The Walking Dead conta com diversos momentos brutais e reviravoltas que são verdadeiros socos no estômago. Ainda assim, o criador dos quadrinhos, Robert Kirkman, acha que outra HQ de zumbis exagera na brutalidade.
Na recente seção de cartas do The Walking Dead Deluxe #76 (de Robert Kirkman, Charlie Adlard e Dave McCaig), Kirkman é questionado sobre o que ele pensa da série Crossed, de Garth Ennis.
Kirkman respondeu: “Eu amo o Garth, mas é um pouco demais para mim, francamente”, enquanto a editora Amanda LaFranco acrescenta: “Aquilo é muito perturbador”.
Embora seja importante observar que Kirkman está apenas expressando uma preferência pessoal, seus comentários ecoam a reação que muitos fãs de The Walking Dead terão ao pegar seu concorrente.
Crossed é pesado demais
Crossed é uma série de quadrinhos de horror zumbi lançada em 2008, que gerou vários tie-ins e sequências, contando a história de um mundo onde uma pandemia de rápida propagação infecta a maioria da humanidade.
Portadores do vírus Crossed exibem grandes erupções vermelhas em forma de ‘cruz’ em seus rostos e, ao contrário de desejar carne ou cérebros, os infectados do Crossed estão focados na crueldade, com representações extremas de violência intensa, muitas vezes de natureza sexual.
A série original Crossed é de Garth Ennis e do artista Jacen Burrows, abrangendo 10 edições e acompanhando um grupo de sobreviventes que está sendo caçado pelo país por um grupo de infectados.
A história bem-sucedida gerou vários spin-offs, com Crossed: Badlands atuando como uma série de antologia ambientada no mesmo mundo, e Crossed +100 de Alan Moore e Gabriel Andrade acontecendo um século após a infecção inicial.
Ennis é famoso por ultrapassar os limites nos quadrinhos e é o roteirista por trás de The Boys e Preacher, séries que buscam chocar deliberadamente.
Crossed leva essa ambição além do que qualquer uma dessas séries alcançou, apresentando em cada nova história os atos mais grotescos e perturbadores imagináveis.
Rápidos, criativos e gostando de brincar com suas vítimas, os Crossed são mais perturbadores do que os zumbis tradicionais. Faz sentido, então, que Crossed não seja para Robert Kirkman, que foca no lado humano em suas histórias, não só no terror.