Em termos de personagens marcantes da história em quadrinhos de The Walking Dead que entraram para o inconsciente coletivo antes mesmo de chegar à televisão, os vilões estão em franca vantagem. O visual do Governador com o seu tapa-olho é, é claro, virtualmente inesquecível, mas talvez a figura que mais tenha causado comoção e tenha feito uma marca permanente em quem acompanha esse fenômeno seja Negan, o líder dos Salvadores e o dono de Lucille, um taco de beisebol enrolado em arame farpado que ele usa como sua arma favorita.
A mágica de apresentar pessoas cruéis e implacáveis em The Walking Dead funciona porque nos lembra do quão tênue, e ao mesmo tempo do quão definitiva, é a linha que separa os anti-heróis que acompanhamos como protagonistas da história, Rick e seu grupo de sobreviventes, desses vilões que eles enfrentam. Não importa quão vulgar e desprezível Negan seja, ele e Rick não são completos opostos – são pequenas coisas que os separam, e observar isso é se lembrar do quão importante certas pequenas coisas podem ser.
A partir daqui, vamos analisar um pouquinho da história de Negan nos quadrinhos de The Walking Dead que, depois de provocar um banho de sangue na estreia da sétima temporada, passou se tornar uma das figuras mais odiadas da cultura pop no momento.
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Claro, a primeira aparição do vilão nos quadrinhos é um dos momentos mais lendários de toda a história de publicação de The Walking Dead desde 2003. Capturando Rick, Carl, Glenn, Maggie, Sophia, Michonne e Heath, Negan e seu grupo de sobreviventes denominado Salvadores tenta tomar controle de Alexandria, a zona de segurança em que nossos protagonistas estavam abrigados. Apesar da resistência de Rick, Negan prova sua força ao escolher aleatoriamente um deles para executar usando Lucille – e o azarado da vez é Glenn, personagem do ator Steve Yeun na série.
Segundo o próprio Yeun: “A chegada de Negan para mim é espetacular. Nós estivemos esperando por essa pessoa por muito tempo, e nos quadrinhos ele é uma forma de elevar os riscos para os sobreviventes de uma forma que não aconteceu antes. Então, para mim, introduzir Negan à série é simplesmente espetacular” – infelizmente, Yeun e seu personagem foram uma das primeiras vítimas do sadismo de Negan, repetindo um dos momentos cruciais dos quadrinhos.
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Mais intrigante que essa primeira aparição do personagem, que será interpretado por Jeffrey Dean Morgan (o Comediante de Watchmen) na série, é tudo o que se segue a sua introdução no universo pós-apocalíptico de Washington, DC. Conforme vamos conhecendo melhor a comunidade dos Salvadores, nossa visão de Negan começa a ser moldada – ele reina tão absoluto sobre seus quase 50 homens que possui um harém com várias das ex-esposas e namoradas deles, todas servindo como parceiras sexuais para Negan. Ao mesmo tempo, essa agressividade sexual encontra um contraponto em uma das regras fundamentais que Negan impõe aos Salvadores: “nós não estupramos”.
A linguagem cheia de profanidades de Negan é outro aspecto bastante conhecido do personagem, mas é curioso notar que apesar da personalidade intratável e desprezível, os seus ímpetos de violência acontecem apenas quando ele sente que tem algo a ganhar com essa violência. De certa forma, Negan é ainda mais assustador por ser um monstro sem piedade que só age quando sabe que pode usar sua falta de consciência para adquirir vantagem. Se o Governador tinha aspectos da petulância de um verdadeiro psicopata, Negan tem muito mais do que isso.
Não é a toa que, nos quadrinhos, o vilão é derrotado, depois de uma guerra mais do que movimentada com todas as outras comunidades de Washington DC, por um discurso de Rick, que ressurge depois de Negan achar que ele estava morto e convence o líder dos Salvadores de que seus métodos de liderança nunca foram tão altruístas quanto ele achou que eram. Parece um final anti-climático e piegas, mas Rick obviamente corta a garganta de Negan assim que o vilão baixa a guarda – o golpe não o mata, mas Rick o mantém preso em seu porão como uma lembrança de sua própria humanidade se comparada à de Negan.
De certa forma, a jornada de Negan na série em quadrinhos serve para mostrar e sublinhar a linha moral que The Walking Dead desenha sempre de forma tão difusa. Com críticos reclamando que a série deixou para trás essa linha moral e essa discussão sobre violência e sobrevivência, a sétima temporada e as que virão após a introdução de Negan pode trazer de volta um aspecto que sempre foi fundamental para a história pós-apocalíptica da produção.
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Em suma, Negan só tem a acrescentar, se os roteiristas lidarem com ele da maneira certa.
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