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Game of Thrones | As 10 melhores atuações da série até hoje

O elenco de Game of Thrones é assunto de polêmicas dentro da base de espectadores da série. Encontre qualquer discussão sobre a produção da HBO pelos idos da internet e você vai perceber que, apesar de ter levado o Emmy duas vezes pelo trabalho de Nina Gold na direção de elenco, Game of Thrones reúne um grupo de atores que nem sempre convence o público geral.

As indicações de Emilia Clarke ao Emmy são um ponto especialmente controverso para esses fãs insatisfeitos – e eu serei o primeiro a admitir que, de fato, a mãe dos dragões não é a melhor intérprete da série. Há uma desvalorização exagerada, no entanto, dos outros atores de Game of Thrones, talvez porque a aclamação em torno da série cansa, e nosso instinto como público no século XXI é rejeitar aquilo que concentra as atenções da mídia e das academias.

A fim de reabilitar a imagem dos bons atores que já passaram pela série da HBO, aqui vai um ranking pessoal das 10 melhores performances de Game of Thrones até hoje.

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10. Dame Diana Rigg como Lady Olenna Tyrell

O mundo da TV está infinitamente melhor desde 2013, quando Game of Thrones resolveu nos lembrar que Diana Rigg é uma das grandes atrizes britânicas de sua geração. Aos 78 anos, a estrela chegou na série da HBO com um Emmy na prateleira, vencido em 1997 pela minissérie Rebecca, e angariou mais três merecidas indicações pelo papel de Lady Olenna Tyrell, a matriarca de língua afiada de uma das casas mais ricas de Westeros.

A genialidade da performance de Rigg não está só em seu delicioso sarcasmo, mas também na astúcia que esconde por trás dos olhos de Lady Olenna. Em um mar de atuações minuciosamente pensadas e comedidas, Rigg cultiva uma performance deliberadamente selvagem, confiando em seus instintos para criar uma personagem indelével, que deve viver na memória do espectador muito tempo depois dos créditos subirem no último episódio da série.

39. Sean Bean como Lord Eddard “Ned” Stark

Seis temporadas depois, é fácil esquecer da sólida fundação na qual Game of Thrones foi construída – e essa fundação não seria a mesma sem a atuação de Sean Bean na pele de Ned Stark. O ostensivo protagonista do primeiro ano da série, que chocantemente acabou sendo morto no nono episódio, servia como uma bússola moral agora há muito esquecida, mas também como mantenedor de uma ilusão de estabilidade na narrativa.

Bean, vencedor de um Emmy Internacional em 2013 pela série Accused, deu o tom para todo o restante do elenco. É uma atuação detalhista, que permite que o personagem respire por baixo da montanha de reviravoltas erguida pelos roteiristas de Game of Thrones, e que, em breves nove episódios, cria uma conexão afetiva direta com o espectador. A série seria bem diferente sem ele.

48. Jack Gleeson como Rei Joffrey Baratheon

A morte do sádico Rei Joffrey foi comemorada universalmente por espectadores de Game of Thrones em 2014 – a saída de Jack Gleeson do elenco, nem tanto. O jovem ator irlandês anunciou pouco tempo depois da morte de seu personagem que desistiria da carreira na atuação, deixando para trás o enorme potencial mostrado durante a série.

Interpretar um personagem tão odiável pode ser difícil, mas Gleeson fugiu das armadilhas da caricatura (o mesmo não pode ser dito de Iwan Rheon, o Ramsay da série, por exemplo) para criar um retrato convincente de uma crueldade impulsionada pelos privilégios. Seu Joffrey era patético, inseguro da própria masculinidade da forma como apenas um adolescente mimado poderia ser, fraco, vazio – e, por voltar todas essas características contra aqueles sobre os quais tinha poder, era também singularmente aterrorizante.

57. Charles Dance como Lord Tywin Lannister

Outra lenda da atuação britânica, Charles Dance nunca está fora de seu elemento quando interpretando Tywin Lannister. O severo e sisudo patriarca da família mais famosa de Westeros é o tipo de personagem que Dance passou toda uma carreira aperfeiçoando, e talvez por isso seja ainda mais impressionante quando ele se mostra capaz de encontrar novas profundidades nele.

Nas mãos do ator de 70 anos, a burocracia e o reino de terror de Tywin são especialmente convincentes porque vem de um senso profundo de responsabilidade – e, talvez mais importantemente, de uma irrevogável solidão. Dance constrói um homem que enterra o luto pela esposa há muito partida, e o ressentimento pelo filho que “a matou” durante o trabalho de parto, embaixo de uma montanha feita de pequenas noções de dignidade e legado.

Sua morte, genialmente idealizada, deixa claro que é tudo fachada.

66. Maisie Williams como Arya Stark

Maisie Williams tinha apenas 14 anos quando começou a interpretar a mais jovem das filhas de Ned Stark em Game of Thrones. Ao embarcar na jornada de amadurecimento de Arya, no entanto, Game of Thrones nos deu de presente a oportunidade de observar o nascimento de uma atriz de potencial quase ilimitado.

