Reviravoltas

Crítica: Gavião Arqueiro - Temporada 1 - Episódio 5

Marvel revela o grande vilão da série do Disney+

Alerta de spoilers

No penúltimo episódio dessa primeira temporada de Gavião Arqueiro – se é que a série terá outras temporadas – a Marvel entregou muitas respostas, além de um retorno muito aguardado. Ainda há muitas pontas soltas e não está certo se tudo será amarrado no capítulo final, mas muito aconteceu nesta semana.

Intitulado Ronin, o episódio tem início, como esperado, com Yelena Belova. Seguindo a mesma estrutura do terceiro capítulo, que trouxe um flashback de Eco na cena introdutória – logo depois dela ser apresentada na semana anterior -, vimos um mostrando a irmã de Natasha Romanoff. A sequência mostra ela sendo apagada pelo estalo de Thanos, subitamente retornando cinco anos depois. Nesse momento ela descobre que a irmã dela morreu, o que cria um vínculo direto com a cena pós-créditos de Viúva Negra.

Vale apontar que essa é a primeira vez que vemos alguém sendo apagado pelo ponto de vista do próprio personagem. Anteriormente só vimos pela perspectiva de outros. Essa mudança é bastante impactante, ainda que os efeitos usados para representar a mudança no interior da casa onde Belova estava não façam muito sentido, visto que ela deveria ver a mudança como se ocorresse em um piscar de olhos.

Além disso, soa estranha a reação da amiga ao retorno de Yelena, visto que ela também deveria estar em choque, perguntando-se sobre o retorno das pessoas que foram “estaladas”. Mas, ao menos, a cena explica a ausência de Yelena nesses últimos anos.

A partir daí voltamos para o tempo presente. Kate lida com o fato do Gavião Arqueiro tê-la mandado de volta ao lar, enquanto o próprio Clint Barton precisa encerrar a história com Eco. Isso tudo com uma assassina atrás dele.

Muita química e esperado retorno

A presença de Florence Pugh como Yelena traz um ar de renovação à série, não que seja necessário, mas é bem-vindo, evitando que a narrativa fique estagnada. A interação dela com Bishop em casa entrega um dos momentos mais tensos e, ao mesmo tempo, cômicos da série. Hailee Steinfeld entrega a perfeita expressão de “o que diabos está acontecendo aqui?”, enquanto Pugh consegue ser descontraída e ameaçadora ao mesmo tempo, com um roteiro afiado que faz ela repetir o nome Kate Bishop a fim de manter esse tom de ameaça.

Por sinal, o texto faz bom uso da metalinguagem nesse episódio, algo proveniente da caracterização de Yelena em Viúva Negra, que comenta sobre clichês e outras características de filmes de heróis ou de ação. Bishop dialoga bem com isso, chegando a admitir que estaria morta no momento que entrasse na casa, outro tipo de afirmação já batida, mas que se encaixa bem dentro da proposta da cena.

O mais importante aqui, no entanto, é a química entre as duas. Por mais que sejam inimigas neste momento específico, ambas conseguem sustentar a sequência de maneira orgânica, sem serem necessários recursos narrativos intrusivos (como uma trilha exagerada). Isso é importante para criar o paralelo da relação entre Bishop/ Belova e Barton/ Romanoff, que a série evidentemente estabelece, como se preparasse ambas para substituírem suas contrapartes nos Vingadores.

O próprio desfecho do episódio de Gavião Arqueiro indica isso, visto que Yelena segue o conselho de Kate e investiga quem a contratou, descobrindo tratar-se de ninguém menos que Eleanor Bishop, que é vista junto do Rei do Crime, no muito bem-vindo retorno de Vincent D’Onofrio ao papel que interpretou originalmente em Demolidor, da Netflix.

Por sinal, não é necessário pausar o episódio e apertar os olhos, dar zoom, para confirmar isso: os créditos finais trazem o nome do ator. Além disso, o contorno dele aparece no fim da parcela animada dos créditos, estabelecendo-o de uma vez por todas como o grande antagonista dessa temporada, ou até mesmo da série como um todo.

O curioso é que, depois de tanta expectativa, Gavião Arqueiro tenha optado por introduzir o personagem no Universo Cinematográfico Marvel (MCU) por meio de uma foto no celular, ao invés de uma entrada triunfal. Dito isso, no começo do episódio final, provavelmente veremos uma cena focada em Wilson Fisk, seguindo a fórmula do terceiro e do quinto capítulos da série do Disney+.

Em todo caso, toda a problemática da série parece ter dedo de Fisk no meio. Ele indiretamente causou a morte do pai de Eco, é o líder da gangue dos casaco, cujo dinheiro é lavado por Jack Duquesne e, de quebra, parece ter contratado Yelena Belova por meio de Eleanor Bishop (embora ainda não tenha sido confirmado se a iniciativa foi dela ou dele).

Dessa forma, em apenas um episódio, o seriado habilmente faz tudo ser conectado ao Rei do Crime. As pontas soltas ainda existem, mas ao menos sabemos de onde tudo é originado. O que resta é descobrir a importância do relógio que tanto falam desde o capítulo inaugural da série, o que praticamente garante a aparição de Eco no fim, além dela suspeitar de Fisk agora, claro.

Ronin, portanto, cria o cenário propício para um impactante desfecho dessa primeira, talvez única, temporada de Gavião Arqueiro. Possivelmente não veremos a resolução de tudo no próximo episódio – a Marvel deve deixar algumas questões em aberto para um novo filme ou série. Vale apontar que Loki, tida como minissérie originalmente, foi renovada para uma segunda temporada e Gavião Arqueiro deve seguir por esse caminho.

Ainda assim, os fãs da Marvel já têm motivo para comemorar o retorno muito aguardado de Vincent D’Onofrio como Rei do Crime.

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