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Primeiras impressões | Black Lightning

ESSE TEXTO FALA SOBRE O 1º EPISÓDIO DA SÉRIE BLACK LIGHTNING

Black Lightning foi o primeiro herói afro-americano da DC Comics, tendo feito uma primeira aparição em 1977, ganhou um interessante início na TV. Jefferson Pierce (Cress Williams) está há nove anos aposentado como o herói homônimo, além de também ter se distanciado do cargo de diretor do colégio local. A forte onda de violência que aumentou na cidade, provocada pela gangue The 100, além do contínuo racismo enraizado na sociedade – tapeado equilibradamente durante o piloto – despertam dentro de Jefferson, uma incontrolável vontade de voltar a usar o uniforme azul e amarelo.

O primeiro episódio, Reborn, busca ser o mais objetivo possível, através de uma narração em off sobre os detalhes que colocaram todos naquela situação, além dos personagens importantes dos núcleos principais. Como citado, o preconceito é uma alegoria sobre a mensagem da série, que conseguiu discutir de maneira importante e pontual esse conceito, sem cair em contradições ou discursos vazios. Além das dicotomias sociais, os conflitos internos também são importantes para guiar todos em busca de seus objetivos.

Os personagens apresentam um simbolismo e importância coerentes para a trama, sendo responsáveis por leva-la sobre duas linhas narrativas: a parábola social e o conceito mais padronizado do super-herói e do impacto dele em sua comunidade. Jefferson Pierce, por exemplo. Cress Williams incorpora bem o caráter vigilante já costumado, mas também dialoga com si mesmo em sua ligação à cidade e às causas pelas quais tanto lutou bravamente, mesmo sem o uso do uniforme, como o diretor do Garfield High School.

Nesta escalada criminalística da gangue The 100, sua filha, Anissa (Nafessa Williams) foi quem também se importou pelas causas e decidiu agir em meios anárquicos, buscando impor luta direta e armada contra a gangue, buscando limpar a comunidade no qual se sentiu fortalecida sua vida toda. O conflito com seu pai, que percebera em algum momento a ineficácia da violência, é um justificável e interessante contrassenso responsivo ao que podem ser os principais personagens da primeira temporada.

A vilania extraída da gangue é exemplificada um membro deles: Lala (William Catlett). Não só por ser responsável pelo gatilho da abordagem semântica da série, resultando no despertar de fez de Black Lightning, que ainda parece estar mais sendo Jefferson do que propriamente o herói, mesmo que ainda não houve tempo para identificar como são as diferenças de visão e perspectiva entre as duas personalidades. Obviamente que quando os dois se viram mediante uma situação com uma intensa urgência, agiriam de igual força e ação.

Um ponto muito positivo em Black Lightning está na trilha sonora que se alinha perfeitamente às cenas apresentadas e com o que a história quer transmitir. Inclusive, a vontade que se tem é de adquirir imediatamente as músicas tocadas. Outra coisa que merece um +1 é quem faz os ternos do ator Cress Williams, assim como, a direção de arte no geral.

Black Lightning possui elementos originais para ser destacada das outras produções de herói do canal CW. Trilha sonora, ambientação, caracterização e uma estipulação em pauta social, que é importante, em aspecto aparente, ao desenvolvimento do roteiro nos próximos episódios. O caminho já está estabelecido e ditado, pelo menos, no que pode ser refletido e conquistado. O cuidado em não tropeçar e tentar ser e falar mais do que pode, renderá um custo alto para Black Lightning. Contudo, a segurança inicial deu a entender que o planejamento narrativo já está bem estruturado.

Black Lightning estreia nessa terça-feira, 23 de janeiro no Brasil, no catálogo da Netflix, seguindo o calendário da televisão americana. Ou seja, um episódio por semana.

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