Assim como Arya encontrou novas formas de entender sua identidade e conquistar sua independência, Williams lançou mão de recursos cada vez mais sofisticados para construir sua performance. A partir do quinto ano da série, o trabalho da jovem atriz floresceu em uma interpretação que trabalhava a complexidade das emoções de Arya com habilidade – seu medo e insegurança dando lugar a um entendimento de mundo imediatamente reconhecível e identificável.

Quando Game of Thrones terminar, vale ficar de olho nela.

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5. Gwendoline Christie como Brienne de Tarth

A fisicalidade impressionante é apenas a superfície quando se trata de Gwendoline Christie. Esse talento impressionante revelado por Game of Thrones provou diversas vezes seu valor durante a jornada de Brienne de Tarth, elaborando o senso de honra impecável da personagem dentro de uma lógica completamente única.

Na interpretação de Christie, o dever sagrado de Brienne é subproduto de uma vida em que servir a Lordes e Ladies se mostrou a única forma confortável e digna de usar seus talentos e seguir seus gostos. Talvez por isso a atriz introduza um senso de conflito constante à personagem, comunicado na sutileza dos olhares tanto quanto na linguagem corporal – um uso inteligente dos seus 1,91m.

84. Rory McCann como Sandor “Cão de Caça” Clegane

Sandor Clegane é um homem de profundas contradições, e só um ator como Rory McCann poderia compreendê-las. O “Cão de Caça” viveu uma vida fundamentada na violência e na servidão, mas almeja-se pacífico e livre; é conhecido pela brutalidade nas batalhas, mas tem medo mortal de fogo; ensina uma filosofia de vida niilista à mesma garota com a qual viaja apenas para vende-la de volta a sua família.

McCann encarna essas contradições com a confiança de um grande ator. É quase um milagre que seu Cão de Caça seja convincente como indivíduo, se você pensar bem nas características que o constroem. O porte intimidador de McCann esconde uma atuação sensível por juntar todas as peças desse homem quebrado, e inimaginavelmente formar uma figura ambígua com a qual o espectador é capaz de se relacionar. É uma das performances mais conscientes e eficientes de Game of Thrones.

93. Lena Headey como Rainha Cersei Lannister

Sejamos claros: Lena Headey é excepcional como Cersei Lannister desde a primeira temporada de Game of Thrones. Um dos grandes momentos daquele primeiro ano é o diálogo franco e devastador que ela tem com o então Rei Robert (Mark Addy, que entraria nessa lista se ela fosse um pouco maior) – lá, Headey estabeleceu que sua Cersei não é só uma coleção de trejeitos vilanescos. Pelo contrário, é uma mulher cujo apego ao poder é dolorosamente, quase tragicamente, compreensível.

O aprofundamento da jornada de Cersei serviu para Headey trazer essas entrelinhas à tona, construindo uma personagem cujas provações desenham um caminho determinista em direção à retaliação violenta que marcou a sexta temporada. O trabalho sólido ao longo dos anos dá frutos quando Headey ganha a oportunidade de interpretar uma Cersei desprendida de quaisquer princípios. É uma tempestade perfeita em forma de atuação: é impossível não amá-la, não odiá-la, ou ignorá-la.

102. Peter Dinklage como Tyrion Lannister

A escalação de Peter Dinklage como Tyrion Lannister talvez tenha sido a decisão mais fortuita dos produtores de Game of Thrones. Fãs dos livros de George R.R. Martin são quase unânimes em afirmar que a atuação do americano é impecável, e a academia do Emmy concorda – Dinklage foi indicado por todas as seis temporadas, e levou o prêmio duas vezes. Ele se tornou, em larga escala, o rosto mais famoso de Game of Thrones, e talvez por isso seja fácil esquecer quão genial é sua atuação.

O carisma superficial de Dinklage é óbvio, mas é também uma esperta ferramenta para manter a profundidade de seu Tyrion escondida na maior parte do tempo. Épicas batalhas íntimas são travadas pelo ator nas cenas fundamentais do personagem, quando tudo que fica borbulhando por baixo do sarcasmo de Tyrion vem à tona em uma explosão expressiva. É uma abordagem que casa com elegância melodrama e naturalismo, fortalecendo o laço de compreensão entre espectador e personagem.

111. Michelle Fairley como Lady Catelyn Stark

Michelle Fairley é uma das grandes atrizes britânicas em atividade atualmente. A subestimada intérprete fez milagres com o pouco tempo de tela e atenção dispensados à sua Catelyn Stark nas três primeiras temporadas de Game of Thrones. Construir uma mulher que passa pelas perdas traumáticas de Catelyn e encontra as forças para se tornar uma defensora feroz de sua família não é um feito qualquer, mas realiza-lo com a complexidade e sutileza que Fairley demonstrou é ainda mais impressionante.

Em pequenos e grandes momentos, a atuação da britânica encontrava o cerne inabalável de Catelyn e coloria ao redor dele com delicadeza magistral, criando uma mulher cheia de subtons. Sua Catelyn era capaz de inteligência estratégica imensa, rigidez moral impenetrável, afeição intensa, arrependimento profundo, amargura infindável – era uma mulher complexa que nem sempre estava nas páginas do roteiro. Menos favorecida com grandes cenas do que muitos de seus colegas de elenco, Fairley foi além de quaisquer expectativas – quando ela estava em cena, ninguém parecia tão real quanto ela.

Três temporadas depois de sua morte, Lady Catelyn continua imbatível.

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