Novas informações sobre os casos de assédio sexual envolvendo o diretor John Lasseter, um dos fundadores da Pixar, responsável pela franquia Toy Story e diretor de animação da Disney, foram reportadas nessa quarta (29) pelo Deadline.
Os novos detalhes, providos por executivos da Pixar que não quiseram se identificar, indicam que a Disney sabia do comportamento de Lasseter e até designava “babás” para vigiá-los em reuniões com mulheres ou festas da companhia.
Segundo a reportagem, Lasseter comparecia à festas sempre com um funcionário à reboque, cuja função era “prevenir” ações que poderiam ser vistas como desconfortáveis ou inapropriadas.
“Ele se tornou obcecado com algumas atrizes que trabalhavam na franquia Tinker Bell, nos filmes feito para o mercado de DVD. Ele insistiu para que a Disney as mandasse para Los Angeles, onde ele as levou para uma noite de festa acompanhado de uma ‘babá'”, segundo uma entrevistada do Deadline.
“Ele costumava passar a mão na minha perna se eu me sentasse perto dele em reuniões. Era muito desconfortável. Com o tempo, comecei a evitar me sentar perto dele sempre que podia, porque ninguém ouvia o que eu falava quando ele estava me diminuindo e objetificando daquele jeito”, disse outra.
Outro executivo da Pixar descreve um momento em que, após a feira de brinquedos onde a Pixar comparece todos os anos em Nova York (EUA), Lasseter propôs a um grupo de executivos que eles saíssem para “tomar um drinque”.
“Quando vimos, ele estava puxando a única mulher que havia no grupo para perto de si e passando a mão por todo o corpo dela. Ela tentou rir depois, mas era óbvio que ela estava irritada, e com muita razão”, conta o entrevistado.
A Disney e a Pixar não se pronunciaram sobre os novos detalhes do comportamento de Lasseter. O diretor foi afastado (provisoriamente) de sua posição de liderança dentro da Pixar, e boatos indicam que Pete Docter (Monstros S.A.) pode assumir seu lugar.