Winona Ryder se destacou como uma atriz não convencional desde que se tornou mundialmente famosa em Os Fantasmas Se Divertem (Beetlejuice), de Tim Burton, em 1988. Interpretando a jovem “estranha e incomum” Lydia Deetz, que lida com depressão e solidão, Ryder mostrou ao mundo que tinha talento para papéis mais desafiadores do que o típico estereótipo de estrela adolescente de Hollywood.
Sua carreira continuou a ser marcada por personagens igualmente complexas, como Kim, que se apaixona por Edward em Edward Mãos de Tesoura, e Susanna em Garota, Interrompida, além de Joyce Byers na série Stranger Things.
No entanto, por trás de sua imagem icônica, Ryder enfrentava muitas das mesmas dificuldades que suas personagens, incluindo problemas de saúde mental, assédio e desafios em seus relacionamentos pessoais.
Vida de Winona Ryder não foi fácil
Desde jovem, ela foi vítima de bullying na escola por sua aparência diferente e seu estilo incomum. Em um episódio traumático, chegou a ser atacada fisicamente por colegas. Esse bullying persistiu mesmo após sua ascensão à fama, com acusações infundadas de que ela seria uma bruxa após sua interpretação em Beetlejuice.
A ansiedade também marcou sua trajetória desde o início. Nos anos 90, Ryder voluntariamente procurou ajuda em um hospital psiquiátrico para lidar com ataques de pânico. Essas experiências influenciaram suas performances, como em Garota, Interrompida, onde teve que reviver momentos difíceis de sua própria vida. Mesmo com fama e fortuna, Ryder nunca escondeu o quanto essas batalhas internas eram desafiadoras, algo que ela abordou em várias entrevistas ao longo dos anos.
A pressão de Hollywood também se manifestou em críticas à sua aparência. No início de sua carreira, ela foi informada por diretores de elenco de que não tinha a aparência “adequada” para ser atriz, algo que poderia ter abalado seu espírito, mas ela perseverou. Ryder transformou sua singularidade em força, escolhendo papéis que abraçavam seu visual não convencional, consolidando sua reputação como uma atriz única.
Um dos momentos mais notórios de sua vida pessoal foi sua prisão em 2001 por roubo em uma loja de departamentos. O incidente ganhou ampla cobertura midiática e resultou em uma pausa temporária em sua carreira. Embora Ryder não tenha sido condenada à prisão, ela foi condenada a prestar serviços comunitários e passar por aconselhamento psiquiátrico e sobre o uso de medicamentos. Ela falou sobre o episódio anos depois, explicando que estava sob o efeito de analgésicos na época.
Após o escândalo, Ryder decidiu dar um passo atrás na carreira, passando mais tempo com a família e longe de Hollywood. Esse afastamento, embora inicialmente voluntário, também refletiu a dificuldade de encontrar papéis relevantes para atrizes mais velhas na indústria cinematográfica, especialmente na época. No entanto, seu retorno triunfal veio com Stranger Things, onde ela encontrou o papel profundo e desafiador que buscava.
Sua vida amorosa também foi tema de intensa cobertura midiática, especialmente seu relacionamento com Johnny Depp, que terminou em 1993. O romance, um dos mais notórios da década, deixou Ryder devastada após o término, marcando seu primeiro grande desgosto amoroso. Apesar disso, os dois mantiveram uma relação amigável ao longo dos anos, com Ryder apoiando Depp em momentos difíceis, como no julgamento de difamação envolvendo Amber Heard.
Ryder também enfrentou comentários antissemitas durante sua vida. Embora não seja religiosa, ela se identifica com sua herança judaica e ficou profundamente ofendida com comentários desrespeitosos, como uma piada cruel feita por Mel Gibson nos anos 90. Embora ele tenha negado as acusações, Ryder manteve sua posição, citando a importância do respeito pelas experiências históricas de sua família.
Além disso, ela foi alvo de assédio sexual em Hollywood, algo que só revelou publicamente anos mais tarde, após o movimento #MeToo. Embora não tenha sido vítima direta de Harvey Weinstein, Ryder contou sobre encontros desconfortáveis com o produtor, acreditando que isso contribuiu para que ela fosse excluída de projetos de sua empresa. Mesmo assim, ela encontrou força para seguir em frente e aconselha jovens atrizes sobre os perigos da indústria.
Atualmente, ela pode ser vista em filmes e séries recentes como Beetlejuice 2 e Stranger Things.