Alerta de spoilers
Como uma boa história de suspense, A Vizinha da Mulher na Janela traz o mistério de quem é o assassino na Netflix. A série apresenta um suspeito que mexe até mesmo com a protagonista Anna, que é Buell.
Durante parte da série, Anna acredita que ele pode ser o assassino, o que o final mostra que não é verdade. Nesse caso, os espectadores da Netflix deixaram passar um detalhe que poderia ter descartado muito antes o suspeito.
Além de Buell, Anna também desconfiou de Neil. A comparação entre os dois suspeitos mostra como a primeira teoria da protagonista não faz sentido.
Apesar de ter matado a própria família no passado, Buell não tem qualquer ligação com a morte de Lisa por estar afastado também de outros casos. Neil, por exemplo, teve a esposa morta e a professora de Emma morreu.
A teoria de Neil matar Lisa teria um motivo. Mas, Buell não teria qualquer motivação, o que mostra que A Vizinha da Mulher na Janela tentou apenas enganar os espectadores – que deixaram passar esse detalhe.
A Vizinha da Mulher na Janela é detonada na Netflix
A Vizinha da Mulher na Janela funciona como uma sátira a produções famosas de suspense. Na série da Netflix, a protagonista passa o dia bebendo vinho e observando a vizinhança, quando acredita ter presenciado um assassinato.
A equipe de produção por trás de A Vizinha da Mulher na Janela, claramente tinha a intenção de produzir algo divertido – afinal, o próprio título faz referência a paródias e famosos filmes de suspense.
Mas o thriller satírico conta com o mesmo problema do filme A Deadly Adoption: – uma paródia dos longas do canal Lifetime, lançada em 2015 por Kristen Wiig e Will Ferrell – a ausência completa de piadas e momentos cômicos.
Os criadores da série, claramente, conhecem o material que desejam parodiar. A premissa estabelece um simulacro dos principais clichês dos suspenses psicológicos, completado pelos óbvios sinais de que “algo está errado com essa situação”.
Um dos principais problemas da série é sua duração. A Vizinha da Mulher na Janela leva um bom tempo para desenvolver sua história, e acaba esticando um mistério que poderia ser resolvido em 90 minutos por 8 episódios de meia-hora cada.
Ao invés de agilizar a trama, a produção aposta em desvios e pistas falsas, tudo isso com uma progressão extremamente lenta.
Os roteiristas, em especial, parecem ser fãs do método de “alongamento de piadas” – que funciona em séries como Os Simpsons, mas costuma trazer grandes problemas para produções live-action.
“Os personagens permanecem em situação desconfortáveis, que nunca quebram a barreira da comédia”, afirma a análise do site Entertainment Weekly.
Um dos poucos aspectos elogiados da série é a atuação da atriz de Froze, Kristen Bell – o que se deve ao talento da atriz, não à qualidade da série.
“Bell é uma excelente atriz cômica, e entra de cabeça no tom inconsistente de A Vizinha da Mulher na Janela, mas pouco pode fazer para compensar as narrações intencionalmente floreadas e exageradas”, conclui a análise da publicação.
A Vizinha da Mulher na Janela está disponível na Netflix.