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Crítica – Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City

Reboot da franquia de jogos de vídeo game consegue desagradar fãs, além daqueles que são estranhos à história

Aquela velha discussão que surge toda vez que lançam um filme baseado em games sempre valeu uma boa mesa de bar!

E continuará valendo após Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City… mais pelo bar do que a produção hollywoodiana, devemos dizer.

Lembremos que alguns meses atrás quando foi liberado o trailer, podíamos sentir o êxtase de alguns que com os olhos observavam algumas cenas e viam uma cópia exata do que havia nos jogos. Isso foi mais do que o suficiente para alimentar as esperanças de uma considerável porção de fanáticos que imaginavam ter finalmente (!) uma versão cinematográfica que fizesse “justiça” à história e eventos passados nos jogos.

Não aconteceu!

Mas vale dizer que no quesito visual é justo fazer um elogio para os responsáveis pela direção de arte, que realmente fizeram um bom trabalho em tentar recriar alguns cenários icônicos, como a Mansão Spencer e a delegacia de polícia de Raccoon City (R.P.D.).

No resto? Azar nosso!

Em Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City, que já foi a casa da gigante farmacêutica Umbrella Corporation, notamos que o lugar é agora uma cidade agonizante do meio oeste. O êxodo da empresa deixou a cidade em um deserto com um grande mal fermentando abaixo da superfície. Quando esse mal é desencadeado, um grupo de sobreviventes deve trabalhar juntos para descobrir a verdade por de trás da Umbrella Corporation e sobreviver durante a noite de terror que tomou conta da cidade.

Adaptando os jogos

O longa-metragem escrito e dirigido por Johannes Roberts optou por unir as tramas dos dois primeiros jogos da franquia: Resident Evil (1996) e Resident Evil 2 (1998).

Lamentavelmente, percebemos que Roberts não deu conta de narrar uma, quanto mais duas histórias!

Seu roteiro não apenas altera alguns elementos narrativos em relação aos jogos, como revela uma mistureba que é incapaz de fazer qualquer um (fã ou não) se interessar pelo enredo sobre uma megaempresa que usa toda uma cidade como experimento de laboratório.

Johannes Roberts conseguiu fazer ainda pior, uma vez que entrega uma narrativa fílmica que passa longe de instigar um mínimo de excitação para qualquer gênero cinematográfico de sua preferência.

Falha como cinema de ação, principalmente nas cenas mais escuras enquanto adora jogar luz ofuscante em nossas vistas; falha na carga dramática, pois apresenta performances muito superficiais; e por último, falha de modo retumbante como gênero terror, de modo que põe em prática o que chamam de ‘narrativa GPS’, daqueles tipos que avisam com alguns segundos de antecedência o que vai acontecer em pouco instantes.

Exemplo: o zumbi que aparece atrás de um dos heróis e está se preparando (???) para atacar, vem depois de um segundo zumbi que aparece vindo do espaço mais vazio do plano na tentativa de dar um “susto” no espectador… por essa não esperava, não é?!

No lugar de aterrorizado ou tenso, possivelmente se contorcionará na poltrona dos cinemas empenhado em segurar o riso.

Personagens

Porém, de tantos equívocos que Roberts poderia cometer em Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City, nenhum é tão grave quanto as performances do elenco, que contou com atores mais do que capacitados, como: Kaya Scodelario, Hannah John-Kamen, Robbie Amell, Tom Hopper e Avan Jogia.

Alguns fãs já estavam torcendo o nariz desde a primeira vez que viram John-Kamen e Jogia, pois não se parecem fisicamente com Jill Valentine e Leon S. Kennedy, respectivamente. Contudo, isso não passa de um capricho fanático de alguém inapto em perceber que atualmente existem coisas mais importantes como diversidade cultural no mercado de trabalho.

Portanto, poderiam ficar menos preocupados com a aparência de Avan Jogia e mais focados em seu trabalho, onde demonstrou enorme “aptidão” em seu novo papel, claramente uma extensão de seu trabalho no divertido Zumbilândia: Atire Duas Vezes (2019), quando interpretou um hippie maconheiro desprovido de qualquer engenho.

Outro erro crasso do diretor responsável por Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City foi em alterar as personalidades de todos (!) os personagens da trama, transformando-os em elementos de pouca ou quase nenhuma atração.

Está feito o reboot chamado de mais fiel em comparação aos anteriores. Pena que não exista nada nele além de uma decoração bonitinha para mostrar.

Observação: longa-metragem cotadíssimo para os “prêmios” Framboesa de Ouro, dedicados a premiar os piores entre os piores, então é bom que saibam que Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City chega forte nessa briga!

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