Amor

Crítica – Paternidade

Comédia dramática de Paul Weitz para a Netflix não renova, mas emociona com astro Kevin Hart

Nem estamos tão perto do Dia dos Pais em 2021, mas para a Netflix, já está valendo o dia de celebração destes homens mais que importantes em nossas vidas.

Paternidade, nova dramédia dirigida por Paul Weitz, mundialmente conhecido como o cineasta responsável por American Pie – A Primeira Vez é Inesquecível (1999) e Um Grande Garoto (2002); este último ao lado de seu irmão mais novo Chris Weitz, chegando a conseguir uma indicação ao Oscar daquele ano na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

Assim, é um tanto instigante perceber que quase duas décadas depois, Weitz retorna à temática do papel masculino na criação e educação dos pequeninos. Agora, Paternidade apresenta Matthew Logelin (Kevin Hart), pai viúvo que luta para criar sua filha Maddy (Melody Hurd) após a morte inesperada de sua esposa Liz (Deborah Ayorinde), que se foi um dia após o nascimento de sua menina.

Amor & luto

Esta produção original da Netflix foi baseada no livro Two Kisses for Maddy: A Memoir of Loss and Love (no traduzido, Dois Beijos para Maddy: Memórias de Perda e Amor), lançado dez anos atrás (2011), e que se tornou um best seller nos Estados Unidos. A obra retrata as durezas encontras pelo autor Matthew Logelin criando sua garotinha, enquanto ainda lidava com os sentimentos de luto pelo falecimento de sua esposa.

Sabendo que Paternidade possui tamanha base emocional real, apenas faz com que toda a experiência em fazer ou assistir tal obra, seja algo um pouco mais especial, pelo fato de nos aproximarmos mais com a jornada do próximo, assim como a nossa própria, já que tanto amor quanto o luto são emoções corriqueiramente experimentadas por cada um de nós durante a vida.

E, o longa dirigido por Paul Weitz consegue acertar no básico com precisão, de modo que ao assistirmos a história de Matthew, será possível sentir ambos sentimentos com enorme clareza.

Óbvio, que na primeira parte da história de pai e filha, tais emoções encontram-se mais embaralhadas e veremos surgir os maiores medos do protagonista, enquanto ‘rebola’ e faz o melhor que pode para criar Maddy, ao mesmo tempo que busca manter o espírito de Liz vivo dentro de seu lar e seus corações. Tarefa nada fácil, especialmente a segunda parte, pois a dor da perda é algo que apresenta sua própria complexidade que nunca se dá em formas padronizadas, de modo que cada um sente e encara de um jeito diferente a ausência daqueles que tanto ama.

Muito tocante é a cena onde Matthew, a bebê e sua sogra Marian (Alfre Woodard) vão para a consulta na pediatra, que termina por acalmar o pai, dizendo o quão bom é o trabalho que ele está fazendo, apesar de sentir que nunca é o suficiente para a sua menininha, e que ela estaria melhor com a mãe do que com ele.

Mas, também há momentos solares na narrativa de Paul Weitz, que tenta se aproveitar do talento natural cômico de seu elenco, que além do protagonista interpretado por Kevin Hart, tem os atores comediantes Lil Rel Howery e Paul Reiser, respectivamente, o melhor amigo de Matthew e seu chefe na empresa.

Kevin Hart

Porém, a maior estrela do show é Kevin Hart, que entrega até o momento, seu trabalho mais surpreendente na carreira.

Não é mais uma surpresa, quando assistimos talentosos comediantes se dando muito bem quando mergulham em águas mais dramáticas, vejamos: Adam Sandler, Robin Williams, Jim Carrey, Ben Stiller, e alguns outros mais.

Hart junta-se a este seleto grupo por seu trabalho em Paternidade da Netflix, que consegue andar na corda balançeando comédia e drama, ambas de forma muito sincera. Se o assinante da plataforma streaming sentir qualquer coisa ao assistir o longa de Weitz, saibam que o maior mérito se encontra na performance calorosa do astro.

No fim, Paternidade não inventa a roda, mas faz o necessário para alcançar o assinante, ao retratar o lado mais sensível e vulnerável da figura masculina, principalmente, na função paterna, indo de acordo com o século XXI, onde observamos papais abraçando mais suas crianças, assim como as várias tarefas essenciais do dia a dia delas, pois, é esta a maior forma de amor que há.

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