Frozen 2 apresenta o povo Northuldra, uma tribo indígena com uma profunda conexão com o passado de Anna (Kristen Bell) e Elsa (Idina Menzel). A sequência de Frozen, recorde de bilheteria, apresenta a Floresta Encantada ao norte do reino de Arendelle, que está sendo ameaçado de catástrofe.

Elsa e Anna embarcam em uma jornada sombria junto com Olaf, o boneco de neve (Josh Gad), Kristoff (Jonathan Groff) e a rena Sven, na floresta, onde encontram os nativos de Northuldra que foram isolados de Arendelle por uma barreira perpétua de névoa mágica.

A história do conflito entre os Northuldra e Arendelle faz da tribo uma parte essencial da história. Depois de enfrentar os quatro espíritos elementares da floresta, Anna e Elsa descobrem que sua mãe, a rainha Iduna (Evan Rachel Wood), era uma Northuldra que salvou seu pai, Agnarr (Alfred Molina), quando eles eram jovens, e que seu avô Runeard (Jeremy Sisto) iniciou o conflito quando construiu uma barragem para limitar os recursos da tribo.

Elsa está disposta a fazer o que é preciso para acertar as coisas, e se sacrifica para restaurar a harmonia dos Northuldra.

A tribo Northuldra é inspirada pelos nativos Sámi da vida real do norte da Europa, particularmente da Noruega, na qual o cenário fictício de Frozen se baseia. Embora a franquia já tenha tocado na cultura Northuldra antes, com a música de Vuelie, de Frozen, os produtores colaboraram desta vez com representantes reais de Sámi para criar um retrato preciso de sua cultura e um paralelo respeitoso à sua história.

Povo da vida real

Os Sámi têm uma história difícil de segregação, discriminação e abuso em suas terras. O exemplo mais notório dessa injustiça é a construção de uma usina hidrelétrica contra a vontade deles, a qual é referenciada pelo papel da barragem em Frozen 2.

A inclusão desse assunto consegue enriquecer a tradição da franquia e, ao mesmo tempo, iluminar uma questão indígena legítima do mundo real. Os filmes de animação da Disney geralmente apresentam temas bem definidos, variando de amor predestinado a autodescoberta.

Em geral, o público de hoje é mais aberto a temas como a narrativa pós-colonial de Frozen 2, que, entre outras coisas, incentiva os espectadores a lutar pelos direitos daqueles que foram explorados. Embora o assunto possa parecer difícil de abordar em um filme infantil, Frozen 2 consegue fazê-lo de maneira sensível e significativa.

Apesar do sucesso nas bilheterias, Frozen 2 recebeu críticas mistas; no entanto, um dos aspectos positivos do filme é como leva seus personagens a uma exploração mais profunda de seu mundo exterior e interior, refletido na representação fictícia de uma cultura indígena da vida real. Embora esteja em debate se Frozen 2 é melhor do que Frozen, adições como o povo Northuldra são um grande catalisador para a evolução.