Até parece apropriado assistir o longa-metragem Naquele Fim de Semana em algum dia no fim de semana, não acham?!
Caso escolham tal opção, certamente terão garantido uma sexta, sábado ou domingo à noite: completamente desperdiçados!
Lamentavelmente, em especial para os assinantes da Netflix, temos com esta produção de “suspense”, algo inteiramente esvaziado de ideias ou mesmo de qualquer traço de pulsação. O filme dirigido pela cineasta australiana Kim Farrant apenas apresenta os fatos sem estabelecer envolvimento emocional algum pela narrativa.
Basicamente uma história que existe, mas não respira!
Muito disso cai na conta da protagonista da trama Leighton Meester, que entregou o pior tipo de protagonismo que possa haver, no caso, uma personagem que não parece se importar com aquela situação que “vive”, consequentemente, fazendo com que nós assinantes da plataforma Netflix, também pouco ou nada nos importemos com seu destino, inclusive com os rumos da história.
Baseado no romance homônimo de Sarah Alderson (2020), que adaptou seu trabalho literário em um roteiro que foca em Beth (Leighton Meester), recém-mamãe de primeira viagem que voa para a Croácia em uma viagem de fuga organizada por sua melhor amiga recém-divorciada Kate (Christina Wolfe). No jantar, Beth confidencia que seu casamento com seu marido Rob (Luke Norris) chegou em um ponto crítico, e agora ela não sabe o que fazer para consertar as coisas. Na mesma noite, as amigas vão se divertir na noite croata em uma balada, quando dois homens flertam com elas. Kate sugere que Beth tenha um caso sexual de uma noite com um dos dois. No entanto, tudo parece virado de cabeça para baixo quando no dia seguinte, Beth não encontra sua amiga Kate instalada em casa. O que será que pode ter acontecido durante a noite, ao ponto de colocar as amigas em caminhos opostos?
Narrativa sem rumo ou propósito
É através do protagonista que geralmente estabelecemos um canal de comunicação com àquela história sendo revelada diante de nossos sentidos.
Por esta figura central que não apenas entendemos os acontecimentos que se desenrolam, mas principalmente, espelhamos seus sentimentos e emoções de modo intenso o suficiente para que mergulhemos de cabeça e fundo nos fatos em destaque.
Contudo, nem por sequer um segundinho, teremos a oportunidade de criar um laço entre espectador e obra, uma vez que tudo parece tão apagado e desinteressado que nada que acontecer ali, surtirá qualquer efeito em quem assiste.
Naquele Fim de Semana da Netflix mostrou-se algo absorto demais como obra de suspense, que não trabalhou mistério pelos 90 minutos de duração.
Se uma história não consegue convencer seu público através do carisma ou alguma outra característica marcante do personagem principal, e também não estabelece níveis de ansiedades, dúvidas e expectativas através dos novos dados que vão surgindo em cada parte, então fica a pergunta: qual o motivo de tal história existir e por que diabos deveríamos assistir tais acontecimentos fictícios?
Conclusão
Entristece dizer que possivelmente teremos como único atrativo em Naquele Fim de Semana, exaltar algum tipo de fetichismo, simplesmente porque estamos diante de uma produção estrelada pela atriz americana de 35 anos de idade que chamou a atenção de boa parte das pessoas, como a socialite desonesta Blair Waldorf, uma das forças da popular série televisiva Gossip Girl (2007 – 2012).
Agora, no resto, nada temos para nos apegar à essa história oca que não consegue executar cinema de gênero ou mesmo emoção real por nenhuma via.
Pior: ainda quis fazer um comentário social importante a respeito de refugiados vindos da região do Oriente Médio para viver em qualquer um dos países europeus sem qualquer efeito ou reflexão válida.
Todavia, até mesmo nisso observamos que a produção da Netflix nada teve de bom a nos oferecer. Um verdadeiro presente de grego!
Correção: presente de croata!