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Crítica | Castle Rock consegue captar o clima de Stephen King, mas deixa a desejar na trama

Castle Rock finalmente chega ao serviço e streaming Hulu. Em seu primeiro episódio, a série já mostra uma certa elegância e deve instigar o espectador, principalmente os fãs de Stephen King, é claro. Ainda assim, o episódio piloto não entregou muito para o público e pode ser considerado confuso demais.

A série entra realmente na atmosfera de Stephen King. Com uma linda fotografia escura que revela enquadramentos precisos e uma lentidão que se torna extremamente eficaz para dar o clima de tensão que a obra merece, a série revela uma qualidade técnica inegável da produção ao acertar na tensão que causa ao espectador.

As atuações também ajudam a dar o tom da série e instigar o público a querer acompanha-la. Bill Skarsgard, Scott Glenn, Sissy Spacek e Terry O’Quinn estão todos muito bem em seus respectivos papéis, e prometem entreter cada um com seus mistérios. Nos três primeiros episódios, apesar de André Holland ter mais tempo de tela, o que se apresenta é a ideia de que este e Melanie Lynskey acabem por ser os protagonistas da trama. Assim, ambos mostram capacidade para segurar a série até o final.

Apesar de ir ficando menos confusa após o piloto, são muitos os mistérios que envolvem a cidade e as pessoas de Castle Rock. Enquanto o que parece ser a trama principal na prisão de Shawshank vai tomando aspecto, os envoltos da série continuam misteriosos demais, ao ponto de ficarem confusos. Dessa forma, a série parece ter sido pensada para o serviço de streaming, mas como o lançamento de seus episódios não traz uma temporada inteira completa, a série pode perder força enquanto não estiver disponível para ser assistida compulsoriamente.

Com J.J. Abrams envolvido na produção, era de se esperar que a série acertasse mais na tentativa de alavancar mistérios interessantes o suficiente para fazer o público conversar e criar teorias entre si, como Abrams conseguiu fazer e muito bem com Lost. Mas pelo contrário, a trama não é bem trabalhada o suficiente para que se consiga propor caminhos a se seguir baseada em sua própria mitologia e, talvez, somente os fãs dos livros de King possam participar de longas conversas sobre o que a série pode estar trazendo.

Mesmo confusa, a série traz uma simbologia obscura e enquadramentos bons o suficientes para deixar o espectador de cabelo em pé com seu suspense. Outro aspecto que poderia melhorar é a sua trilha sonora, que não chega a ser angustiante como a de filmes baseados nas obras de King. Castle Rock capta o espírito de King, mas pode deixar a desejar como trama ao propor já de cara tanto ao mesmo tempo.

Os easter eggs e segredos de Castle Rock

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