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Após cancelar Lucifer, The OA e mais hits, Netflix virou máquina mortífera de séries

Nesta semana, a Netflix cancelou mais uma de séries mais adoradas por uma porcentagem de seus assinantes: a enigmática The OA. Muitos já consideraram uma vitória que a ficção científica misteriosa tivesse ganhado uma segunda temporada, que deu continuidade à uma história que poderia ter sido encerrada no primeiro ano, mas não ter mais um ano acaba deixando a obra perpetuamente incompleta e sem final. É mais um cancelamento súbito no serviço de streaming.

É uma prática que a Netflix tem feito com frequência, o que é curioso dado seu modus operandi entusiasmado há alguns anos. Era muito raro a Netflix cancelar uma série, e lembro-me bem de praticamente todas as séries originais do streaming ganharem novas temporadas de forma quase industrial. Até mesmo séries não muito populares e bem avaliadas ganhavam encomendas de novos episódios, o que poderia fazer alguns se perguntar: a Netflix tem todo esse dinheiro para gastar? Algum lucro deve vir, mas a verdade é que os tempos mudaram.

Se a Netflix está fazendo cortes em suas produções, é mais uma consequência da Guerra do Streaming. O mercado de produções para internet está ficando mais forte, e a Netflix pode perder a coroa de dominância na área. A Disney+ vem forte com toda a biblioteca de Mickey Mouse, Star Wars, novas produções da Marvel e também todo o catálogo da Fox, no que deve ser uma entrada monumental no streaming, assim como os promissores Apple TV+ e o HBO Max, este último reunindo todas as propriedades do selo Warner/Turner.

Agora, o foco da Netflix deve ficar mesmo com suas produções mais fortes. Stranger Things deve ser o grande carro chefe em termos de público, e deve demorar a ser cancelada – ainda que a produção planeje parar já na quinta temporada. O Mundo Sombrio de Sabrina foi um sucesso em seu primeiro ano, e já garantiu renovação até seu quarto ano no streaming, enquanto Black Mirror segue trazendo mais antologias, e a empresa até descobriu uma forma de capitanear no sucesso estrondoso do terror A Maldição da Residência Hill, que também vai abraçar o formato antológico.

Séries que não são tão populares não deverão durar mais. The OA tinha sua legião de fãs, mas que nunca foi tão grande quanto Stranger Things, assim como Friends from College (que nunca foi bem avaliada), Santa Clarita Diet e 13 Reasons Why – esta última, sejamos bem sinceros, é um fruto que a Netflix deveria ter parado de espremer desde a primeira temporada, e que só tem trazido dor de cabeça para o streaming. E ainda temos os casos de Designated Survivor e Lucifer, duas séries que a Netflix comprou de outras emissoras para uma sobrevida, mas que aparentemente não renderam o estouro de popularidade esperado.

E os Defensores?

O caso Marvel é completamente diferente, mas também traz causas do problema maior. Demolidor, Luke Cage, Jessica Jones, Punho de Ferro e o universo dos Defensores no geral estava decaindo em popularidade entre os fãs. Alie isso com a compra da Fox pela Disney e os números certamente pesaram para a Netflix, que não viram lucro em apostar em uma propriedade apenas parcialmente controlada – e que teria mais competição vindo do MCU televisivo do Disney+.

A ideia da Netflix agora é desenvolver suas próprias gigantes. O streaming já prepara-se para soltar a caríssima The Witcher, que promete ser sua resposta ao fenômeno de Game of Thrones, ao passo em que também prepara novas adaptações de As Crônicas de Nárnia e a premiada graphic novel Sandman, de Neil Gaiman.

Agora, mais do que nunca, a Netflix assume o modo de “Go Big, or Broke”, que em tradução literal seria, “Jogue grande, ou vá a falência”. Mais do que nunca, a Netflix não pode mais perder dinheiro com produções que não trazem retorno.

Existe chance de The OA ser salva? Os fãs atacaram a Netflix após cancelamento! Você sabia que o Brasil já é o 6º país que mais assiste streamings? E que a Netflix pode ter propagandas? Tudo isso e muito mais no Observatório de Séries!

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