Herói ou Vilão?

Crítica: Pacificador

Série baseada em personagem da DC Comics apresenta alguns problemas dinâmicos, ainda assim, ganha bom entretenimento pelo elenco

Para aqueles que não tiveram tanta pressa de pular a abertura de Pacificador, nova série que acabou de chegar na plataforma da HBO Max, disponibilizando os três primeiros episódios de uma temporada que finalizará no dia 17 de fevereiro (somando oito episódios ao todo), logo vão sacar qual era a intenção aqui!

Pela sequência podemos notar todo o elenco da produção dançando coreograficamente, não de uma maneira perfeitinha, mas levemente desleixada mesmo. Tal sequência ocorre em um cenário que parece um palco de teatro com portas, mini escadas e algumas luzes de neon. Todos bailando de cara fechada, bem sisudos, enquanto fazem movimentos corporais estranhos, já quebrando o gelo com os assinantes da HBO Max.

Isso foi praticamente uma declaração do que a série criada por James Gunn quer e pretende oferecer ao público: personagens esquisitos tentando trazer alguma graça; alguns destes fantasiados, claro!

Ambientado logo após os eventos de O Esquadrão Suicida (2021), também dirigido por James Gunn, temos uma série que explora as origens do Pacificador (John Cena) e suas missões subsequentes. Sempre lembrando que o “herói” é um homem que luta pela paz a qualquer custo, não importando quantas pessoas ele tenha que matar para consegui-la.

Dos ringues para o cinema

O grande atrativo de Pacificador é John Cena!

Um ator bem popular atualmente, que um dia abrilhantou os ringues como lutador profissional assinado com a WWE, sendo amplamente considerado como um dos maiores de todos os tempos, empatado com Ric Flair pelo maior número de campeonatos mundiais na história da luta profissional.

Já foi dito anteriormente como a WWE produz (muito) mais do que brucutus e mulheres musculosas mal-encaradas, uma vez que saíram alguns personagens dali que foram inspiração para tantos e mais tantos que precisavam de algum tipo de reforço positivo em seus dias. Tal ato de aproximação e compaixão não difere muito do que um profissional das artes cênicas pode fazer pelo espectador.

E é exatamente isso que alguns deles fizeram: saltaram dos ringues diretamente para os grandes cenários hollywoodianos.

Dentre alguns que se destacaram um pouco mais na mudança de área, temos: Ronda Rousey; Hulk Hogan; Steve Austin; Kevin Nash; Roddy Piper; Dave Bautista; e Dwayne Johnson, sendo que o último é dos atores mais populares e bem pagos na indústria de cinema atualmente.

John Cena tem se mostrado muito capacitado em frentes às câmeras, especialmente em situações cômicas, o que tornou mais que apropriada sua escolha para interpretar o espalhafatoso Pacificador, que agora ganhou um show solo, só para chamar de seu!

Problemas na dinâmica

Apesar do elenco encabeçado por Cena, ter garantido algumas boas risadas pelos primeiros três capítulos da série original da HBO Max, acabamos notando algumas lombadas pelo caminho.

Temos alguns problemas no ritmo da narrativa, que transita entre a ação violenta para o humor em uma frequência um pouco baixa em certos momentos. Isso não necessariamente atrapalha a parte da ação, obviamente. Porém, sentimos facilmente isso alterar nossa imersão pelo entretenimento humorístico do material.

É como se James Gunn, muito mais acostumado em escrever roteiros para filmes, estivesse tentando encontrar um ponto de equilíbrio onde consiga prosseguir com os eventos que movem à narrativa para frente, ao mesmo tempo que inclui doses de ação e comédia, mas como parte de um modelo serial (episódios), que difere da estrutura de roteiro para cinema.

Lembrando que foram apenas três capítulos vistos de Pacificador, ou seja, temos mais cinco para concluir melhor o que o cineasta James Gunn (ainda) pode trazer à mesa.

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