Não Olhe Para Cima está fazendo o maior sucesso na Netflix por seu impressionante elenco e importante mensagem social. Embora muita gente encare a alegoria do longa como uma referência direta à vida real, a trama conta com um interessante erro científico, que só foi apontado por um cientista. Explicamos abaixo tudo sobre essa história; veja.
“Dois astrônomos descobrem um cometa mortal vindo em direção à Terra e partem em um tour midiático para alertar a humanidade. Só que ninguém parece dar muita bola”, afirma a sinopse oficial de Não Olhe Para Cima.
Segundo um cientista entrevistado pelo site SFGate, o principal erro de Não Olhe Para Cima está em sua própria premissa.
Caso um cataclismo como o mostrado em Não Olhe Para Cima estivesse prestes a acontecer na vida real, a história – pelo menos de acordo com o cientista – seria muito diferente.
O problema de Não Olhe Para Cima na Netflix
Gerald McKeegan, um astrônomo do Chabot Space and Science Center, na cidade americana de Oakland, discutiu a problemática de Não Olhe Para Cima em uma entrevista recente.
“O maior erro do filme é o fato do governo tentar esconder o fato da população. Ele se torna esse segredo governamental, e isso é completamente falso”, comentou o cientista.
McKeegan aponta que, se um cometa ou asteroide dessas proporções fosse descoberto, os dados seriam “completamente compartilhados” com os governos e com o público.
“O governo não poderia manter um segredo desse tipo mesmo se quisesse. Eles podem envolver em mistério a reação ao problema, mas o fato de um cometa estar se dirigindo à Terra se tornaria rapidamente conhecimento público”, alega o astrônomo.
O cientista explica que quando um observatório faz uma descoberta do tipo, incontáveis outras organizações científicas aparecem para confirmar os dados e conduzir seus próprios cálculos.
“Existem mais de 300 observatórios espalhados pelo mundo todo, e o compartilhamento de informações já é rotina. Se alguém avistar um asteroide próximo à Terra, observatórios conseguem confirmar a informação e rastrear a rota em poucas horas. É um esforço conjunto”, explica McKeegan.
E se você ficou com medo de um cataclismo do tipo acontecer na vida real, pode parar com a preocupação.
As chances de um cometa ou asteroide gigante atingir a Terra e obliterar toda a vida humana são muito pequenas. Na maioria das vezes, objetos celestiais do tipo são incinerados na atmosfera antes do impacto.
Na verdade, a Terra corre bem mais riscos de ser atingida por um asteroide do que um cometa.
“Um cometa é formado principalmente por gelo, com pedaços de rocha, areia e pó imbuídos na substância. Já um asteroide é formado por rocha, areia e pó, com apenas um pouquinho de gelo”, explicou o astrônomo.
Outro erro de Não Olhe Para Cima acontece na medição do cometa, que no filme é descoberto pela cientista interpretada por Jennifer Lawrence.
No longa da Netflix, o cometa é descrito como um objeto astronômico com 6 a 9 quilômetros de extensão.
Mas na verdade, um cometa desse tamanho não é “extraordinariamente grande”, de acordo com McKeegan.
“É um cometa grande, já que a maioria desses objetos tem de 3 a 6 quilômetros de extensão. Mas não é tão grande assim”, comentou o cientista.
Não Olhe Para Cima está disponível no catálogo brasileiro da Netflix.