Os quadrinhos já provaram diversas vezes que a criatividade não tem limites, principalmente quando universos aparentemente distintos se encontram. Ao longo dos anos, a Marvel e a Disney se aventuraram em crossovers ocasionais, mas agora resolveram levar essa união a um patamar ainda mais curioso.
A grande novidade é um projeto que transforma Mickey Mouse e sua turma em uma versão alternativa dos Vingadores, recontando de forma bem-humorada a origem clássica do supergrupo. A iniciativa parte de uma série de one-shots no estilo What If…?, que trazem as criações de Walt Disney interagindo com a mitologia dos super-heróis da Marvel.
Em Marvel & Disney: What If…? Mickey & Friends Became the Avengers #1, Mickey assume o posto de Homem de Ferro, Donald se torna Thor, Pateta vira Hulk, enquanto Minnie e Pluto encarnam Vespa e Homem-Formiga, respectivamente. Até mesmo o primo sortudo de Donald, Gladstone Gander, aparece como uma releitura de Loki, responsável por desencadear a primeira formação dessa equipe improvável.
O enredo homenageia diretamente Avengers #1, de Stan Lee e Jack Kirby, publicado em 1963. Na trama original, Thor, Homem de Ferro, Hulk, Vespa e Homem-Formiga se unem para enfrentar Loki, inaugurando uma aliança que marcaria a história dos quadrinhos. Agora, com Mickey e companhia no lugar dos heróis clássicos, a HQ propõe uma abordagem mais descontraída, inclusive introduzindo um misterioso “monstro de bolo” que ameaça a tranquilidade dos personagens.
Heróis cartunescos
A equipe criativa conta com roteiros de Luca Barbieri e Steve Behling, enquanto a arte fica a cargo de Alessandro Pastrovicchio. Para os colecionadores, haverá capas variantes assinadas por Dan Jurgens, Adam Kubert e Phil Noto, nomes renomados no mercado de quadrinhos. O lançamento está previsto para março de 2025, iniciando mais um capítulo na parceria entre Disney e Marvel.
Esse não é o primeiro encontro entre as duas marcas em formato de HQ. Desde 2024, várias edições especiais exploram a fusão entre personagens Disney e ícones da Marvel, como What If…? Minnie Became Captain Marvel ou até um quarteto fantástico liderado por Mickey e seus amigos. Agora, porém, a proposta de revisitar a gênese dos Vingadores eleva a brincadeira a um novo nível.
A escolha de cada integrante do elenco foi planejada para combinar personalidades e poderes de forma cômica. Mickey, sempre engenhoso, substitui o bilionário Tony Stark; Donald, com seu temperamento explosivo, encarna o trovejante Thor; Pateta se torna Hulk em uma releitura bem-humorada; e Minnie e Pluto assumem identidades surpreendentes de Vespa e Homem-Formiga. Gladstone-Loki surge para semear confusões e cumprir o papel de antagonista.
Um detalhe que chama atenção é como esse crossover poderá atrair novos leitores, principalmente crianças. A Disney não costuma explorar suas figuras icônicas em aventuras recheadas de ação heroica, mas essa iniciativa de misturar os universos deve agradar aos mais jovens e também despertar nostalgia em quem já acompanha quadrinhos há décadas.
Crescente universo de mashups
Com essa HQ, a Marvel reforça a ideia de que qualquer cenário é possível quando se explora o multiverso e a criatividade. Em vez de seguir estritamente a fórmula dos super-heróis, a narrativa brinca com o inesperado, fazendo com que personagens clássicos como Mickey e Donald enfrentem perigos dignos das páginas de grandes eventos da Marvel.
É notável que a proposta não interfere na cronologia oficial de nenhum dos dois universos. São aventuras paralelas, pensadas para divertir e homenagear obras canônicas como Avengers #1. Por isso, a leitura promete ser leve, permitindo que o público desfrute de uma experiência divertida sem se preocupar com eventuais repercussões em outras histórias.
A obra reforça a relação cada vez mais próxima entre Disney e Marvel, dupla que, ao longo dos anos, se mostrou eficiente em cativar públicos diversos. A expectativa é que Marvel & Disney: What If…? Mickey & Friends Became the Avengers #1 alcance sucesso e motive novos crossovers, servir de porta de entrada para o público que não está acostumado com quadrinhos de super-heróis