Críticas

Crítica | Casamento de Verdade

A atriz Katherine Heigl é conhecida pelos papéis de mocinha em comédias românticas nas quais a sua personagem faz e acontece. Seguindo essa tendência, Katherine resolveu interpretar mais uma personagem nesse estilo, porém com uma importante diferença. Em Casamento de Verdade, ela quis mostrar a importância do ser verdadeira: consigo mesma, com a família e com as pessoas ao seu redor.

Katherine interpreta Jenny, a filha mais velha do casal Eddie (Tom Wilkinson, de Selma) e Rose (Linda Emond, de Oldboy: Dias de Vingança). Eles têm mais dois filhos: Anne (Grace Gummer, da série Mr. Robot) e Michael (Matthew Metzger, em seu primeiro longa). Todos vivem na cidade de Cleveland, no estado de Ohio. Os irmãos já são casados. Está faltando apenas Jenny se casar. Porém, parece que ela não consegue achar o homem certo.

O que a família de Jenny não sabe é que ela já achou a pessoa certa: Kitty (Alexis Bledel, da série Gilmore Girls). A família acha que elas só dividem o apartamento, mas Kitty é a namorada de Jenny. Inclusive, elas estão noivas. A questão é como Jenny contará que é lésbica e que irá se casar com Kitty e que gostaria de ter tudo o que os irmãos tiveram em seus casamentos, ou seja, os pais presentes e participativo?

O roteiro escrito por Mary Agnes Donoghue (O Custo da Coragem, 2003) demonstra a importância da verdade. Apesar da ótima premissa criada, essa, infelizmente, não foi tão profundamente desenvolvida por Mary Agnes. Mas a história flui bem apesar de ser superficial. A história traça algumas questões correlatas ao mesmo tempo e essa é a razão da superficialidade. Se tivessem sido melhor trabalhadas as questões, poderia até ter conseguido uma história mais densa.

A direção do longa também foi realizada por Mary Agnes Donoghue. Ela tinha dirigido apenas um filme até agora, Paraíso, de 1991. Em Casamento de Verdade, ela fez um trabalho básico. O longa não é um exemplo de um ótimo trabalho. Percebe-se que a direção de atores de Mary Agnes, por exemplo, é sobrecarregada. O clima geral do filme, apesar de ser uma comédia dramática, pesa mais para o dramático do que para a comédia. Algumas cenas, inclusive ficaram excessivamente pesadas. Um aspecto que ajudou a criar esse clima pesado foi a trilha sonora do irlandês Brian Byrne (O Coro, 2014).

A fotografia de Seamus Tieney (Os Últimos Sobreviventes, 2014) também é um trabalho mediano. Nada ali foge do convencional. Assim como o trabalho de edição realizado pela húngara Éva Gárdos (Magic Boys, 2012) e por Nick Moore (Pegando Fogo, 2015).

Trabalhos bem feitos, porém dentro do convencional e do esperando para o estilo do filme.
É uma pena que uma boa ideia acabe resultando em um trabalho mediano, quando poderia ter tudo para se tornar um fantástico filme sobre a luta por quem se é e por aquilo que se quer.

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