Um pai (Viggo Mortensen, de O Senhor dos Anéis e Um Método Perigoso) e sua filha (Viilbjørk Malling Agger, em seu primeiro filme), dinamarqueses, estão em terras sul-americanas, por volta da metade do século 19. Acamparam próximo ao litoral, em local indefinido. A menina, de apenas 15 anos, enamora-se pelo soldado raso, um dos militares que acompanha a si e a seu pai. Fogem. Em meio a boatos e rumores sobre a deserção de um famoso militar – Zuluaga – ocorre à procura deste pai por sua filha.
Assim como a própria história, o filme Jauja, do diretor Lisandro Alonso, é baseado em rumores, boatos e, principalmente, indícios. Pouco é dito sobre os personagens ali apresentados. O que pode ser apreendido sobre eles é pelas imagens. Tanto que é um filme muito marcado pelas lindas imagens que o diretor de fotografia, o finlandês Timo Salminem, escolheu. Quase toda cena é praticamente um quadro pintado por algum viajante europeu como os do Jean-Baptiste Debret ou Nicolas-Antoine Taunay.
O dinamarquês acaba sendo atraído cada vez mais para dentro desta belíssima, porém inóspita região. O formato da imagem escolhido – 4:3 – utilizado pelas antigas televisões de tubo – dá a entender que a ideia era passar a impressão de ser um daqueles antigos filmes de western. Porém a procura neste filme não é pelos índios. Mas estes, inclusive, estão presentes, como um dos percalços pelos quais passa o personagem do pai à procura da filha.
Porém, o ritmo do filme – até, provavelmente, para melhor apreciação dos cenários – não é dos mais intensos. Muito pelo contrário. O que pode fazer o que muito espectador não goste desta coprodução entre Argentina, Dinamarca, França, México, Estados Unidos, Alemanha, Brasil e Holanda. Mas, mais do que o ritmo, o final dele pode fazer com que muita gente saia da sessão mais perdido que o próprio personagem do Viggo Mortensen, que foi o compositor das duas únicas músicas utilizadas na obra.