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Santa Clarita Diet | Crítica – 1ª temporada

Desde o anúncio de Santa Clarita Diet, pouco se sabia sobre os caminhos exatos que a trama iria seguir, aumentando a expectativa que só foi amenizada nessa sexta, quando a Netflix estreou os 10 episódios da primeira temporada.  Dificilmente a empresa erra em suas séries, e Santa Clarita Diet é, novamente, outra prova da soberania do serviço de streaming.

A série acompanha a vida de Sheila (Drew Berrymore), Joel (Timoty Olyphant) e Abby (Liv Hewson), uma família que leva uma vida pacata em Santa Clarita, até que Sheila se transforma em morta-viva, mudando radicalmente o convivo com seus familiares e, obviamente, sua dieta, já que passa a se alimentar de carne humana (daí o título).

Não é correto dizer aqui todo o trunfo da série, já que todas as surpresas seriam reveladas. Ainda assim, Santa Clarita consegue inovar o tema “zumbi” de um jeito que nem os filmes mais cômicos do gênero conseguiram. Basta saber que, para se entregar à trama (o que não é difícil), é necessário esquecer tudo o que se aprendeu sobre os mortos-vivos, desde clássicos, como Madrugada dos Mortos Vivos, até séries amplamente assistidas, como The Walking Dead.

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Berrymore e Olyphant, que também são produtores da série, nos dão o melhor de suas veias cômicas. O timing dos dois é certeiro e, quando começamos a quase esquecer que estamos assistindo uma série de comédia, suas tiradas nos lembram de que não devemos levar Santa Clarit Diet a sério. Nunca.

Drew Barrymore em Santa Clarita Diet
Drew Barrymore em Santa Clarita Diet

E não levar a produção a sério, nesse contexto, é algo muito bom. Se o espectador fã de zumbis estiver com um pé atrás por se tratar de uma série cômica, pode deixar as preocupações de lado. Santa Clarita não economiza em recursos gráficos. Sangue por toda parte – literalmente – será uma das situações mais leves que serão apresentadas. De fato, é necessário realmente ter estômago forte para assistir (não é à toa que recebeu a classificação indicativa de 16 anos), já que não somos poupados nem mesmo no primeiro capítulo.

Sendo assim, os adeptos do humor negro vão ter um prato cheio com a nova produção da Netflix. O humor e o choque das cenas pesadas não entram em conflito – muito pelo contrário. Berrymore consegue nos dar um humor ácido, deliciosamente irônico, que tem como contraponto o pobre Joel, que passa a se adaptar à rotina de uma mulher que “parece ser o Batman e o Robin, ao mesmo tempo”, enquanto ele é “só o Alfred”.

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Os capítulos são curtos, com pouco menos de 30 minutos cada, e vão direto ao ponto, sem economias: há mais palavrões do que podemos contar e, ainda que se trate de zumbis, as situações são cada vez mais absurdas se considerarmos o mundo real. Ainda assim, funciona muito bem naquilo que Santa Clarita se dispõe a fazer, tornando-se o exagero, assim, verossímil e mais um pilar de seu aspecto cômico.

Se há algo que Santa Clarita Diet merece mais atenção, entretanto, são os capítulos finais. Ainda que tenha um ritmo acelerado durante grande parte do enredo, é notável que ela perde-se um pouco numa certa monotonia nas “considerações finais”. De fato, a falta de conclusão na maioria dos núcleos deixa clara a intenção de uma segunda temporada – que seria mais do que bem vinda.

No mais, Santa Clarita Diet é mais uma ótima série da Netflix, despretensiosa, divertida e descontraída, que vale todo o tempo investido. Sem precisar de muito para se provar de qualidade, Santa Clarita mostra que sempre haverá um novo caminho a se seguir quando o assunto for zumbis – que já é amplamente abordado, dentro da caixinha, pelo cinema e pela televisão.

Santa Clarita Diet
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