Críticas

Crítica | Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição

Jason Statham é, com certeza, o grande astro de ação do momento. Assim como aconteceu com Jean-Claude Van Damme, Chuck Norris e até Arnold Schwarznegger, o ator britânico tem um público cativo pronto para ver suas longas e improváveis cenas de ação; no entanto, esse fator é o mesmo que leva Statham a estar sempre no mesmo filme, como se houvesse pouca diferença entre Assassino a Preço Fixo 2 e os longas mais recentes do ator.

Assim, Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição está sempre a um passo do genérico. A película começa com o assassino de aluguel Bishop aposentado em terras cariocas, após forjar sua morte. Mesmo ali, o anti-herói é perseguido por pessoas que querem seus serviços de volta, e quando decide partir de vez para sua casa acaba se apaixonando, mas seu grande amor é raptado. Em troca da garota, Bishopp terá que voltar a ativa e cometer três assassinatos que parecem impossíveis.

Dessa forma, o longa parte de uma premissa básica para motivar o protagonista, humanizando e justificando os fatos que Bishop fará a seguir. O que é mais engraçado é que o filme tem necessidade de entregar uma longa cena de ação logo no início do filme, mas aqueles momentos no Rio de Janeiro parecem muito pouco aproveitados pela trama, e estão ali apenas para indicar que tem alguém atrás do herói, prejudicando com isso um fator determinante: a construção da relação entre Bishopp e Gina (Jessica Alba), a garota por quem se apaixona.

Com isso, o longa tem pressa para estabelecer a relação entre os dois, até porque não é um simples interesse, Gina está ali com o objetivo de atrair o assassino para seu grande inimigo, Crain. No entanto, a garota desenvolve um interesse real pelo homem e decide revelar tudo, e o que poderia ser quase um longa inteiro é quase um primeiro ato deslocado, que passa com rapidez pela tela. Nesse momento, tem tanta informação jogada que não há como acontecer uma identificação emocional entre público e personagens. E sim, é necessário esse trabalho emocional mesmo num filme de ação, pois é justamente isso que envolverá o público nas missões que serão vistas a seguir. No entanto, esse momento da trama é desenvolvido como uma mera etapa burocrática.

Assim, Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição chega finalmente no que está interessado, os seus momentos de pura ação. E aí está a grande ideia do filme, para rever seu grande amor Bishop precisará cometer três assassinatos improváveis e que não aparentam ser um crime. É então que o filme se diverte, e talvez por isso que divirta em alguma instância, colocando o herói nas situações mais complicadas, como chegar a um homem poderoso dentro de uma cadeia de segurança máxima; ou assassinar um milionário cercado de seguranças que vive literalmente no alto de uma torre de vidro impossível de se chegar; ou ainda penetrar uma fortaleza do período da URSS no Leste Europeu. Nessas missões, o mais interessante é que o filme não se leva a sério, não estando preocupado com verossimilhança alguma, Bishop desafia as leis da física e parece mais um super-herói do que qualquer outra coisa. São essas situações que deixam Assassino a Preço Fixo 2 minimamente divertido.

Se parecia que finalmente Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição tomaria seus rumos chegando à esse momento de pura adrenalina, é engraçado ver como nessas sequências também é preciso se apressar, como se houvesse perdido muito tempo com aquela informação inicial ou ainda ter que voltar àquele núcleo inicial. Parece que Assassino a Preço Fixo 2 não sabe medir seu momentos de mais força, construindo um longa com um problema de desenvolvimento bastante sério. Assim, o filme sempre que chega a um ponto que parece ser interessante, que possa prender o espectador, se desvia e parte para outra ideia, sendo um longa que deixa suas sensações, mesmo que elas sejam superficiais, incompletas. E com isso, os defeitos do filme vão prevalecendo cada vez mais.

É fato que o filme não consegue criar nenhuma sequência com alguma utilidade visual. O diretor alemão Dennis Gansel (A Onda) faz um trabalho que não acentua em nada aquela já deficiente trama, não sendo capaz nem de ser um bom artesão de filmes de ação, ou seja, não consegue fazer enquadramentos ou movimentos de câmera interessante e muito menos orquestrar e coreografar bem as cenas de ação. Mais um fator que faz com que Assassino a Preço Fixo 2 seja genérico.

E não dá nem para ressaltar alguma atuação ou performance que possa segurar o filme. Jason Statham segue no modo automático, apenas repetindo atuações de outros filmes como esse, sendo só mais uma repetição. Jessica Alba não consegue nem ter material que possa fazer algo diferente – a mocinha indefesa fica presa a maior parte da projeção e a inexpressividade é que dá o tom da personagem Gina.

É difícil encontrar algo que faça de Assassino à Preço Fixo 2: A Ressurreição um pouco diferente. A sensação é de sempre estar vendo um filme já visto, que não agrega nada e também é incapaz de realizar com destreza essas meras repetições. Assassino a Preço Fixo 2 é um longa que funciona muito pouco, sendo um genérico bem duvidoso.

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