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"Já sinto o peso da idade", afirma Cláudia Raia em entrevista exclusiva

Cláudia Raia é um tipo de pessoa que dispensa apresentação. Artista completa: atua, dança, canta e esbanja simpatia. É notável a sua presença, não só pelo 1,80m de altura, mas pelo imenso talento.

Aos 51 anos, Maria Cláudia Motta Raia vive um dos momentos mais marcantes de sua carreira. A atriz curte a repercussão do espetáculo musical Chaplin, em cartaz em São Paulo, no qual atua como produtora, além de participar como jurada do quadro Show dos Famosos do Domingão do Faustão e de sr preparar para voltar às novelas.

Workaholic assumida, Cláudia Raia abre o coração e fala do orgulho da sua trajetória profissional em entrevista exclusiva ao Observatório do Cinema. A atriz também fala do seu relacionamento com o ator Jarbas Homem de Mello, da reprise da novela Belíssima, que está em cartaz no Vale a Pena Ver de Novo, e muito mais.

Confira a nossa entrevista com Cláudia Raia:

Atualmente você assina a produção do espetáculo musical Chaplin. Como é a emoção da reestreia do espetáculo que teve a sua primeira montagem em 2015?

Mesmo depois de dois anos (da primeira estreia), o público ainda estava com a história que contamos presente. O reconhecimento de um trabalho para um artista é louvável. Graças a Deus o musical está sendo um sucesso. É um projeto que tenho muito orgulho, principalmente pelo impacto que ele causa na plateia. As pessoas se surpreendem com a história e isso que é o mais interessante.

Como você separa a Cláudia Raia atriz da Cláudia Raia produtora?

Não separo. Não tem como. Por exemplo, quando estou no ar em uma novela eu fico agindo como produtora o tempo todo. Eu me preocupo com o horário para entregar o estúdio, eu aviso aos meus colegas, ‘Gente se não terminarmos esse plano hoje, teremos que pagar os figurantes amanhã’. Mas é uma preocupação saudável. Acredito que todos os atores deveriam passar pelos corredores de uma produção. Quando você se torna atriz, depois de iniciar como produtora, você já tem uma visão ampla de uma produção como um todo, pois você expande o seu lado artístico. Já quando você é somente atriz e embarca na área da produção, você tem que correr atrás. Produzir é uma grande responsabilidade.

Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello no musical Crazy for You (Foto: Reprodução / Internet).

Infelizmente ainda vivemos em um país onde nem todos têm acesso à cultura. Você desde sempre produziu os seus próprios espetáculos. Como cidadã, como você encara esse momento político no qual o país atravessa atualmente e sobre o seu pouco investimento e desvalorização á cultura de modo em geral?!

Olha, eu sempre produzi os meus espetáculos, pois eu não ficava esperando alguém produzir pra mim. Eu sempre tive disposição para ir atrás, implorar por apoio, patrocínio… As coisas não caem do céu, então era necessário eu falar dos meus sonhos, ir atrás de dinheiro para produzir. A classe artística está passando por um momento difícil. É um sonho termos mais musicais, ficar em cartaz todos os dias não somente de quinta à domingo, ou somente aos finais de semana, como muitos outros espetáculos. Mas isso não acontece porque a conta não fecha, não dá pra você ficar em temporada mais de três meses. Mas sou esperançosa, mas sem perder a garra, persistência e disposição para conseguir parcerias.

Você completou 30 anos de carreira e é consagrada por seus personagens na televisão, cinema e teatro. Mesmo assim ainda é difícil conseguir patrocínio para os seus espetáculos? Qual é a maior dificuldade em fazer musicais no Brasil?

Conseguir patrocínio é muito difícil, dificílimo. Eu não sou uma artista que vive da Lei Rouanet. Inclusive existem algumas questões que deveriam ser aparadas com esse ministro atual, Sérgio Sá Leitão, mas o importante é não desistir e eu vou à luta. Mas eu vou de escritório em escritório vender os meus sonhos, mostrar os meus projetos. Tenho responsabilidade também com a proporção do meu trabalho, empregamos muitos artistas de forma direta e indireta em cada musical, então a arte tem que resistir e o patrocínio é fundamental para colocar esses projetos em prática.

A atriz sempre produziu os seus espetáculos. (Foto: Reprodução / Internet).

Fale sobre a sua parceria artística com Jarbas Homem de Mello. É difícil separar o pessoal do profissional?

