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Antes de entrar no MCU, Blade teve uma história complicada com a Marvel; veja

No encerramento do painel da Marvel Studios na San Diego Comic-Con, Kevin Feige surpreendeu ao chamar o premiado Mahershala Ali para o palco. O ator oscarizado por Moonlight e Green Book então botou um boné preto com o logotipo do novo herói do MCU: Blade, o Caçador de Vampiros. O anti-herói eternizado por Wesley Snipes ganhará um reboot com aquele que certamente é um dos atores mais requisitados e aclamados da atualidade.

É poético que Blade seja anunciado no final do painel, afinal, o personagem foi o primeiro lançamento da Marvel nos cinemas após a compra de Avi Arad. Era o recomeço da Marvel, iniciado em 1998 com o primeiro filme estrelado por Wesley Snipes, que gerou uma excelente continuação e um terceiro filme decepcionante.

Mas a história da Marvel com Blade é complicada, principalmente pela relação do estúdio com Marv Wolfman, co-criador do Caçador de Vampiros nos quadrinhos. Quando a New Line Cinema anunciou uma adaptação do filme, Wolfman processou o estúdio e a Marvel em uma ação de US$35 milhões, afirmando que trabalhava como freelancer no período que criou o personagem, e não tinha nenhum contrato estabelecido – e Wolfman afirmavam que deveria reter os direitos autorais de Blade.

A Marvel ganhou a ação, e o primeiro filme de Blade com Wesley Snipes foi feito e lançado em 1998. Wolfman seguiu sua carreira, tendo uma boa passagem pela DC Comics com arcos de Jovens Titãs e Crise nas Infinitas Terras.

O valor

A outra polêmica envolvendo Blade vem com a dificuldade do estúdio em reconhecer seu valor na época. Quando Pantera Negra estreou em 2018 e trouxe diversos recordes para um filme com elenco negro, o astro Wesley Snipes comentou que Blade poderia ter tido um sucesso similar, se o estúdio o tivesse valorizado como o MCU fez com o filme de Ryan Coogler.

“Eles receberam os números e viram como eram altos e o apelo do personagem para o público e o mundo. Esse executivo comentou, ‘Eu não entendo por quê as pessoas gostam disso'”, relembra Snipes.

“Haviam outros que achavam que pessoas negras ou de talento negro não vendiam bem internacionalmente, principalmente no Japão. Blade estreia e estoura no Japão, apesar do fato de que o protagonista é um cara negro. Isso é um testamento à falta de noção cultural, inteligência sobre o mundo em si, a abordagem global e o apelo que a cultura afro-americana tem no mundo”, completa o ator.

O reboot de Blade ainda não tem previsão de estreia.

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