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MacGyver | Com mais ação que a original, reboot aposta em reviravoltas e elenco jovem

Entre 1985 e 1992, MacGyver (ou “Profissão Perigo”, como ficou conhecido na TV brasileira) foi ao mesmo tempo o cara mais cool e icônico de televisão americana, e o nerd mais famoso do planeta. O MacGyver de Richard Dean Anderson era um agente secreto que se recusava a levar arma para as suas missões, raramente se dava bem em confronto direto e físico, mas tinha um conhecimento científico impressionante, e uma mente incrível para as gambiarras mais famosas da cultura pop, que o tiravam de toda a sorte de encrencas.

Mais de 30 anos depois, MaCgyver ganha outro rosto: o do americano Lucas Till, até então conhecido pelo papel de Alex Summers nos filmes da franquia X-Men. A série que exibiu seu piloto na sexta-feira (23), no entanto, não é a mesma dos anos 80, e o Mac de Lucas Till também é outro. Antes de qualquer coisa, o ator é uma escolha esperta para o personagem: apesar da pinta de galã, Till já mostrou algumas vezes que é capaz de se relacionar com o espectador médio, e passar por um “cara comum”. Ele se sai admiravelmente bem nesse sentido durante o piloto.

O que a nova MacGyver não quer, no entanto, é fazer com que seu herói seja um conceito datado. O novo Mac é capaz de ganhar do capanga médio de um criminoso no combate mano a mano, mas sua maior arma continua sendo a mente, ainda que os feitos que ele alcança no episódio de estreia sejam bem mais físicos – transformar a cobertura de um caminhão militar em um paraquedas, por exemplo, ou derrubar um capanga atirando uma bandeja de prata nele.

Reviravolta?

O episódio de estreia mostra MacGyver em uma missão mais ou menos rotineira, em que ele acaba perdendo sua namorada, Nikki, em uma tragédia. A série retoma três meses depois, quando Mac é reativado para trabalhar na recuperação de uma arma biológica que acabou sendo roubada durante a operação que vimos anteriormente. O jovem descobre então, para sua surpresa (mas não do público), que Nikki está viva, e planejou tudo para vender a tal arma no mercado negro.

Antes que o pior possa acontecer, no entanto, MacGyver consegue interceptar a bomba e retirar o componente biológico que poderia matar muita gente, saindo de paraquedas e deixando a bomba em si explodir – mas sem Nikki, que vai presa. Agora, a série deve acompanhar suas aventuras com o novo time: o ex-CIA Jack Dalton, a diretora Patricia Thornton e a hacker transformada em colaboradora Riley.

A cena final do episódio mostra Thornton pedindo para MacGyver dar um novo nome para a força-tarefa onde irão trabalhar a partir de agora – o jovem escolhe “Phoenix”, batizada em homenagem ao pássaro lendário e ao pingente que ele mesmo usa, aparentemente adquirido em uma operação no Egito. Está aí uma história que gostaríamos de ouvir. Por fim, vemos Nikki escapar da prisão usando um truque que o próprio MacGyver a ensinou.

Menos é mais?

O episódio inicial de MacGyver apresentou uma produção impecável, com ação alucinante, mas não deve agradar aos fãs leais à série original. Há quem vá dizer que o MacGyver dos anos 80 era um ícone datado que precisava ser atualizado, mas a identidade do agente secreto ideal dos jovens em 2016 é mesmo um MacGyver mais truculento e físico? De certa forma, para muitos vai parecer que o espírito da série não está mais aqui.

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