As críticas predominantemente negativas voltadas para Argylle: O Superespião lançaram uma sombra de incerteza sobre seu desempenho de estreia, sugerindo um possível começo desanimador para o aguardado thriller de espionagem.
Sob a direção de Matthew Vaughn, renomado por seus filmes altamente cativantes da década de 2010, como Kick-Ass (2010), X-Men: Primeira Classe (2011) e Kingsman: Serviço Secreto (2014).
Argylle inicialmente prometia ser uma das experiências cinematográficas mais marcantes do ano.
No entanto, a despeito desse histórico positivo, muitos dos críticos mais influentes expressaram desapontamento, desafiando a expectativa de que este blockbuster, repleto de estrelas e com um orçamento considerável, não correspondeu ao hype criado em torno de suas muitas críticas negativas.
O filme é encabeçado por Bryce Dallas Howard (Jurassic World), no papel de Elly Conway, uma autora de romances de espionagem que se vê perplexa ao perceber que a trama de seu mais recente livro começou a se desenrolar na vida real. Henry Cavill assume a liderança como Argylle, o protagonista agente secreto tanto no livro de Conway, quanto na tela do cinema. Além disso, o elenco estelar inclui Sam Rockwell, John Cena, Samuel L. Jackson, Bryan Cranston, Catherine O’Hara, Sofia Boutella, Ariana DeBose, a estrela pop Dua Lipa e o roteirista Jason Fuchs.
Apesar do impressionante orçamento de US$ 200 milhões e do extraordinário conjunto de talentos envolvidos, Argylle ostenta uma desanimadora pontuação de 34% no Rotten Tomatoes. Este cenário levanta questionamentos sobre o que pode ter contribuído para a desconexão entre as altas expectativas geradas e a resposta crítica, sugerindo que a recepção do público durante a estreia seja um elemento-chave para determinar o destino do filme nas bilheteiras.
Confira alguns detalhes do filme que deixa muito a desejar:
Argylle não entrega a experiência tão agradável quanto sugere seu empolgante trailer
Inúmeras críticas convergem para a conclusão de que Argylle não alcançou as expectativas previamente estabelecidas. O veredito é inequívoco: o filme não é tudo o que sua campanha publicitária prometia. O Hollywood Reporter, em uma análise perspicaz, aponta para a complexidade desnecessária da trama e as reviravoltas excessivas que, segundo eles, “só parecem brincadeiras insípidas, puxando o tapete de debaixo do espectador para nenhum grande propósito, exceto para afetar a esperteza”.
O The Daily Beast, em uma crítica contundente, rotula o filme como “sonolento”, sugerindo que a narrativa não consegue manter a atenção do público, resultando em uma experiência sonolenta e desinteressante. IndieWire, conhecido por suas análises honestas, destaca que “quando um filme de Matthew Vaughn não é divertido, não tem exatamente muito mais o que oferecer”. Esse veredicto parece particularmente impactante, considerando a reputação do diretor por filmes repletos de ação e entretenimento.
A decepção é ainda mais pronunciada diante da antecipação considerável que cercou Argylle. O filme, que uma vez foi aguardado com grande expectativa, agora enfrenta críticas que questionam não apenas sua execução, mas também a razão de seu potencial não ter sido plenamente realizado.
A distância entre as altas esperanças e a resposta crítica negativa, lança uma sombra sobre o filme, tornando-o objeto de reavaliação por parte do público e da indústria cinematográfica.
Excesso de reviravoltas vazias no enredo
A profusão de reviravoltas abruptas no enredo de Argylle emerge como um dos elementos mais frustrantes do filme, com o potencial de desconectar o espectador da trama. A crítica de David Fear, da The Rolling Stone, destaca a preocupação ao se perguntar se o diretor Matthew Vaughn e o roteirista Jason Fuchs deliberadamente buscaram testar os limites da tolerância do público para reviravoltas. Com ironia, ele parabeniza a equipe por ter alcançado esse objetivo, sugerindo que a quantidade de surpresas pode ter ultrapassado o ponto de aceitabilidade.
