Mimi O’Donnell, viúva do ator Philip Seymour Hoffman, se abriu sobre os últimos dias de vida do parceiro, falecido em 2014, através de um novo ensaio para a Vogue.
“Assim que Phil voltou a usar heroína, eu senti que ia acontecer, e fiquei aterrorizada”, escreve ela. “Eu disse para ele: ‘Você vai morrer. É isso que acontece com usuários de heroína’. Todos os dias eu morria de preocupação. Todas as noites, quando ele saía, eu me perguntava: Será que vou ver ele de novo?”.
O’Donnell conta que uma prescrição de remédios fortes levou Hoffman a voltar ao vício em heroína, e que após uma estadia na reabilitação o casal decidiu que o ator sairia da casa da família para não alarmar os filhos (Cooper, 14 anos; Tallulah, 11; e Willa, 9). As crianças foram visitar o pai em sua segunda estadia na clínica.
Aaron Sorkin diz que ligação da falecida Carrie Fisher o incentivou a largar as drogas
“Nós sentamos na sala de visitas, e eles perguntaram coisas para ele. Phil respondeu com sua sinceridade de sempre. Ele nunca disse que estava usando heroína, mas disse o bastante para que eles entendessem, e eles ficaram muito felizes em vê-lo. Foi difícil ir embora, porque eles me perguntavam por que o papai não poderia vir com a gente”, continua O’Donnell.
“Tudo aconteceu tão rápido [no dia de sua morte]”, relembra ainda. “Phil chegou em casa, e eu liguei para algumas pessoas, dizendo que deveríamos ficar de olho nele. Três dias depois, ele estava morto. Eu estava esperando que isso acontecesse desde que ele voltou a usar a droga, mas quando aconteceu isso me atingiu com uma força bruta. Eu nunca poderia estar preparada”.
Hoffman, vencedor do Oscar por Capote (2006), tinha apenas 46 anos.