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Festival de Sundance | Filmes com Daniel Radcliffe, John Boyega e Ellen Page viram sensação

O Festival de Sundance é onde a maioria dos ídolos do cinema americano foram notados pela primeira vez. Quentin Tarantino apareceu lá com Cães de Aluguel, Christopher Nolan fez barulho com o seu Amnésia, e Rian Johnson foi descoberto por lá também, e agora está prestes a dirigir e escrever o próximo Star Wars. Criado pelo astro Robert Redford, o Festival sediado em uma pequena cidade em Ohio, interior dos EUA, é um dos principais celeiros de talento do cinema americano.

A edição 2016 de Sundance começou dia 21 de janeiro, e já rendeu vários destaques. Fiquem de olho nesses filmes, que ainda vão fazer muito barulho esse ano:

Swiss Army Man

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Daniel Radcliffe interpreta um dos protagonistas do filme dirigido e escrito pela dupla de diretores de videoclipes The Daniels. O detalhe excêntrico é que o personagem de Radcliffe é na verdade um cadáver – e um cadáver muito flatulento, tanto que permite que o co-protagonista Hank (Paul Dano, de Sangue Negro) usá-lo como uma espécie de jet ski para escapar de uma ilha deserta. E isso tudo é antes do filme ficar estranho de verdade.

Daniel Radcliffe precisou tirar molde do bumbum para filme

O filme é nojento o bastante para inspirar algumas pessoas a saírem do cinema no meio da sessão, mas os que ficaram teceram elogios. Segundo a SlashFilm: “é uma aventura única e estranhamente linda, ancorada por uma performance soberba de Radcliffe como um cadáver (é sério!)”.

Imperial Dreams

A presença de John Boyega, recentemente visto como Finn em Star Wars: O Despertar da Força, ressuscitou Imperial Dreams, que já foi visto em Sundance em 2014, mas passou quase despercebido pelo grande público. Na pele de um escritor apelidado Bambi, Boyega entrega uma performance elogiada ao encenar o momento em que seu personagem é solto da prisão e encontra a sua Los Angeles dominada por gangues, drogas e armas.

O The Hollywood Reporter é só elogios para Boyega: “Ele parece ter um sentimento nato para essa história, encarnando o papel de Bambi com empatia genuína pela situação do personagem”. Esperamos que uma segunda passagem por Sundance, e a fama de Boyega, sirvam bem ao filme dessa vez.

Tallulah

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Primeira investida de Sian Heder, escritora de Orange is the New Black, no cinema, Tallulah chama a atenção pela reunião entre Ellen Page e Allison Janney, que interpretaram mãe e filha no clássico Juno, de 2007. Aqui, elas são uma dupla improvável: uma jovem sem-teto que “sequestra” um bebê de uma mãe rica e negligente e sua ex-sogra, a única adulta responsável que ela conhece, e para quem recorre ao se ver com a criança em mãos.

O filme já foi comprado pelo Netflix para distribuição internacional. Segundo o The Guardian: “A história parece material para um filme brega da Lifetime, mas o que a traz para a realidade são as fortes performances das protagonistas, e o roteiro e direção ricos de Heder”.

Sleight

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Uma estranha e inteligente história de amadurecimento, Sleight conta com a assinatura de JD Dillard, conhecido por dirigir videoclipes bizarros como “Alive”, do Empire of the Sun (veja). A história acompanha um jovem mágico de rua em um bairro barra pesada que, após perder a mãe, é forçado a se envolver com o tráfico de drogas e usa suas habilidades particulares para se vingar dos traficantes.

Pense numa mistura de Truque de Mestre com Um Deslize Perigoso e Poder Sem Limites, tudo ancorado pela boa performance do jovem Jacob Latimore (Maze Runner). Segundo o Indiewire: “Uma mistura intrigante de sensibilidade urbana, ciência do ilusionismo e história de amadurecimento”.

Yoga Hosers

Fãs do diretor Kevin Smith, dos clássicos O Balconista e Dogma, não podem perder (mas devem se preparar para, talvez, se decepcionar) com o novo filme do moço, Yoga Hosers. O filme faz parte da tilogia True North, começada em 2014 com o criticado Tusk. O ponto de conexão entre os filmes é o Detetive Guy LaPointe, interpretado por Johnny Depp – aqui, ele se mete na convoluta trama que inclui soldados nazistas feito de salsicha (?) atacando um supermercado.

As duas protagonistas são feitas por Harley Quinn Smith, filha do diretor, e Lily-Rose Melody Depp, filha do astro. A produção “em família” recebeu críticas controversas no festival, com o The Hollywood Reporter reclamando: “Até os fãs que ficaram com Smith pelas últimas duas décadas provavelmente verão Yoga Hosers como seu limite”.

Dark Knight

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O celebrado diretor/roteirista indie Tim Sutton (Memphis) aborda um acontecimento real que chocou os EUA em 2012 – quando um homem vestido com os trajes do Coringa entrou em uma sala de cinema lotada durante uma exibição de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge e abriu fogo, matando instantaneamente 12 pessoas e mandando outras 70 para o hospital. O filme reconta o acontecimento do ponto de vista de seis estranhos no subúrbio em que ocorreu o massacre.

Segundo a Variety, Dark Knight é “ao mesmo tempo uma hábil e sombria brincadeira com as palavras, e uma sóbria ruminação sobre a mentalidade de uma América suburbana simultaneamente obcecada e refém da violência armada”.

Operação Avalanche

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O diretor Matt Johnson focou seu primeiro filme, The Dirties, em dois nerds que filmam uma tentativa de se vingar de seus colegas que praticam bullying com eles. É um dos terrores found-footage mais bacanas dos últimos anos, e mais legal ainda é ver que Johnson resolveu diversificar os gêneros com a segunda obra, Operação Avalanche, que também usa a técnica do found-footage mas se concentra nas consequências cômicas quando dois agentes inexperientes da CIA encontram evidência em vídeo de que a NASA encenou, em uma produção elaborada, o pouso do homem na Lua.

O The Guardian não poupou elogios para o filme, protagonizado pelo próprio diretor: “Você vai rir, vai se chocar – e pode até se pegar revisitando antigas teorias de conspiração, tamanha a fluência e a inventividade dessa excelente comédia”.

Hunt for the Wilderpeople

O diretor neozelandês Taika Waititi chamou a atenção com a comédia What We Do in the Shadows, considerada por muitos como uma das melhores do ano passado, e está escalado para assinar o próximo filme de Thor, subtitulado Ragnarok, que chega aos cinemas em 2017. Entre uma coisa e outra, no entanto, ele achou tempo para fazer Hunt for the Wilderpeople, em que um garoto revoltado da área urbana da Nova Zelândia que foge com o tio desequilibrado (Sam Neill, do primeiro Jurassic Park) para a floresta.

O site The Verge está animado com a possibilidade de Waititi se tornar o próximo diretor-estrela de Hollywood: “Julgando por esse filme, Waititi é um candidato perfeito para dirigir um filme da Marvel. Ele é um artista transbordando de ideias estranhas e um excelente senso de humor”.

The Lure

Aviso: o trailer acima é bem explícito (nós não sabemos porque ele ainda está no Youtube, sinceramente). Mas o fato é que The Lure é um dos projetos mais estranhos e interessantes do ano em Sundance: um filme musical de terror passado nos anos 80, em uma boate típica, em que as duas protagonistas são sereias vampiras, chamadas Golden e Silver.

Apesar da premissa muito empolgante dessa estreia da diretora polonesa Agnieszka Smoczynska, o Hollywood Reporter não está muito otimista: “The Lure é interessante, mas não satisfaz”.

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