O The Independent aprofunda essa crítica, descrevendo as reviravoltas como tendo uma “familiaridade satisfatória de cheeseburger”, um elogio irônico que insinua uma falta de originalidade ou impacto substancial nas reviravoltas apresentadas. Esse tom sarcástico sugere que, ao invés de acrescentar valor à narrativa, as reviravoltas tornam-se clichês que não contribuem positivamente para a experiência do espectador.
O The Hollywood Reporter (THR) agrava ainda mais a crítica ao caracterizar as reviravoltas do enredo como “torturadas” e “aleatórias”. Essa análise sugere que a complexidade excessiva ou a falta de uma conexão coesa entre as reviravoltas podem ter comprometido a coesão do enredo como um todo.
A observação final, destacando que os exageros de Vaughn sobre tropos de ação-comédia perderam a marca em Argylle, revela uma possível desconexão entre as intenções do diretor e a recepção do público. O filme parece ter falhado em encontrar o equilíbrio certo entre surpreender o espectador e manter uma narrativa coesa e envolvente.
Críticas a Argylle destacam a presença de clichês em sua abordagem aos filmes de espionagem
A percepção de que Argylle apresenta semelhanças notáveis com o filme Tudo por uma Esmeralda, uma aventura de ação de 1984 dirigida por Robert Zemeckis, é uma crítica recorrente entre os principais analistas cinematográficos. A comparação com uma obra anterior que já conquistou seu lugar no cânone do cinema pode sugerir falta de originalidade por parte de Argylle. O filme de Zemeckis, estrelado por Michael Douglas, Danny DeVito e Kathleen Turner, foi uma referência marcante na época e, ao parecer, Argylle não conseguiu escapar das sombras dessa influência.
Além disso, as comparações com franquias renomadas de ação, como Bourne, Bond e Missão: Impossível, adicionam um elemento de desafio à credibilidade de Argylle. A sugestão de que o filme parece “totalmente boba” em comparação com essas referências estabelecidas indica uma percepção de falta de originalidade, qualidade ou até mesmo seriedade na abordagem do gênero de espionagem e ação.
A crítica da Variety, destacando a falta de convicção visual em Argylle em comparação com um filme como Missão: Impossível de Tom Cruise, acrescenta uma camada adicional à análise. A comparação direta com uma produção tão bem-sucedida intensifica a percepção de que Argylle falha não apenas na narrativa, mas também na entrega visual, deixando o público insatisfeito diante das expectativas geradas.
Em resumo, a presença de elementos semelhantes a obras consagradas e franquias estabelecidas pode ter prejudicado a singularidade e o impacto de Argylle, resultando em uma recepção crítica que destaca suas falhas em relação a produções anteriores do gênero.
Falta de substância que acompanha sua prolongada duração
Argylle enfrenta críticas generalizadas devido à sua excessiva utilização de reviravoltas e pontas soltas que, de acordo com os analistas, prejudicam a narrativa antes de chegar ao tão esperado final revelador. A crítica de que o filme está “sugando o vento até o fade-out”, expressa pela The Rolling Stone, sugere uma sensação de falta de direção ou propósito claro no desenrolar da trama, deixando os espectadores com uma experiência frustrante.
O IndieWire vai além, descrevendo a maior parte do segundo ato como “fluff frágil e hiper-inventado”, destacando uma preocupação com a falta de substância e relevância nas escolhas narrativas. Essa crítica insinua que o filme pode ter sacrificado a coesão e a relevância em favor de elementos superficiais que não contribuem significativamente para a trama.
A avaliação do Daily Beast, referindo-se a Argylle como “um desperdício de muitos talentos de pessoas talentosas”, destaca não apenas a falha na execução da narrativa, mas também ressalta a presença de um elenco talentoso que talvez não tenha sido totalmente aproveitado devido às deficiências na abordagem do filme.
