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Bates Motel | Quarta temporada estreia mais tensa e distorcida do que nunca

Em sua quarta temporada, Bates Motel entrou naquele rol especial de séries que já alcançaram o seu tom ideal, e agora seguem adiante sem muita turbulência pelo caminho (apesar das subtramas desse quarto não serem muito melhor que a média).

Os fãs acostumados com a direção que a série parecia estar tomando na terceira temporada não vão se decepcionar com o começo dessa nova leva de episódios. A crítica americana recebeu os dois primeiros capítulos da temporada com antecedência.

Allison Keene, do Collider, destacou que, apesar de Vera Farmiga e sua Norma ainda serem as grandes estrelas da série, a atuação de Freddie Highmore e o comportamento errático de Norman, cada vez mais próximo do seu destino, que conhecemos de Psicose, de 1960, roubam muitas cenas nesse começo do quarto ano. O ator não só acerta a complexa decadência psicológica do personagem, como emula perfeitamente os maneirismos e detalhes da performance de Farmiga nas cenas em que Norman se transveste como sua mãe.

O primeiro episódio começa com as consequências das ações de Romero (Nestor Carbonell) e Norman (Highmore), visto que ambos terminaram o terceiro ano matando uma pessoa. Com Norma procurando desesperadamente pelo filho após a briga que os dois tiveram, e Dylan (Max Thierot) partindo para Portland com Emma (Olivia Cooke) para apoiá-la durante uma cirurgia importante que pode salvar sua vida, Bates Motel começa a toda velocidade.

A subtrama de Emma funciona largamente pelos esforços de Olivia Cooke, como notou Mitchel Broussard, do We Got This Covered. A atriz, que interpretou um papel similar no hit indie Eu, Você e a Garota que Vai Morrer, torna a personagem amável e interessante, dando a ela (e a Dylan) algo de concreto para fazer nesse começo de temporada.

A relação entre Norma e Norman, que segue no coração da série, é informado por alguns novos desenvolvimentos: Norman completa 18 anos (Highmore tem 24, aliás), e sua mãe agora não pode mais forçadamente interná-lo em um hospital psiquiátrico, como ela estava tentando fazer durante a temporada passada – há algo de trágico nisso, com Norma finalmente reconhecendo o problema que seu filho tem e se sentindo sem poder para fazer qualquer coisa a respeito.

A crítica do Collider notou que os dois primeiros episódios se parecem com um filme, lentamente escalando as tensões até um final chocante que deixa Norman em frente a um destino incerto. Mas se Bates Motel se transformar em uma exploração mais clara da psicose de Norman e de sua vontade de se travestir como a mãe, além de sua crença de que a Norma de verdade é a autora dos assassinatos que continuam se acumulando, essa será uma temporada interessante, com os dois protagonistas cada vez mais em união ao mesmo tempo em que se voltam um contra o outro.

Ambos os jornalistas concluíram que a promessa da quarta temporada de Bates Motel é manter o tom muito especial que a série desenhou para si durante os três primeiros anos. Um tom de estranheza e confusão entre realidade e fantasia, que nos implica em atos sombrios de violência, mas não nos mostra tudo – assim como Norman, nós só vemos pequenos flashes desses momentos, escondidos por trás da normalidade aparente (mas quase transparente) do relacionamento central da série.

Explorar esse relacionamento é o grande trunfo do quarto ano, e assistir aos próximos passos da transformação de Norman em um assassino à sangue frio é tão empolgante (e trágico) quanto ver Norma fazer às pazes (ou tentar fazer às pazes) com verdades inconvenientes e inevitáveis sobre o filho.

Já renovada para uma quinta temporada, Bates Motel tem todo o tempo do mundo e, ao mesmo tempo, todo o ímpeto empolgado, para chegar no seu inevitável final – e nos entreter com a história mesmo que já saibamos qual é esse final.

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