Polêmica

O problema de Euphoria que ninguém comenta

2ª temporada da série com Zendaya chega à HBO com grande controvérsia

A 2ª temporada de Euphoria acaba de estrear no HBO, provando-se mais uma vez como uma das séries mais populares da plataforma. Sucesso de público e crítica, a série protagonizada por Zendaya também sofre com um problema pouco comentado: a suposta glamourização dos traumas de adolescência.

Pelo menos, é isso que afirma uma matéria publicada na revista Vogue pelo jornalista Samuel Getachew.

“Chegou o momento de Rue (Zendaya) ficar cara a cara com as consequências das suas ações. Será que ela vai conseguir reconquistar Jules (Hunter Schafer)? Descubra isso e as novas histórias dos seus adolescentes favoritos na segunda temporada da Euphoria”, afirma a sinopse oficial, divulgada pelo HBO Max.

Explicamos abaixo todos os argumentos apresentados na matéria da Vogue sobre o grande problema de Euphoria, confira e tire suas próprias conclusões.

Euphoria é uma série problemática?

“Minhas críticas a Euphoria não envolvem sua imprecisão, muito pelo contrário. Na verdade, ela acerta o alvo em cheio. O problema é que a série estetiza os traumas que retrata, uma estética que a minha geração conhece muito bem”, afirma o jornalista na matéria da Vogue.

De acordo com o artigo, a única personagem que enfrenta as consequências de seus vícios é Rue. Os outros, se colocam em perigo repetidamente, escapando de maneira milagrosa de qualquer catástrofe pessoal ou intervenção paterna.

“Eles dançam por cenários moralmente e legalmente dúbios, embalados por uma trilha sonora teatral, sempre belíssimos e estilosos”, explica a matéria.

O que deveria servir como um alerta para o público mais jovem, no final das contas, acaba se tornando uma espécie de tutorial, que sensacionaliza sua temática ao mesmo tempo em que negligencia a abordagem dos riscos e perigos.

De alguma forma, Euphoria segue um caminho há muito conhecido: o dos dramas teens niilistas que dominaram o cinema e a TV por décadas.

Juventude Transviada (Rebel Without a Cause), lançado em 1955 e protagonizado por James Dean, por exemplo, foi banido na Nova Zelândia por supostamente “incentivar a delinquência juvenil”.

O problema de Euphoria no HBO Max

Outro problema de Euphoria pode ser encontrado no elenco da série. Os atores e atrizes da produção, definitivamente, não se parecem com uma turma tradicional de estudantes do ensino médio.

O elenco de Euphoria é formado quase inteiramente por modelos e ex-modelos, a maioria com mais de 21 anos.

“Os personagens são quase todos incrivelmente lindos, e decididamente pós-púberes. Seus trajes do dia-a-dia, frequentemente, se misturam com glitter, maquiagem imaculada e look exagerados – usados por eles até mesmo nas situações mais traumáticas”, expressa a matéria da Vogue.

A fotografia da série também lembra a de um videoclipe, com uma iluminação dramática e tomadas elaboradas, o que acaba contribuindo para a glamourização dos traumas de adolescência.

“A última coisa que precisamos é de um veículo para romantizar os nossos impulsos de auto-destruição. O problema de Euphoria não é a série apoiar o que ilustra; mas o fato dela não fazer nada para impedir esse apoio”, conclui o artigo.

A 2ª temporada de Euphoria já estreou no HBO Max.

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