A Variety, por sua vez, aponta para a duração prolongada do filme, uma característica que se torna uma norma nas co-produções da Apple, destacando que Argylle ultrapassa “bem mais de duas horas”. Essa observação sugere uma possível falta de edição eficaz, o que pode ter contribuído para a sensação de arrastamento e desconexão que muitos críticos destacaram.
O Hollywood Reporter reforça a preocupação com o tempo de execução, mencionando que o mesmo “testa a paciência”, enfraquecendo, em última análise, o impacto do aguardado final revelador. Essa crítica enfatiza que a extensão desnecessária pode ter prejudicado a capacidade do filme de manter o interesse do público até o desfecho crucial.
Em conjunto, essas análises apontam para uma série de problemas narrativos e de execução que impactam negativamente a experiência geral de assistir a Argylle.
As participações especiais de celebridades em Argylle foram alvo de críticas por sua exagerada presença no filme
A crítica às participações especiais de celebridades em Argylle destaca a preocupação com a dependência excessiva desse recurso, tornando-se uma das principais críticas ao filme. Enquanto uma participação especial bem executada pode adicionar magia genuína a uma produção de sucesso, a quantidade e a execução desses camafeus em Argylle foram alvo de considerável desaprovação.
O Independent observou que o número de participações especiais em Argylle foi percebido como “agressivo”, sugerindo que a presença dessas figuras conhecidas foi não apenas abundante, mas também impactante a ponto de ser notável pela audiência. A Variety acentua essa crítica ao descrever as participações especiais como “coletivamente arqueadas demais para serem acreditadas”, sugerindo uma falta de naturalidade ou integração efetiva desses elementos no contexto da trama.
A observação de Nick Schager, do The Daily Beast, destaca a ideia de que Argylle parece ter sido concebido principalmente para responder à pergunta: “Quantas estrelas de cinema um fiasco pode desperdiçar?”. Essa perspectiva levanta a questão de se as participações especiais foram utilizadas como uma espécie de chamariz, sem contribuir substancialmente para a qualidade global do filme. A crítica sugere que a inclusão massiva de estrelas pode ter sido mais uma tentativa de atrair audiência do que um esforço genuíno para enriquecer a narrativa.
Enquanto alguns filmes se beneficiam de um elenco notavelmente estrelado, a crítica ao modo como Argylle lida com isso destaca a importância de equilibrar a presença de celebridades para garantir que ela complementa, e não domina, a narrativa. O excesso de camafeus em Argylle parece ter prejudicado a capacidade do filme de aproveitar ao máximo seu elenco, contribuindo assim para as críticas globais à produção.
As cenas CGI de Argylle são nada convincentes
A crítica generalizada ao CGI pouco convincente em Argylle emerge como uma das principais razões para a decepção entre os principais críticos. A expressão “aparentemente shonky” usada pelo Hollywood Reporter sugere uma falta de qualidade e cuidado na execução dos efeitos visuais, enquanto o IndieWire classifica certas cenas de “CGI-drunk”, indicando uma saturação excessiva desses elementos visuais, possivelmente em detrimento da qualidade.
A descrição do CGI como “choppy” por Clarisse Loughrey, do The Independent, mesmo dando ao filme uma classificação de 3/5, destaca a inconsistência e a falta de fluidez nas cenas geradas por computador. Essa crítica sugere que a tecnologia CGI não foi utilizada de maneira a criar uma experiência visual imersiva, comprometendo assim o impacto geral do filme.
A observação de que o realismo do CGI não parece ser uma prioridade em um orçamento de US$ 200 milhões levanta questionamentos sobre a alocação de recursos e prioridades na produção de Argylle. A escolha de não investir de maneira eficaz em efeitos visuais de alta qualidade pode ter contribuído para a recepção negativa por parte dos críticos e fãs.
