Após cerca de três anos de sua produção, Marighella finalmente chegará aos cinemas do Brasil. Em entrevista com Pedro Bial (via Gshow), o diretor Wagner Moura explicou o motivo de tanta demora, apontando que o longa-metragem sofreu censura no Brasil.
“O filme estrearia no início de 2019, ali no começo do governo Bolsonaro. Quando a gente quis estrear no início do ano, dois pedidos da produtora do filme, O2, foram inesperadamente recusados pela Ancine”, contou Wagner Moura.
“Esse pedido havia sido feito em várias outras ocasiões. Quando os pedidos foram negados, os filhos de Bolsonaro comemoraram na Internet. Bolsonaro parou a vida dele de presidente para gravar um vídeo falando mal do filme, de mim.”
Wagner Moura acrescentou: “Não tenho nenhum problema em dizer que nós fomos vítimas de censura. Não a censura que havia durante a ditadura em que você tinha que mostrar trabalho para o censor. Mas uma censura que inviabilizou a existência do filme.”
Mano Brown quase estrelou Marighella
Durante a entrevista, Wagner Moura também disse que, inicialmente, queria que Mano Brown estrelasse a produção. No entanto, a agenda de shows do rapper impediu que ele pudesse se dedicar totalmente ao projeto e, então, Seu Jorge assumiu o papel principal.
“Para mim, o que representa Marighella hoje é o Mano Brown. Inclusive, eles são muito parecidos fisicamente.”
“Ele começou o processo de ensaio muito bem. Mas foi uma época em que a gente deu o azar de ser ali meio que uma despedida dos Racionais, em que eles estavam fazendo quatro, cinco shows por semana. E o Brown, por mais que ele quisesse e ele teria feito muito bem, não podia.”
Marighella, de Wagner Moura, estreia nos cinemas brasileiros em 4 de novembro.