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Os motivos que fizeram a Academia escolher os indicados ao Oscar de Melhor Ator e Atriz

Na onda do Oscar 2017, o Observatório do Cinema explica porque vale a pena assistir cada um dos 10 indicados ao Oscar de Melhor Ator e Melhor Atriz deste ano e porque a Academia os escolheram.

Com qualidades únicas, a safra de atores desta edição da premiação é digna de respeito e merece ser conferida no cinema mais próximo de você:

Indicados ao Oscar de Melhor Ator
Indicados ao Oscar de Melhor Ator

Casey Affleck por Manchester À Beira-Mar

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Casey Affleck nunca teve uma verdadeira oportunidade de mostrar seu alcance artístico e sempre caminhou à sombra do sucesso estrondoso de seu irmão, Ben Affleck. Em Manchester, temos uma história para o ator deitar e rolar com seu talento dramático. Aqui constrói um personagem complexo, de poucas palavras, de olhares, porém bastante intenso e conturbado em face de ter passado por diversos fatos que destruíram a alma daquele homem. O roteiro cheio de situações dramáticas nos brinda com a atuação mais importante da carreira de Affleck. Sua interação com o jovem Lucas Hedges também merece destaque por ser cheia de sutilezas, oscilações de afetividade e secura, um primor. É o favorito da categoria e possivelmente só Ryan Gosling poderia tirar o prêmio das mãos do ator.

Andrew Garfield por Até o Último Homem

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Com uma atuação sensível e contida, Andrew Garfield entrega um soldado pacifista em meio a um campo de batalha em Okinawa assustador. Com sede de sangue, o diretor Mel Gibson costura um filme cheio de cenas chocantes e uma história de humanidade eficientemente defendida por Garfield. Desmond Doss (Grafield) é um ingênuo caipira religioso que cai no furacão de uma guerra violenta e, por princípios pessoais de consciência, decide não segurar nenhuma arma durante a batalha. Tem poucas chances de ganhar o prêmio, mas já abre caminho para o jovem Andrew alçar vôos mais ambiciosos em Hollywood.

Ryan Gosling por La la Land: Cantando Estações

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Ryan Gosling sempre foi um ator eficiente e merece o reconhecimento que tem recebido por este delicioso La La Land. Com uma química sensacional com Emma Stone, Ryan interpreta Sebastian e canta, dança e toca piano brilhantemente. Invocando o talento dos grandes atores de musicais do passado, Ryan constrói um personagem crível e cheio de sonhos e desilusões em um filme que deixa qualquer um com vontade de se apaixonar e assobiar a bela “City of Stars”, também indicada ao Oscar de Melhor Canção Original. O Oscar de Melhor Atriz parece certo para Emma Stone, e Casey Affleck certamente representa um obstáculo real no caminho de Gosling.

Viggo Mortensen por Capitão Fantástico

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Viggo sempre será lembrado pelo eterno Aragorn de “Senhor dos Anéis”, mas aqui interpreta um personagem belíssimo, puro e rico em arcos dramáticos ao longo do filme. Suas cenas explosivas com Frank Langella são desconcertantes e garantem bons momentos em Capitão Fantástico. O ator obtém aqui sua segunda indicação ao Oscar de Melhor ator e, sem dúvida, firma-se como um dos melhores atores de sua geração. É a zebra dos indicados e tem chances remotas de ganhar, mas constrói um caminho bastante sólido nos últimos tempos. O Oscar deve chegar logo…

Denzel Washington por Um Limite Entre Nós

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Particularmente, é a melhor atuação dos 5 e seria uma baita surpresa se Denzel levasse a estatueta este ano. Denzel já ganhou o prêmio por sua incrível atuação em Dia de Treinamento, mas aqui desenvolve um personagem riquíssimo, cheio de boas falas e com cenas arrepiantes com todos os atores coadjuvantes que pontuam suas interações no decorrer do filme. Por ser baseada em uma peça, Um Limite Entre Nós se passa em um ambiente restrito, o que expande o foco nas atuações e prende o público integralmente pelo talento irretocável de Denzel e sua esposa na trama interpretada pela perfeccionista Viola Davis. Não tem para ninguém.

