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Crítica | Os Defensores - Um começo empolgante, divertido e promissor

Se os super heróis do cinema tem funcionado, em geral, melhor com a Disney, os personagens Marvel roubam a cena também no formato televisivo pela Netflix. Assim como para Vingadores, Os Defensores precisaram de aventuras solos para se sustentar, e os quatro primeiros episódios que nos foram liberados antes da estreia oficial se mostram promissores justamente por isso. A interação de Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro não se dá muito pelos roteiros estabelecidos nas cinco temporadas já lançadas pela Netflix. Cada personagem traz sim uma carga muito grande de sua série própria, mostrando um trabalho preocupado em respeitar a origem de cada herói, mas isso nos é mostrado pela iluminação, figurino e cenografia da série, que usa cores características (vermelho, roxo, amarelo e verde) para definir cada vigilante.

Sendo esses quatro episódios a metade do total da série que será lançada daqui pouco mais que duas semanas, nota-se que os roteiristas devem ter escolhido muito bem a duração, pois o ritmo é rápido e empolgante, não tendo enrolação nenhuma até o momento. Assim como deve ser, toda cena avança a história, que inicialmente é mais focada em unir os personagens. E esse é um dos pontos altos. Os fãs de quadrinhos e das séries anteriores vão se deliciar com a interação dos heróis, que mesmo conservando seu individualismo, se entrelaçam de maneira sutil e convincente, fazendo do grupo um organismo funcional mesmo para os espectadores mais exigentes. E mesmo vindo de histórias mais densas (com exceção talvez de Punho de Ferro), a maneira como os personagens se relacionam é bastante divertida, e às vezes até engraçada, garantindo um tom mais leve e animado para a reunião.

Se Vincent D’Onofrio (Wilson Fisk, o Rei do Crime em Demolidor), David Tennant (Killgrave, em Jessica Jones), Alfre Woodard e Mahershala Ali (Mariah Dillard e Cornell Stokes, o “Cottonmouth”, respectivamente, ambos de Luke Cage) acostumaram o espectador com grandes atuações na vilania, Os Defensores não fica para trás. Se é verdade que um herói é tão grande quanto seus vilões, o grupo vai ter que se mostrar enorme na hora de encarar Alexandra, a misteriosa personagem vivida por Sigourney Weaver. Não deveria ser novidade que a atriz está impecável na série, chegando a roubar a cena dos protagonistas. Sigourney mostra força e elegância, assim como faz desde Alien: O Oitavo Passageiro, elevando a série a outro nível. Pouco é esclarecido até então sobre suas intenções, mas sua presença é marcante, não só pelo belíssimo trabalho que apresentou nesse início, como também pela coloração, em seu caso branca, que lhe é atribuída em suas cenas solo e figurino.

Aqueles que gostam de ação podem se empolgar, pois as cenas como a do corredor, que já mostra o grupo reunido nos trailers, são de tirar o fôlego. Bem coreografadas, como já eram nas aventuras solos, as lutas continuam sendo uma lição para aqueles que fazem super heróis na televisão, e respeitam bem cada personagem, dando a cada um seu momento de brilhar, além de fazê-los brilhar como grupo, mostrando que cada um tem sua função na equipe. Os atores principais mantém o seu nível de atuação, com destaque para Krysten Ritter (Jessica Jones), que encarna bem seu papel tanto em cenas mais dramáticas quanto em suas já conhecidas tiradas sarcásticas.

O problema agora parece ser bem maior do que o Harlem ou Hell’s Kitchen, e a série promete ser um prato cheio pra quem gosta de super heróis, ação, humor e de maratonas, pois é simplesmente impossível não querer assistir o próximo episódio logo em seguida. Mas para isso será preciso esperar até o dia 18 de agosto, data oficial da estreia de Os Defensores, um crossover que promete e, pelo menos nos quatro primeiros episódios, entrega.

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