Martin Scorsese se abriu em entrevista para o THR sobre o momento mais difícil de sua vida, e como ele o conduziu à fé católica que gerou o épico Silence, seu mais recente filme.
“Após terminar New York, New York [1977], eu comecei a correr riscos. Eu estava fora do meu tempo e do meu lugar, e minha vida estava de cabeça para baixo. Eu estava abraçando o outro lado, sentia atração por essa parte perigosa da existência. Então, no Dia do Trabalho, eu me vi no hospital, surpreso por ter passado tão perto da morte”, comentou.
“Foi um número de coisas que aconteceu ao mesmo tempo. Eu estava abusando de medicamento de prescrição, e meu corpo reagiu de formas estranhas. Eu estava muito magro, não eram só as drogas, mas também a asma. Eu fiquei no hospital por 10 dias e noites, e eles cuidaram bem de mim, esses médicos, e eu comecei a pensar que não queria morrer”, disse ainda.
“Eu havia me afastado da fé há muito tempo, fui ingênuo e neguei tudo o que aprendi, mas naquele momento rezei, mesmo que só para passar por aqueles 10 dias e noites. Eu pensei que, se fosse salvo ali, deveria ser por alguma razão”, comentou por fim.
Moonlight é eleito melhor filme pelos críticos de Los Angeles; veja os vencedores
Scorsese trabalha há 28 anos na adaptação do romance de Shusaku Endo, Silence, e o filme recém-lançado é um dos grandes candidatos a vencer o Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado (que Scorsese divide com Jay Cocks).
Silence estreia em 26 de janeiro no Brasil e tem Andrew Garfield, Adam Driver e Liam Neeson no elenco.