O Mago Supremo está chegando! No próximo dia 3 de novembro, aporta no Brasil a aventura Doutor Estranho, da Marvel, e o herói será interpretado por ninguém menos que Benedict Cumberbatch, fresquinho de sua indicação ao Oscar por O Jogo da Imitação.
Conhecido pelo papel na série da BBC Sherlock, Cumberbatch assume o papel do personagem criado em 1963 por Steve Ditko, um mestre da magia que ganhou todo o seu conhecimento através da Anciã (Tilda Swinton) após um acidente que o fez deixar sua vida anterior, a de um renomado cirurgião.
Confira o novo trailer e pôster do filme
Cumberbatch se sentou com a ScreenRant para falar dos desafios do papel. Confira os momentos mais marcantes da entrevista abaixo:
Vimos artes conceituais do filme e fotos suas em diferentes figurinos…
Cumberbatch: Não são incríveis? Cada nível do treinamento tem uma roupa diferente. E como eu sou o Doutor Estranho, eu passo por todos eles. Será que eu posso dizer isso? [risos]. Uma voz interior está me dizendo ‘não!’, mas enfim. A história é uma história de origem, então passamos por todos esses níveis, mas também há o que acontece antes, quando ele é um cirurgião e tem um acidente. Isso me dá uma desculpa, como ator, para aprender aos poucos com meu personagem e acompanhar a jornada dele. Eu não sou um mestre da magia nem das artes marciais, então conforme ele vai aprendendo eu vou também.
Por que você aceitou fazer esse papel?
Cumberbatch: Uma das principais razões era que eu queria ver como era a caixa de brinquedos de Hollywood [risos]. É incrível a quantidade de conforto que eles dão para todo mundo no set, mas ao mesmo tempo o nível de artesanato que vai em cada aspecto do filme. A primeira olhada que um ator tem de seu personagem é através de artes conceituais, e quanto vi as artes para esse filme fiquei ‘uau, isso é incrível!’. A quantidade de trabalho e tempo que eles dedicam a tudo isso é absolutamente incrível. Eles são todos gênios. Quando eu vi as artes dos personagens de Tilda [Swinton] e Mads [Mikkelsen], uau.
Você leu os quadrinhos na infância?
Cumberbatch: Não, de forma alguma. Eu nunca tive muito apego com quadrinhos, não porque lia alta literatura, mas porque era uma criança muito distraída. Nunca tive obsessão com nada. Eu lia Asterix nas férias, e Tin Tin. Eu nunca fui muito o tipo nerd. Mas quando me envolvi com esse projeto, conversei com Kevin [Feige] e ficamos falando dos quadrinhos, e ele me explicou o espírito do Doutor Estranho e o porquê de eles estarem fazendo esse filme agora.
Os fãs queriam você para esse papel muito antes de você ser escalado…
Cumberbatch: Eu sei, e isso é louco! [risos] Eu fico feliz com a aceitação dos fãs, mas a verdade é que me encontrei com Kevin e Scott [Derrickson] nas primeiras vezes e não tinha certeza das intenções deles, entende? Você está à mercê da internet hoje em dia, e acho que em parte é por isso que eles me chamaram, mas conforme fui sentindo o personagem e encontrando o projeto, começou a fazer mais sentido. O fato de que os fãs me queriam é só um incentivo para chegar ao set todos os dias e entregar o melhor trabalho que eu puder, certo? O fato de que a produção esperou por meses por mim, porque eu tinha outros compromissos… É uma honra enorme ter esse papel.
As pessoas da produção vivem dizendo que esse filme é completamente diferente dos outros da Marvel. Que filme você pode indicar, então, que é similar?
Cumberbatch: Uau, isso é complicado. Vocês viram as artes, as fotos, um pouco da ação. Quero que vocês tirem suas próprias conclusões. A partir do momento que eu, como ator, começo a fazer referências desse tipo, começo a receber propostas de projetos com o resumo ‘Harry & Sally misturado com Robocop 3’, e não sei o que fazer com isso [risos]. Eu acho que é importante deixar o filme respirar e se tornar o que o público quiser ou encontrar nele, certo? Eu vi as artes e acho o visual incrível – muito viajado, mas também muito científico. Ele tem tudo o que o original tinha, mas com um sabor mais moderno.
Qual é a jornada do Doutor Estranho de neurocirurgião arrogante para Mago Supremo?
Cumberbatch: Eu diria que ele ainda é bastante arrogante no final do filme [risos]. Eu acho que ele aprende que nem tudo é sobre ele, que existe um bem maior – e a coisa é que ele achava que fazia o bem maior como neurocirurgião, mas aquela carreira era apenas uma extensão da necessidade de controle dele sobre a morte e sobre o destino. Eu acho que ele se torna menos egocêntrico, provavelmente, e ajuda o fato de que ele se torna um mago poderoso pra c****** [risos].
A jornada dele é de um cara que tem tudo, uma vida que você diria que é perfeita se não faltassem algumas coisas óbvias, para um cara que não tem mais nada. Ele passou por um sistema que foi muito generoso com ele, e agora ele não está mais nessa boa posição. Ele era um cara brilhante e arrogante, e por causa do seu brilhantismo as pessoas não se importavam com sua arrogância. Ele é um cara que você não gosta, mas diria ‘é, eu quero ele dentro da minha cabeça se precisar de operação’. O que o leva para o caminho da Anciã é puro desespero, ele se afasta de tudo o que ele já conheceu – e daí tudo vira um inferno.