mulheres que estavam protegendo-os. Quando Damon acorda e percebe que está revivendo o mesmo dia, ele tenta desesperadamente, a cada vez, impedir com que o sangue desses inocentes seja derramado.

É claro que seus esforços são em vão, e Damon logo descobre que, para sair de verdade do seu inferno particular, ele tem que na verdade enfrentar seu medo e seu arrependimento mais profundo e sombrio – no caso, The Vampire Diaries quer postular que o maior medo e arrependimento de Damon é a sua relação com a sua mãe, e especificamente a forma como ele deixou as coisas com ela logo antes de sua morte. O problema é que, em todas as suas participações na série, Lily só se mostrou uma péssima mãe, infligindo coisas terríveis à Damon de tal forma que, logo antes de morrer, a recusa do filho de lhe dar paz e perdão fazia todo o sentido lógico.

Isso é uma pena, visto que o episódio é mais interessante do que deveria ser, nessa altura no campeonato. Episódios passados em realidades alternativas são complicados, porque o público já sabe que eles não são reais, e que as consequências que eles podem ter na narrativa maior da série são limitadas – “Hell is Other People”, mesmo assim, é bastante divertido, principalmente quando as mulheres que Damon tem que enganar para prevenir a morte dos soldados continuam alguns passos a frente dele, não importa o que ele faça. Na verdade, se você comprar a ideia de que Damon tem muitos sentimentos reprimidos sobre sua mãe, o clímax do episódio provavelmente funciona muito bem.

E introduzir a noção de que Damon guarda esses sentimentos também nos leva à cena final do episódio, que funciona espetacularmente bem. Quando Damon acorda em um estado de fúria e, incerto de estar ou não em um pesadelo, e acaba matando todos os seus amigos, The Vampire Diaries nos aplica um golpe: será que a chocante imagem final é real, ou só parte do pesadelo? De uma forma ou de outra, ela representa uma forma ótima de começar o ano para The Vampire Diaries – mesmo que a série tropece para chegar até lá.

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