É o nosso quinto musical juntos. Não fazemos essa separação, somos parceiros. Gostamos de trabalhar e mais do que isso, gostamos de ficar juntos. Se não estamos trabalhando juntos e temos outros compromissos, procuramos estudar os horários para que o nosso tempo livre seja para ficarmos grudados. Fazemos várias atividades como: balé, sapateado, aulas de canto e até malhação. É gostoso fazermos tudo juntos, temos uma sintonia incrível. Eu costumo dizer que foi um encontro total de almas. Nossa relação dá muito certo, porque temos o mesmo temperamento, então fica mais fácil compreender um ao outro.

No Show dos Famosos, quadro do programa Domingão do Faustão você é a jurada mais animada, mas mesmo assim não deixa de ser exigente com os candidatos. É difícil avaliar os participantes?

É muito difícil. Ali eu estou como jurada, então fico numa situação complicada, pois ao mesmo tempo que eu entendo tudo o que eles estão passando eu tenho que julgar, então é preciso sutileza, delicadeza. Mas ao mesmo tempo estamos ali para tirar o melhor dos candidatos, todos são excepcionais, mais o papel do júri é querer sempre mais, é fazer com que eles saiam da zona de conforto.

O que você acha da repercussão negativa do Show dos Famosos?

Todos os participantes estão sendo desafiados. Eu não enxergo uma repercussão negativa, todas as opiniões são com respeito e temos que avaliar a apresentação como um todo, mas claro que ás vezes as opiniões divergem, isso é normal.

A atriz sempre se destaca com os figurinos usados em suas participações como jurada do quadro Show dos Famosos, do Domingão do Faustão (Foto: Reprodução / Internet).

É inegável a repercussão da personagem Safira em Belíssima (2005). A trama, em reprise no Vale a pena ver de novo, traz de volta uma parceria de sucesso ao lado de Reynaldo Gianecchini, interpretando o personagem Pascoal. Como foi esse momento para você?

A novela é muito atual, até parece que está sendo gravada em 2018. Silvio de Abreu sempre foi um visionário, sempre entendeu bem o papel da mulher na sociedade e a Safira era uma mulher moderna. Ela não dependia de homem, claro que tinha os conflitos, mas a história continua atual. Já referente à relação com o Pascoal foi uma grata surpresa. Não estava na sinopse, inclusive ele seria par com a Cacau (Claudia Abreu). Teríamos uma relação curta, mas a química foi tanta que se estendeu, foi uma novela Belíssima em todos os sentidos.

Em Belíssima (2005) você contracenou com grandes nomes. Como eram os bastidores da novela e o que mais te marcou nesse período?

Foi uma novela delicada, marcante para toda a equipe. O meu núcleo era de uma família grega e estudávamos muito sobre isso, principalmente do conservadorismo, pois as famílias turcas são conservadoras. Ao mesmo tempo eu tinha Lima Duarte e Irene Ravache como pais. O Giane (Reynaldo Gianecchini) meu irmão. Toda a equipe liderada pela (diretora Denise) Saraceni, éramos uma família.

Cláudia Raia deseja estrelar remake da novela Tieta

Em cena com o ator Reynaldo Gianecchini. O casal foi um dos acertos da novela Belíssima. (Foto: Reprodução / Internet).

Aos 51 anos, você está em plena forma. Como você faz para se manter bem fisicamente e espiritualmente?

Imagina, eu já sinto o peso da idade. O meu marido (Jarbas Homem de Mello) que me estimula a manter a forma, sempre está animado, querendo fazer várias coisas e me ajuda a manter a dieta. Já a dança me ajuda a ficar bem comigo mesma e também a recarregar as energias.

Quais são seus próximos projetos para o teatro, televisão e cinema?

Eu volto em uma novela das 19h com data de estreia prevista para janeiro (2019); as gravações devem iniciar entre setembro e outubro. Também estou na produção do Chaplin até o dia 29 (de julho), então graças a Deus ainda terei muito trabalho para os próximos meses, eu amo trabalhar, amo demais o meu trabalho.

Deixe uma mensagem para os internautas do Observatório do Cinema que curtem o seu trabalho.

Agradeço a todos do portal que acompanham o meu trabalho, tanto na televisão quanto nos palcos e aproveito para convidá-los para prestigiarem até o dia 29 de julho o musical Chaplin, no Theatro Net São Paulo, de quinta a domingo. Está imperdível, espero vocês!

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