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Crítica | Após quase 30 anos, Os Simpsons continua mais ácida e polêmica do que nunca

Por Marx Walker.

Na segunda-feira do dia 21/05/18, as sacadas de Homer e cia ganharão um duelo épico: Com o 638° indo ao ar, os Simpsons passarão a ser a série de TV americana com mais episódios produzidos na história dos Estados Unidos, ultrapassando o faroeste “Gunsmoke”, que xerifou nesse posto por décadas.

E se há algo em comum entre essas duas séries, é o comportamento de xerife, que atira no que ou em quem achar justo, algo que o pessoal de Springfield faz como ninguém, porém com suas sátiras, indiretas e demais apontamentos ácidos que fazem da cidade de Dodge City um lugar pacato quando comparado ao que acontece no mundo da família amarela em questão.      E como todos os tiros achistas, viram e mexe sobram-se balas perdidas, que quando não pegam na honra de raspão, acertam em cheio na cabeça do preconceito.

E é sob essa atmosfera de tiros polêmicos e populares que estreia a 29° temporada, que de antemão já começa disparando com cano-duplo (exibindo dois episódios) e a notícia de que a 30ª temporada já está no gatilho.

Com base no que se pode ver nos dois primeiros episódios, a acidez nos apontamentos sociais e as críticas a projetos televisivos de sucesso mundial dão o tom do que se pode esperar dessa temporada.        Mais do que nunca, tenha suas referências sobre seriados televisivos vigentes, questões políticas e nerdices atualizadas no F5 se quiser captar de primeira todas as abordagens feitas.

A imagem de divulgação abaixo já dá uma dica do que você vai encontrar em termos de referência por essa temporada, que promete ter nas abordagens ao personagem Apu uma mira especial, dada a polêmica levantada em torno do histórico bullying que sofre o indiano nessa animação, no documentário “The problem with Apu”.

Os dois primeiros episódios dão um certo protagonismo a Marge e Lisa, que lidarão com um sucesso repentino (já vimos isso algumas vezes na família) que as farão ter que administrar da melhor maneira possível todos os desdobramentos dessa fama adquirida, para o bem e para o mal.
O fato é que retratar um mundo que está mudando suas percepções sobre aquilo que é politicamente correto está se tornando uma missão cada vez mais complexa, ao mesmo passo que se entende que isso deveria ser simples, dado que é só respeitar a condição do outro e estaria tudo bem.
E ao assistir essa temporada 29, há muitas chances de você não se sentir o mesmo telespectador de algumas temporadas atrás, e é exatamente o diagnóstico dessa reflexão que vai fazer você decidir se Os Simpsons continuam com tiros de sniper nas questões do mundo, ou se Homer nunca deveria ter tomado o lugar do xerife Matt Dillon, de Gunsmoke.

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