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Indicadas ao Oscar de Melhor Atriz

Isabelle Huppert por Elle

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O polêmico filme de Paul Verhoeven permite que Huppert construa brilhantemente sua personagem fria, complexa e conturbada. Tais elementos na mão da atriz veterana transformam-se em uma atuação que é um tour de force para a trama indigesta sobre uma bem sucedida empresária de Games que acaba sendo vítima de um terrível estupro em sua própria residência em Paris. A atriz, que já deveria ter sido reconhecida pelo Oscar por sua atuação memorável em Professora de Piano (2001), encontra chances reais de levar a estatueta na noite de 26 de fevereiro, contudo, pode esbarrar em Emma Stone e o furacão “La la Land” . Outro ponto que infelizmente é um problema para os avaliadores da Academia é o fato do filme ser falado em francês, regra que de vez em quando é quebrada como foram os casos de Marion Cotillard (La Vie em Rose) e Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona). Em um mundo justo, o Oscar iria para Huppert.

Ruth Negga por Loving

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Talvez seja a atuação mais sensível e delicada das cinco indicadas. Ruth Negga interpreta Mildred, uma tímida garota negra que decide levar adiante seu relacionamento com um homem branco em uma cidade pequena da Virgínia em 1958. O casal revolta o estado, que não admite casais inter-raciais em seu território, e inicia-se uma queda de braço que levou o embróglio a Suprema Corte dos Estados Unidos no famoso caso Loving vs Virginia. Ruth Negga, uma atriz discreta e sem grandes filmes no currículo, conseguiu um feito e tanto ao ser selecionada para competir com um time de peso no Oscar deste ano. Sua atuação é contida e minimalista, mais de gestos, olhares do que de intensidade.

Natalie Portman por Jackie

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É inegável o talento da Sra. Portman em cada personagem que decide defender com unhas e dentes. Foi assim com o premiado Cisne Negro, que garantiu a estatueta para ela em 2010, e não é diferente em Jackie. Sua composição precisa mostra uma Jacqueline Kennedy enigmática nos dias subsequentes ao atentado que custou a vida do presidente Kennedy em 1963. O tom de voz da ex-primeira dama, a postura, trejeitos são meticulosamente reproduzidos por Portman em um exercício que facilmente poderia cair no caricato. O filme é incômodo e muitas vezes arrastado, porém é carregado por Natalie Portman em sua atuação que definitivamente merece ser reconhecida.

Emma Stone por La La Land: Cantando Estações

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Emma Stone é uma atriz talentosa e faz bonito em La La Land: canta, dança, atua bem e é carismática. Todas as qualidades trazidas por Stone ao delicioso musical do diretor Damien Chazelle merecem o destaque de ser uma das cinco finalistas desta categoria. Sua química com Ryan Gosling é inegável e grande parte do crédito do filme ser um sucesso deve-se a atriz. No entanto, é difícil coloca-la junto a atuações tão complexas como as de Isabelle Huppert e Natalie Portman, por exemplo, e avaliar a melhor delas. O lobby de La La Land é intenso, o filme caiu na graça de críticos, público e influenciadores digitais. Tais mecanismos catapultam o filme e é capaz dele papar quase todos os Oscars das 14 indicações que obteve. Stone é a mais provável de sair com um baita sorriso no rosto e uma estatueta a tiracolo para coroar seu talento. É uma das atrizes mais talentosas da sua geração.

Meryl Streep em Florence: Quem é Essa Mulher?

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Meryl é sempre incrível ao compor suas personagens, além de conseguir dar vida própria para cada uma delas, não se repete em maneirismos ou cacoetes de atuação. Florence é apenas um filme leve e bem humorado sobre uma rica herdeira nova iorquina que sonha em tornar-se uma cantora de ópera reconhecida, apesar de ter uma voz terrível e desafinada. O filme, além disso, garante uma ótima parceria em cena entre Streep e Hugh Grant, em uma de suas melhores atuações nos últimos tempos. Não deve ser desta vez que a veterana levará sua terceira estatueta para casa, mas defende sua cadeira cativa na categoria de melhor atriz e firma-se cada vez mais como uma referência em atuação no cinema mundial. Não há nada que Meryl Streep não possa fazer.

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