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A maldição de Gambit, o derivado de X-Men que não consegue sair do papel

Gambit, o atribulado spin-off de X-Men estrelado por Channing Tatum, perdeu seu diretor dois meses antes do início das filmagens – a notícia, divulgada nessa quinta (11), dá conta de que Gore Verbinski (Piratas do Caribe) não poderá mais dirigir a aventura da Fox/Marvel por conta de “conflitos na agenda”, mas essa não é a primeira “separação amigável” de um cineasta com o longa.

Gambit, que por enquanto continua com data de estreia marcada para 14 de janeiro de 2019 e tem filmagens agendadas para março de 2018 em Nova Orleans (EUA), começou sua jornada para a tela grande em 2014, quando a produtora Lauren Shuler Donner disse, durante a estreia de X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, que Tatum estrearia no papel no filme seguinte da franquia, X-Men: Apocalipse (2016), antes de estrelar o filme solo. Isso não aconteceu, é claro, já que nem sombra de Gambit foi vista no filme de Bryan Singer lançado no ano retrasado.

O filme solo foi anunciado oficialmente em outubro de 2014, com um roteiro inicialmente assinado por Joshua Zetumer (RoboCop) a partir de uma história criada por Chris Claremont, o lendário quadrinista que ajudou dar luz ao Gambit nos anos 1990. A primeira data de estreia anunciada pela Fox? Outubro de 2016.

O diretor Rupert Wyatt, primeiro na fila dos desistentes de Gambit

Em 2015, as coisas continuavam nos trilhos, com o diretor Rupert Wyatt (Planeta dos Macacos: A Origem) assinando para participar do projeto, e a estrela francesa Léa Seydoux (007 Contra Spectre) garantida na pele de Bella Donna Boudreaux, interesse romântico do herói. Wyatt não durou mais do que alguns meses no cargo, citando também os famosos “conflitos na agenda” para deixar o projeto em setembro de 2015.

A essa altura, a Fox já admitia que o lançamento em outubro de 2016 não ia funcionar, dizendo que “o roteiro estava sendo acertado para um tom único e com a voz correta”. O produtor Simon Kinberg anunciou que tal script estava finalizado em julho de 2016, dizendo também que Doug Liman (No Limite do Amanhã) havia assinado para dirigir a aventura. O cineasta durou menos de um mês no posto, anunciando em agosto que estava deixando a produção, também por conflitos de agenda.

Doug Liman

Donner, que inicialmente anunciou o filme em 2014, começou a ter que justificar o atraso do filme em cada oportunidade de entrevista. A produtora disse, em uma turnê de imprensa para promover a série Legion, que Tatum ainda estava comprometido com o papel, e que trabalhava junto com os roteiristas para acertar o tom do filme. Em agosto de 2017, uma nova sessão de ajustes no script foi anunciada, dessa vez comandada por Reid Carolin (Magic Mike), um “homem de confiança” de Tatum.

A coisa parecia estar novamente encaminhada em outubro, quando Verbinski foi anunciado como o terceiro diretor a assumir o projeto, e a atriz Lizzy Caplan (Masters of Sex, Meninas Malvadas) foi anunciada em papel não divulgado, mas que poderia ser o mesmo para o qual Seydoux foi escalada em 2015. Por enquanto, não está claro se a saída de Verbinski pode causar outro atraso na produção, ou se um substituto será anunciado rapidamente pela Fox, visando manter a data de estreia intacta.

Gore Verbinski

O curioso é que a trajetória de Gambit no cinema não começou em 2014, e sim em 2009, quando Taylor Kitsch assumiu o papel do anti-herói em X-Men Origens: Wolverine. O filme foi tão criticamente massacrado (e arrecadou uma bilheteria nada impressionante, para piorar) que a boa performance de Kitsch no papel, cuja personalidade se manteve fiel aos quadrinhos, acabou enterrada em uma montanha de erros de percurso. Um dos personagens mais complexos dos X-Men, Gambit merece um bom filme – e os sinais que a Fox está mandando com essa produção atribulada não são nada positivos.

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