Críticas

Crítica | Boneco do Mal

Alguns brinquedos sempre são lembrados pelo medo que despertam nas pessoas. Os integrantes da indústria cinematográfica são espertos e aproveitaram para criar filmes baseados nesse medo. Produções como o recente Annabelle (2014) e o já clássico Brinquedo Assassino (1988) – o do Chucky – fazem sucesso por nos lembrar desse temor. O longa-metragem Boneco do Mal é o mais recente exemplo dessa safra.

Em Boneco do Mal, a norte-americana Greta Evans (Lauren Cohan, da série The Walking Dead) vai à Inglaterra atrás de um emprego em uma casa de campo. Ela foi chamada pelo casal Heelshire. Porém, ao chegar, eles não estão em casa e ela acaba conhecendo o entregador de mercadorias, Malcolm (Rupert Evans, de Hellboy). Quando o casal chega, ela finalmente pode conhecer o menino que será cuidado, Brahms.

Brahmas não é exatamente como ela imaginava. Caso aceite o trabalho, Greta terá que cuidar de um boneco. Sra. Heelshire (Diana Hardcastle, de O Exótico Hotel Marigold) a ensina sobre as regras de cuidados com Brahms: como vesti-lo, quando são as refeições, quais músicas e em qual volume ele gosta de escutar, o que e como ler para ele e outras coisas mais. Já o Sr. Heelshire (Jim Norton, de Água para Elefante) mostrou a ela como cuidar da casa.

O casal, após conversarem com Brahms, dizem a ela que ele a aceitou, caso queira o trabalho. Assim, se aproveitando do inicio do trabalho de Greta, o casal decide sair de férias. Sozinha, a norte-americana começa perceber aos poucos que não parecerá tão simples assim cuidar do boneco.

A história criada pelo roteirista estreante, Stacey Menear, consegue unir perfeitamente os preceitos de filmes de terror norte-americano com os de filmes de terror asiáticos. Menear escreveu um ótimo roteiro que consegue prender o espectador na cadeira. A história mantém a tensão do público constantemente alta, na medida certa, com alguns momentos mais fortes e outros nos quais poderá respirar um pouco.

Praticamente em cena o tempo inteiro, a atriz norte-americana Lauren Cohan não faz feio, mas não alcança o que poderia alcançar. Lauren segura o filme, porém sua interpretação não tem o peso necessário ao que é exigido. O britânico Rupert Evans já tem mais traquejo em cena. Apesar do seu personagem ser coadjuvante, Evans mostra o que sabe no pouco tempo em que aparece.

O irlandês Jim Norton e a inglesa Diana Hardcastle mostram que são maravilhosos atores, porque nas pouquíssimas cenas que eles têm, demonstram toda a complexidade dos seus personagens. O diretor norte-americano William Brent Bell já tem certa experiência em filmes de terror. Ele começou dirigindo Stay Alive – Jogo Mortal (2006) e realizou Filha do Mal (2012). Boneco do Mal é o quinto filme dirigido por ele, sendo o quarto de terror. Percebe-se um pouco a falta de experiência dele. Bell não conseguiu tirar o máximo de Lauren Cohan, por exemplo. Não que ele tenha realizado um longa ruim. Não é isso. Ele poderia ter conseguido fazer mais do ótimo roteiro que tinha em mãos.

O compositor Bear McCreary faz um trabalho certeiro, porém, também, nada excepcional. McCreary trabalhou na série The Walking Dead. Ele soube ser pontual e deixar a história criar a tensão por si só. O diretor de fotografia, Daniel Pearl, segue a tendência da equipe de produção e faz um bom trabalho. Pearl, que trabalhou no reboot de Sexta-Feira 13 (2009), se destaca ao fazer imagens para serem usadas nas transições de cenas. Essas reforçam o mistério que envolve o boneco.

Esta premissa de uma família que cria um boneco como se fosse seu filho morto parece familiar em um primeiro instante, mas Boneco do Mal consegue, apesar do trabalho mediano do diretor, ser um filme que surpreende o público ao final. Quem quiser entender o que se passa com esta a família Heelshire não estará perdendo o seu tempo indo ao cinema.

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