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Crítica | Ducktales – Os Caçadores de Aventuras

Quem teve o privilégio de desfrutar da infância no final da década de 80 e início dos anos 90, já deve ter se defrontado com um almanaque do Tio Patinhas ou do Pato Donald na casa de um primo ou de um amigo que visitava comumente aos finais de semana. Caso isso nunca tenha ocorrido, é bem provável que esse personagem e uma porção de outros lhe foram apresentados durante a exibição de Ducktales – Os Caçadores de Aventuras em alguma atração infantil que marcou esse período de sua vida.

Inspirada na série de quadrinhos da Disney, Ducktales retorna com as novas aventuras da turma de Patópolis, capitaneada pela ave mais rica do universo Disney. Em meio à abundância de cifrões de Tio Patinhas nos conectamos aos personagens de outrora, agora repaginados, portanto aos que torcem o nariz para reboots, já adianto que a produção encanta devido à eficiência de sua narrativa.

A série dá a largada, em ritmo frenético, exibindo Pato Donald em busca de um emprego. Para tanto, ele precisa deixar os sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho sob os cuidados de Tio Patinhas, que os mantém trancados em um vasto quarto antigo, que o próprio batiza de área de recreação. Tendo como companhia apenas um punhado de bolas de gude, os trigêmeos pouco usufruem da distração, já que num átimo dão de cara com Patrícia Vanderpato, neta da governanta Madame Patilda, que inicia um tour pela mansão do milionário.

A imaginação fértil dos personagens é evidente quando se deparam com o museu secreto, que nada mais é do que a garagem da mansão lotada de quinquilharias. Porém, a fantasia se instaura no momento que o terceiro toque de um gongo, que ali se encontra, desperta o Dragão Caça Ouro. A partir daí, a aventura se intensifica com a inserção do piloto Capitão Bóing, auxiliando-os na resolução desse caso, que levará a outras peripécias na Cidade Perdida de Atlântida, onde Tio Patinhas, os sobrinhos e a nova amiga Patrícia terão de enfrentar o ambicioso Pão Duro Mac Mônei, que contrata Donald na tentativa de afrontar o milionário de Patópolis.

O enredo prova ser bem articulado ao lidar com temas como a importância da família, sendo essa uma das premissas que guia a narrativa, servindo de recurso para a humanização de Tio Patinhas, que começa o episódio como um personagem carrancudo e rabugento, mas o caminhar dos acontecimentos trata de transformá-lo em um senhor compreensivo e despojado, graças aos estímulos dos sobrinhos, por quem parecia não nutrir apreço algum, posto que para ele família está atrelada à confusão. Entretanto, essa confusão se faz necessária para enriquecer ainda mais a história.

A opulência não está somente concentrada na fortuna de Tio Patinhas, uma vez que o investimento na narrativa de ação é tão bem maquinado que se comunica até mesmo com a reação dos personagens, que exibem um constante entusiasmo, ânimo esse dos mais bem-vindos. A eloquência dos diálogos também atribuem ritmo à narrativa, que além da agilidade dominante, sabe investir no humor, principalmente por inseri-lo em momentos-chave, deste modo, os gracejos fogem ao lugar-comum.

Os dois primeiros episódios da série animada vão ao ar em 4 de fevereiro, às 11 da manhã, em três canais fechados do grupo Disney: Disney Channel, Disney XD e Disney Junior. Vale ressaltar que na mesma data e horário, a estreia pode ser conferida na TV aberta pelo SBT e também via streaming na página do Disney Channel no Facebook. Diante de tantas plataformas à disposição será indesculpável perder a estreia dessa série que, para muitos, dispensa maiores apresentações, por avivar a nostalgia que lhe cabe.

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