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Crítica | Extinção

Extinção é mais um filme original Netflix que chega ao serviço de streaming. O longa peca um tanto na execução, mas tem um roteiro digno de Isaac Asimov.  A premissa é tão interessante quanto a grande virada do longa, que acaba por se fechar sem deixar pontas soltas e, de tão rico, dá margem para muito mais ser explorado nesse universo, ainda que desnecessário.

Michael Peña protagoniza o filme como um pai que tem recorrentes sonhos sobre o que parece ser uma espécie de apocalipse que aos poucos vai tomando forma como uma invasão alienígena. Nesse ponto um filme se mostra como um thriller psicológico. Em uma reunião em seu apartamento, seus sonhos começam a se mostrar como previsões e as luzes que seu personagem via em seus devaneios começam a aparecer no céu.

Aqui já se percebe uma direção ruim de Bem Young, que é em nada ousado. Apesar de não tornar o filme ruim, seus enquadramentos são rasos e pouco passam as sensações que deveria ao espectador. A partir desse momento o filme se mostra uma ficção científica de ação. Como ficção, o longa consegue se manter bem, graças ao roteiro de Spencer Cohen e Eric Heisserer, sendo o último responsável pela brilhante A Chegada. Como ação, a falta de brio de Young acaba por prejudicar a película novamente.

Peña está ótimo no papel, assim como Lizzy Caplan, que interpreta sua esposa. Juntos, os dois são responsáveis por instigar o público até que a trama comece a tomar forma. Os atores também são nitidamente prejudicados pela direção, e poderiam ter saído com um trabalho mais emocionante diante de uma fotografia mais arrojada que se espera para um longa dessa capacidade. Mike Colter consegue manter seu baixo nível de atuação mesmo com pouquíssimo tempo de tela.

A grande virada começa quando um dos supostos alienígenas se mostra com uma aparência humana, e aí começa o brilhantismo do filme. O que parecia um filme sobre uma invasão alienígena que não traria explicações e seguiria uma família em sua fuga, se mostra muito mais complexo e interessante do que isso. O longa faz com que o público mude o foco das personagens para a trama, sutilmente, e tudo é explicado de uma forma satisfatória.

O filme não se delonga muito e consegue contar bem sua história em sua uma hora e meia. Apesar de funcionar perfeitamente sozinho, uma continuação ou ainda um longa do mesmo universo se passando antes dos acontecimentos acompanhados neste podem muito bem ser intrigantes e cativantes para o público. Extinção é um entretenimento proveitoso que não levanta tantas discussões ou ainda assuntos pioneiros, mas que deve funcionar bem para aqueles que estão atrás de uma história bem construída e fascinante.

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