A IndieWire destaca uma preocupação interessante ao mencionar que o pobre CGI poderia fazer os espectadores se questionarem se os efeitos especiais eram ruins de propósito. Essa perspectiva sugere que a falta de qualidade nos efeitos visuais pode ter impactado a credibilidade do filme, levando a perguntas sobre as intenções por trás das escolhas estilísticas na execução do CGI.
Em resumo, a crítica ao CGI pouco convincente em Argylle ressalta a importância da excelência visual em produções cinematográficas contemporâneas, especialmente em filmes de grande orçamento que buscam proporcionar uma experiência visual envolvente.
As várias tentativas de Argylle não sustentar a comédia
A crítica adicional sobre os erros cômicos em Argylle destaca a percepção de que a qualidade das piadas contribuiu para a baixa pontuação do filme no Rotten Tomatoes. Leslie Felperin, do The Hollywood Reporter, expressou preocupações específicas sobre as piadas que “lutam para pousar”, sugerindo que a execução das cenas cômicas foi insatisfatória e não conseguiu gerar o impacto desejado.
David Elrich, da Indiewire, compartilhou sentimentos semelhantes sobre a falta de humor no filme, questionando a escolha de Catherine O’Hara para o papel da mãe de Elly, especialmente se não lhe foi permitido explorar seu lado engraçado. Essa crítica aponta para a possível subutilização do talento cômico de um membro do elenco, o que pode ter contribuído para a falta de sucesso nas tentativas de humor.
A constatação de que os momentos cômicos em Argylle não entregam o impacto desejado, apesar de sua premissa divertida, destaca a desconexão entre a proposta de comédia do filme e a resposta efetiva do público. O desafio de fazer o humor funcionar muitas vezes envolve uma combinação complexa de escrita, direção, timing e interpretação, e a crítica sugere que esses elementos podem não ter se alinhado de maneira eficaz em Argylle.
A falha na execução das piadas em um filme que busca incluir elementos cômicos pode ter contribuído significativamente para sua recepção negativa, reforçando a importância de uma abordagem cuidadosa e habilidosa para garantir que o humor ressoe com o público-alvo.
Argylle destaca uma percepção geral de que o filme sofre com um roteiro mal escrito e complicado
Em última análise, a crítica unânime entre os principais críticos em relação a Argylle destaca a confusão e a dificuldade de seguir a história como uma falha significativa. A descrição de Elly Conway, a protagonista, como estando “presa em uma comédia de espionagem mal escrita” por Peter Debruge, da Variety, aponta para a falta de qualidade na execução do roteiro. A referência às frases bregas e reviravoltas excessivas sugere que a escrita pode ter falhado em proporcionar uma experiência narrativa coesa e envolvente.
A crítica da Variety sobre os “traços largos” do roteiro de Jason Fuchs, comparando-os a filmes de aventura como “The Lost City” e “Romancing the Stone”, enfatiza a falta de originalidade e a sensação de que o filme pode ter se inspirado em fontes já estabelecidas. Isso sugere que Argylle pode ter sofrido por não oferecer uma abordagem fresca ou distintiva ao gênero de comédia de espionagem, contribuindo para a falta de faísca e originalidade mencionada na crítica.
A observação de que a trama de Argylle é comparada desfavoravelmente a filmes anteriores indica que o roteiro pode ter carecido de inovação e criatividade. A inspiração percebida de outros filmes sugere que Argylle pode ter falhado em encontrar sua própria voz dentro do gênero, resultando em uma narrativa que não consegue se destacar de maneira positiva.
Em resumo, a crítica à confusão e à dificuldade de seguir a história em Argylle reflete a importância de um roteiro sólido e original na construção de uma narrativa envolvente e bem-sucedida. A falta desses elementos pode comprometer significativamente a qualidade global do filme.
Argylle – O Superespião está em exibição nos cinemas.