2019 foi um ano de encerramentos. Dois dos mais esperados eram, claro, Vingadores: Ultimato e Star Wars: A Ascensão Skywalker, ambos lançados pela Disney.
O primeiro encerra a Saga do Infinito na Marvel Studios, enquanto o segundo é a conclusão da Saga Skywalker de 9 filmes. Mas qual foi o melhor final?
Confira abaixo.
Desfecho de arcos – Vingadores: Ultimato
Mesmo com trocentos personagens, Ultimato foi bem sucedido em oferecer fechamentos honráveis. Especialmente o Homem de Ferro e Capitão América, ao passo em que ainda é capaz de deixar bons fios para serem seguidos no futuro. Star Wars chegou no lugar certo, por um caminho torto, com Kylo Ren, mas desperdiçou completamente Rey, Finn e Poe Dameron – sem falar na polêmica de Rey ser neta de… Palpatine.
Roteiro – Vingadores: Ultimato
A Marvel não é perfeita, mas conseguiu o impossível na história de Ultimato. É uma trama de busca objetos simples, ainda que envolva viagem no tempo por múltiplos filmes, e que consegue ser direta e multifacetada. A Ascensão Skywalker tenta fazer a busca por objetos de forma apressada e inchada nos primeiros 30 minutos, e todo o restante da história parece uma mistura de outros 5 tipos de história.
Cinematografia – Star Wars: A Ascensão Skywalker
Uma coisa é quase unanimidade na maioria dos filmes do MCU: não são muito brilhantes no ponto de vista da técnica cinematográfica. Os irmãos Russo são exemplos perfeito disso, com sua paleta de cores sempre cinzenta, pouco vibrante e os movimentos de câmera básicos. Nada disso acontece com Star Wars, ainda mais pelo purismo de J.J. Abrams em rodar A Ascensão Skywalker em 35mm, oferecendo um longa visualmente espetacular.
Batalha final – Vingadores: Ultimato
Uma vitória fácil para a Marvel. Por mais que os irmãos Russo não sejam grandes visionários, o embate entre literalmente todos os heróis dos Vingadores (com direito a Capitão América empunhando Mjolnir) contra o vilão Thanos é bem mais empolgante e melhor resolvido do que o de A Ascensão Skywalker. Seja a frota rebelde enfrentando a Ordem Final (que ainda tenta copiar o impacto da cena dos portais de Ultimato) ou o monótono embate entre Rey e Palpatine.
Música épica – Star Wars: A Ascensão Skywalker
Aqui temos dois pesos pesados do ramo das trilhas sonoras. Alan Silvestri em seu segundo filme dos Vingadores e John Williams retornando pela nona vez à saga de George Lucas. Por mais que o tema dos Maiores Heróis da Terra seja absolutamente contagiante, o Episódio IX traz de volta algumas das melhores peças musicais já compostas para cinema. Ponto para A Ascensão Skywalker.
Honrando legado – Vingadores: Ultimato
J.J. Abrams tinha grandes sapatos para preencher com A Ascensão Skywalker, já que o Episódio IX não era apenas o encerramento de uma trilogia, mas de uma série de 9 filmes. Abrams se apega demais ao passado e acaba até mesmo deturpando-o; vide o retorno atrapalhado do Imperador Palpatine. Mesmo que o MCU tenha apenas 11 anos, o que Ultimato faz com a homenagem a todos os 23 filmes (e o gigantesco elenco) que vieram antes, é bem mais satisfatório.
Mortes – Vingadores: Ultimato
Final de saga sempre significa que algumas mortes devem acontecer. O filme da Marvel foi ousado ao matar dois grandes heróis: Homem de Ferro e Viúva Negra, de forma heroica e icônica. A Ascensão Skywalker só mata mesmo Kylo Ren, mas faz pior: usa o truque de matar e ressuscitar personagens constantemente, uma das maiores covardias de roteiro possível.
Vilões – Empate
Thanos é uma das melhores criações do MCU, mas só quando nos referimos à versão do personagem de Guerra Infinita. Aquela de Ultimato é bem mais maniqueísta e desinteressante, o que daria vantagem para Star Wars. E por mais que A Ascensão Skywalker tenha o sempre estimulante Kylo Ren de Adam Driver, o roteiro não o aproveita bem – e ainda comete o erro de trazer o Palpatine de Ian McDiarmid para um plano sem sentido e fútil. Ninguém ganha.