Então é Natal

Crítica - Esqueceram de Mim no Lar Doce Lar

Remake de clássico natalino dos anos 1990 tenta fazer algo diferente, mas se perde em roteiro atabalhoado de humor fraco

Já caiu na normalidade pela última década testemunhar Hollywood pegar clássicos do cinema, sejam aqueles muito respeitados por suas qualidades técnicas ou principalmente os que marcaram uma geração, refazê-los com um ou outro ingrediente diferente e lançar ao público para ver no que dá.

Nos remakes da última categoria temos materiais mais adorados, até idolatrados pelo público, onde geralmente houve uma grande bilheteria na época do lançamento, e possivelmente imaginem que isso possa se repetir nos dias de hoje.

Não dá para negar que no meio desse bolo tivemos muitos projetos que deram errado, pela qualidade do conteúdo ou por uma miúda bilheteria nos cinemas. Alguns exemplos da última década: O Lobisomem (2010), Fúria de Titãs (2010), Os Três Mosqueteiros (2011), Carrie (2013), RoboCop (2014), Caçadores de Emoção: Além do Limite (2015), Robin Hood: A Origem (2018), Cemitério Maldito (2019), entre dezenas de outros.

Lamentavelmente, Esqueceram de Mim no Lar Doce Lar da plataforma de streaming Disney+ vai fazer parte da coluna dos fracassos, pois apesar de ter mantido os mesmos procedimentos do original clássico natalino de 1990, escrito por John Hughes e dirigido por Chris Columbus, mudou toda a proposta, perdendo quaisquer valores possíveis, tanto pelo viés do entretenimento quanto pelos valores emocionais de uma história sobre união familiar.

O remake da Disney+ nos apresenta Max Mercer (Archie Yates), um menino travesso e cheio de recursos que foi deixado sozinho em casa, enquanto sua família estava no Japão para passar as festas de fim de ano. Quando um casal (Rob Delaney e Ellie Kemper) tentando recuperar uma relíquia da família de valor inestimável voltou sua atenção para a casa da família Mercer, cabe a Max protegê-la dos invasores, e ele fará o que for preciso para mantê-los fora. Seguem-se travessuras hilariantes de proporções épicas, que apesar do caos absoluto, fazem Max perceber que realmente não há lugar como o lar doce lar.

Mesmo procedimento, outros ingredientes

Para começo de conversa, é bom avisar que nessa nova versão de Esqueceram de Mim, algo essencial mudou no centro da história de um menino criativo que é extremamente capacitado para proteger sua casa.

Aqui, é o casal que tenta invadir a casa do garotinho Max, que são os reais protagonistas desse remake.

Desde a primeira cena onde observamos eles colocando sua casa à venda, pois o marido Jeff McKenzie, interpretado por Rob Delaney, perdeu seu emprego, e agora eles não têm como pagar as contas, notamos facilmente que os maiores conflitos e desafios do roteiro escrito por Mikey Day e Streeter Seidell são do casal “ladrão”, que acabam movimentando a trama para frente em Esqueceram de Mim no Lar Doce Lar.

Enquanto o menino travesso, papel de Archie Yates, continua com a mesma proposta que tinha Kevin (Macaulay Culkin) no filme de 1990, no caso, perceber a importância daqueles que nos amam, mesmo nos momentos mais difíceis onde parece nunca haver um canal de comunicação disponível.

Resumindo: família é família em qualquer situação… simples assim.

Só que pelo roteiro da dupla Day/Seidell temos uma produção confusa, que nunca parece conseguir dar conta de equilibrar ambas partes dessa história, deixando uma atmosfera de superficialidade no ambiente geral; além de ter mostrado poucas habilidades para desenvolver humor, principalmente nos dois primeiros atos desta produção original da Disney+.

Sorte nossa de terem escolhido os atores Rob Delaney e Ellie Kemper para fazerem a vez dos invasores da residência Mercer, em vista que o duo sabe lidar muito bem com um tipo de comédia mais física, requisito essencial para recontar essa história natalina.

De resto: nada justifica a existência deste remake, infelizmente.

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