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Crônicas de San Francisco: O que você precisa saber antes de ver a série gay da Netflix

Já faz 18 anos desde o fim da série Tales of the City, que agora ganha uma nova versão sob o título Crônicas de San Francisco

que começou como uma narrativa serializada no jornal San Francisco Chronicle.

Não demorou muito para Armistead Maupin expandir sua narrativa para livros, que seriam adaptados para uma série limitada.

A série estreou no Channel 4 em 1993, retornando para mais duas versões – uma em 1998 e outra em 2001, as três com Laura Linney como Mary-Ann Singleton tentando navegar a vida em São Francisco.

Apesar de terem mais livros a serem adaptados a série parecia ter acabado há quase vinte anos com Further Tales of the City e agora foi revivida pela Netflix, nos oferecendo a possibilidade de visitar Barbary Lane, 28 novamente.

A nova série se passa 23 anos após Mary-Ann ter deixado São Francisco para investir em sua carreira e deve soar instantaneamente familiar aos fãs das adaptações anteriores. Junto de Linney, Olympia Dukakis e Barbara Garrick reprisam seus papéis, junto com inúmeros novos atores, incluindo Ellen Page, que vive a filha de Mary-Ann, Shawna.

Embora esses rostos familiares ajudem a tranquilizar os fãs de longa data, há ainda muitos elementos novos a serem explorados. Crônicas de San Francisco é bem acessível para novos espectadores, mas conhecer a história anterior certamente acrescenta mais camadas à história.

Uma série revolucionária

Antes de Queer as Folk ou The L Word ajudarem a normalizar o ‘queer’ na TV, Tales of the City foi a primeira série a retratar o amor LGBTQ+ como algo a ser celebrado, quebrando novas barreiras para sexo e nudez nas telinhas também.

A primeira série se passava em 1976, no auge da eclosão da cultura LGBTQ+ em São Francisco, antes da AIDS começar a devastar essa comunidade poucos anos mais tarde. A fim de encontrar a si própria, Mary-Ann Singleton se muda para uma pensão bastante inclusiva, gerenciada por Anna Madrigal, uma senhora que ama fumar maconha e dá boas-vindas para pessoas de todos os tipos.

Inicialmente reprimida, a personagem de Linney começa a se soltar com o tempo e chega a embarcar em um caso nada saudável com Thomas Gibson.

Further Tales of the City foi ao ar três anos mais tarde em uma nova emissora, se passando seis semanas após o término da primeira série. Fora Linney e Dukakis, muitos personagens trocaram de atores, incluindo Brian Hawkins, o amor de Mary-Ann e Michael ‘Mouse’ Tolliver, seu melhor amigo, mas a série em si continuou a lidar com suas temáticas centrais.

Ambientada quatro anos depois, em 1981, Further Tales of the City, desandou um pouco com uma trama bizarra envolvendo o líder de culto Jim Jones – felizmente isos não afeta nada o novo revival.

O que se torna mais relevante é o novo trabalho de Mary-Ann como uma personalidade da TV e seu novo relacionamento com Brian. A carreira de Singleton eventualmente ganha prioridade sobre sua família e ela acaba deixando Brian e sua filha adotiva Shawna para trás a fim de conseguir um emprego no telejornalismo.

Nos últimos vinte e três anos desde que Mary-Ann deixou Barbary Lane, Mouse também contrai HIV, algo que o material fonte explora em mais detalhes, começando com o quarto livro.

Murray Bartlett, de Looking, é o terceiro ator a interpretar Mouse, no revival da Netflix e Brian agora é interpretado pelo ator original, Paul Gross, que inicialmente havia deixado a série após sua primeira temporada.

Mantendo-se relevante

De muitas maneiras, Dukakis é a alma de Crônicas de San Francisco, mas algo que não fica imediatamente aparente no revival é que a proprietária da casa de Olympia é, de fato, uma mulher trans, que fez cirurgia antes dos outros personagens a conhecerem.

No entanto, conforme os mistérios da série começam a ser desvendados, logo fica claro que o passado de Anna é mais importante para o revival do que os espectadores podem achar de início. Isso começa a aparecer em um flashback que se passa em 1966.

Agora interpretada por Jen Richards, uma atriz trans indicada ao Emmy, a jovem Anna chega em São Francisco com o mesmo tipo de inocência de Mary-Ann no início. A história pessoal de Anna agora desempenha um papel chave na série.

A nova showrunner da série, Lauren Morelli, disse que o maior desafio desse revival foi ter certeza que Crônicas de San Francisco “funcionaria para a audiência já familiarizada com o material e os novatos”.

Felizmente, ela e sua equipe conseguiram fazer isso, capturando o espírito revolucionário das versões anteriores, com uma nova abordagem ousada bem relevante em 2019.

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