Jonathan Glazer causou polêmica no Oscar. Ao ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Zona de Interesse, ele denunciou o massacre de inocentes que ocorre em Gaza, graças à retaliação desproporcional do Estado de Israel na região. Glazer – ele próprio judeu – comparou o assassinato de inocentes palestinos ao Holocausto e foi condenado por parte da comunidade judaica.
Agora, artistas judeus como Joaquin Phoenix, Elliott Gould, Chloe Fineman e mais de 150 outros assinaram uma carta aberta em apoio ao discurso de Jonathan Glazer no Oscar.
A lista de 151 signatários obtida pela Variety também inclui a irmã de Phoenix, Rain, a três vezes indicada ao Oscar Debra Winger, o diretor de Segredos de um Escândalo, Todd Haynes, o diretor Boots Riley, o aclamado cineasta Joel Coen, o diretor Lenny Abrahamson, David Cross, dentre muitos outros.
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Em uma declaração à Variety, Ilana Glazer disse: “Assinei esta carta para ajudar a combater o clima de silenciamento que muitos locais de trabalho e setores estão enfrentando em relação à guerra de Israel em Gaza, que agora entra em seu sétimo mês. Essa controvérsia em torno de Jonathan Glazer é apenas um exemplo”.
Schamus acrescentou: “Já se passaram semanas desde o discurso de aceitação de Jonathan Glazer no Oscar, mas, como somos lembrados pela morte inconcebível de sete trabalhadores humanitários do World Center Kitchen nesta semana – e de inúmeros outros civis palestinos – seu apelo à humanidade tornou-se ainda mais urgente, assim como nosso dever, como criativos judeus, de protestar contra a campanha de difamação cruel feita contra ele”.
“Somos artistas, cineastas, escritores e profissionais criativos judeus que apoiam a declaração de Jonathan Glazer no Oscar de 2024. Ficamos alarmados ao ver alguns de nossos colegas do setor descaracterizarem e denunciarem suas observações”, diz a carta aberta. “Seus ataques a Glazer são uma distração perigosa da escalada da campanha militar de Israel, que já matou mais de 32.000 palestinos em Gaza e levou centenas de milhares à beira da fome. Lamentamos por todos aqueles que foram mortos na Palestina e em Israel ao longo de muitas décadas, incluindo os 1.200 israelenses mortos nos ataques do Hamas em 7 de outubro e os 253 reféns tomados”.
A carta continua: “Os ataques a Glazer também têm um efeito silenciador em nosso setor, contribuindo para um clima mais amplo de supressão da liberdade de expressão e da dissidência, as mesmas qualidades que nosso campo deveria valorizar. Glazer, Tony Kushner, Steven Spielberg e inúmeros outros artistas de todas as origens condenaram o assassinato de civis palestinos. Todos nós deveríamos poder fazer o mesmo sem sermos injustamente acusados de alimentar o antissemitismo.”
“Honramos o Holocausto dizendo: Nunca mais para ninguém”, conclui a declaração. Veja a lista completa de quem assinou a carta aberta, aqui.
