O Homem-Aranha sempre foi um dos personagens mais queridos da Marvel, mas sua nova série animada no Disney+, Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha, tem gerado reações mistas. Apresentado inicialmente como uma prequela do personagem do MCU, o projeto tomou outro rumo e ganhou vida própria.
O resultado, no entanto, está longe de ser unanimidade entre os fãs, com críticas apontando para problemas na animação, na narrativa e na abordagem repetitiva da fase adolescente de Peter Parker. Será que a Marvel está desgastando sua maior franquia?
Críticas ao estilo de animação
Logo de cara, o trailer de Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha deixou muitos fãs frustrados. A animação tenta recriar um estilo retrô, inspirado nas primeiras edições de O Espetacular Homem-Aranha, desenhadas por Stan Lee e Steve Ditko. Apesar da proposta, o resultado parece superficial. A qualidade da animação é considerada “barata” por muitos, faltando o dinamismo e o refinamento que se espera de uma produção Disney.
Com a popularidade crescente e o impacto visual de filmes como Homem-Aranha no Aranhaverso, a nova produção parece não acompanhar os padrões elevados estabelecidos para animações modernas. Além disso, as comparações com a estética de Aranhaverso destacam que a série tenta replicar a fórmula de sucesso da Sony sem oferecer nada realmente original.
Abordagem adolescente saturada
Outro ponto que levantou discussões entre os fãs foi a insistência em retratar Peter Parker como um adolescente no ensino médio. Desde os quadrinhos clássicos, essa fase do personagem já foi explorada à exaustão em diversas adaptações. O público, agora, espera ver um herói mais maduro, enfrentando desafios reais, tanto como herói quanto como adulto.
A repetição dessa abordagem dá a sensação de que a Marvel está ignorando outros períodos da história de Peter, como sua vida universitária ou sua relação com Mary Jane. Em vez disso, a animação opta por enfatizar um Peter jovem e “moderno”, utilizando gírias, fazendo streaming e tentando conquistar popularidade de maneiras que parecem forçadas.
Tentativas frustradas de atrair o público jovem
Ao tentar se conectar com uma nova geração, Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha parece ter perdido parte do apelo universal do herói. O uso de linguagem casual e um remix hip-hop do tema clássico do personagem podem até parecer atrativos para crianças, mas não é bem recebida entre os fãs mais antigos.
A tentativa de modernizar o personagem, em teoria, é interessante. Porém, a execução exagerada transforma o herói em algo genérico e pouco relacionável, afastando-o de suas origens como “o amigo da vizinhança” que sempre enfrentava problemas do dia a dia.
O problema do multiverso
Um elemento particularmente controverso na série é a introdução do multiverso logo no início da narrativa. Em vez da clássica história de Peter Parker picado por uma aranha radioativa, Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha traz um Peter que ganha seus poderes ao ser mordido por uma aranha de outra dimensão.
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Embora o conceito de multiverso tenha funcionado em filmes como Homem-Aranha: Através do Aranhaverso e nas HQs, sua aplicação excessiva em diversas produções da Marvel têm causado desgaste. O multiverso, que antes era um recurso narrativo inovador, começa a parecer um clichê que tira o foco das histórias mais simples e impactantes do personagem.
A ausência de personagens marcantes
Outro ponto criticado no trailer é a falta de personagens coadjuvantes icônicos que enriquecem as histórias do herói. Embora haja versões de Norman Osborn e Harry Osborn, a série não parece dar destaque ao universo clássico de Peter Parker. A ausência de figuras como Mary Jane ou Tia May diminui a conexão emocional que os fãs esperam.
Além disso, os vilões apresentados até agora não têm o mesmo peso das ameaças clássicas que tornam o Aranha um herói tão admirado. A sensação é de que a série não está focada no próprio Homem-Aranha, mas tenta inserir outros personagens sem os aprofundar.
O que os fãs realmente querem?
Com tantas críticas à nova série, é impossível ignorar o que os fãs têm pedido: um retorno às raízes. Séries como Homem-Aranha (Série 1994−1997) e O Espetacular Homem-Aranha (Série 2008–2009) são constantemente mencionadas como exemplos de narrativas que equilibram humor, ação e profundidade.
O sucesso de X-Men ’97, continuação do clássico dos anos 90, é uma prova de que revisitar obras antigas pode ser uma aposta certeira. Muitos fãs defendem que a Marvel deveria investir em um Spider-Man ’98, que daria continuidade à série animada dos anos 90 e exploraria a vida adulta de Peter Parker. Esse projeto poderia trazer de volta elementos amados pelos fãs, como seu casamento com Mary Jane e suas batalhas contra vilões marcantes.
O futuro do Homem-Aranha
Apesar das críticas iniciais, o sucesso ou fracasso da série dependerá de como ela será recebida pelo público. Será que a nova abordagem do “amigo da vizinhança” conseguirá conquistar uma nova geração, ou será apenas mais um capítulo vazio na história do herói?
Enquanto isso, resta aos fãs esperarem para ver se a Marvel conseguirá recuperar o equilíbrio de sua teia narrativa. Afinal, o personagem é muito mais do que gírias ou histórias repetitivas, ele é o herói que nos lembra que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”.
Seu Amigão da Vizinhança Homem-Aranha estreia no Disney+ em 29 de janeiro de 2025
