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Crítica | Orange Is The New Black - 6ª temporada

A sexta temporada de Orange Is The New Black chega trazendo um tom de novidade para a série. Depois de duas temporadas bastantes revigorantes, a série original de Netflix chega a ousar mais ainda e continua acertando o tom, mesmo com alguns velhos erros.

Depois de acompanharmos a personagem de Elizabeth Rodriguez, que continua demonstrando uma ótima atuação, fora da cadeia na quinta temporada, a série traz acertadamente ainda mais momentos fora da cadeia, acompanhando por exemplo a personagem de Taryn Manning, que continua sendo um dos destaques de atuação da série. Assim, Rodriguez continua sendo responsável por nos mostrar a vida de uma ex-detenta, enquanto Manning revela a de uma fugitiva.

Enquanto isso, a nova prisão, que é de segurança máxima, muda o jogo com o qual estávamos acostumados em Lichtfield. A rivalidade entre gangues estabelecidas anteriormente como raciais dá espaço para uma nova dinâmica de blocos lutando entre si. Personagens que viemos acompanhando ao longo das cinco temporadas agora são divididas quase que arbitrariamente entre estes, criando novos relacionamentos e mantendo alguns antigos. Um exemplo dos que se mantém é o das personagens de Taylor Schilling e Laura Prepon.

Originalmente protagonista, Schilling sofre cada vez mais com uma das personagens mais desinteressantes da série e, apesar de acertar às vezes na atuação, deixa a desejar no geral. Já Prepon, que tem uma personagem um pouco mais interessante, continua com sua péssima atuação à qual estamos acostumados desde That 70’s Show. Com as mudanças cada vez mais radicais na dinâmica da série, é de se esperar que eventualmente a história das duas chegue à um fim. Apesar da relação ser interessante de acompanhar, há tempos que as outras detentas trazem arcos muito mais interessantes.

Danielle Brooks, Selenis Leyva, Adrienne C. Moore, Jessica Pimentel, Laverne Cox, Yael Stone, Natasha Lyonne e Dale Soules continuam com seu ótimo trabalho na série. Brooks acaba por se destacar graças ao seu arco na temporada, onde podemos acompanhar seu julgamento e a preparação para tal, enquanto ela se defende das acusações de ter assassinado Piscatella na rebelião que acontece na quinta temporada. Kate Mulgrew tem um arco pequeno para sua personagem, em comparação com os demais. Infelizmente sua atuação se torna cada vez mais caricata e, sua caminhada na nova prisão parece até um pouco preguiçosa.

Dascha Polanco mantém seu nível de atuação, onde escorrega às vezes, mas em sua maioria demonstra seu potencial como atriz. Seu novo papel também é interessante, já está em contato com sua mãe e serve como uma ponte para planos entre o lado de dentro e de fora da prisão. Jackie Cruz continua seu ótimo trabalho na série. Apesar de não ter os arcos mais interessantes, continua como um dos melhores alívios cômicos da série. A saída de Diane Guerrero é sentida, já que ambas formavam uma dupla excepcional, mas não atrapalha o brilho de Cruz.

Ainda no aspecto da comédia, Laura Gómez é cada vez mais um destaque da série. Nessa temporada, sua relação com Miguel Izaguirre é mais explorada, tornando-se a dupla cômica que o público deve torcer mais para ver. Outra relação amorosa que explora muito bem a comédia é de Alysia Reiner e Nick Sandow. Sandow inclusive brilha em suas cenas sozinhos, ganhando cada vez mais um destaque merecido na série. Matt Peters também continua ótimo em seu papel, cada vez mais hilário.

A maioria das novas personagens funciona bem, com destaque para Carol e Barbara, que tem a sorte de serem, cada uma, representadas por duas ótimas atrizes. As duas são encarregadas pela nova dinâmica de rivalidade e são a grande adição, tanto no elenco como na trama, desta temporada. Enquanto no presente Henry Russell e Mackenzie Phillips são responsáveis por levar o arco geral da temporada para frente, mostrando uma guerra entre os blocos C e D que vai aos poucos se preparando para estourar no seu finale de uma hora e meia. A relação das irmãs é construída por meio de flashbacks, onde vemos Ashley Jordyn e Lauren Kelston dar vida as personagens.

A sexta temporada traz a trama mais bem elaborada da série, que mantém seus pequenos arcos individuais, mas traz o mais interessante arco único, contando com uma virada bastante interessante no final. O arco principal é tão interessante que os flashbacks do passado de Carol e Barbara devem ser os mais esperados pelo espectador.

Orange Is The New Black foi o primeiro grande sucesso da Netflix, e apesar de ter tido uma segunda temporada muito aquém de seu potencial, a série continua se renovando muito bem e sendo uma das melhores produções do serviço de streaming. A sexta temporada é, no mínimo, uma das melhores da série e deve agradar o público, que sentirá falta de personagens antigas mas se deliciará com as novas, apesar de nem todas funcionarem tão bem quanto outras

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