Críticas

Crítica 2 | O Agente da U.N.C.L.E

Guerra Fria. Estados Unidos versus União Soviética. Ambos os países possuidores de bombas atômicas. Em um contexto tão desfavorável como a Guerra Fria, ninguém imaginaria que dois agentes – um de cada lado do que se convencionou chamar de muralha de ferro – seriam escolhidos para, juntos, combaterem uma organização criminosa internacional. Esta é a premissa básica do filme O Agente da U.N.C.L.E. Ele é baseado em uma série americana exibida entre os anos de 1964 e 1968.

Napoleon Solo (Henry Cavill, de O Homem de Aço), militar americano que combateu na Europa durante a 2ª Guerra Mundial, descobriu que, às vezes, se apossar de alguma obra de arte ou outra e revendê-las poderia ser muito lucrativo. Preso, conseguiu sua liberdade graças a C.I.A, agência norte-americana de espionagem, para a qual trabalha agora. Illya Kuryakin (Armie Hammer, de A Rede Social), um dos melhores agentes russos da K.G.B., porém, com um pequeno problema de auto-controle.
Ambos terão que ajudar a alemã Gaby Teller (Alicia Vikander, de O Amante da Rainha) a encontrar o pai, Udo (Christian Berkel, de A Queda! – As Últimas Horas de Hitler), um famoso cientista alemão que estava desenvolvendo foguetes para os Nazistas durante a guerra. Ele pode ter sido sequestrado pela organização criminosa, cuja liderança parece ser de uma linda e misteriosa mulher, chamada Victoria Vinceguerra (Elizabeth Debicki, de O Grande Gatsby).

Em um filme no qual a história gira em torno de dois agentes secretos das duas maiores potencias mundiais trabalhando juntos, o ritmo do filme não poderia se outro a não ser intenso. Apesar da montagem de James Herbert ser veloz, em nenhum momento o espectador ou a espectadora se perderá no desenrolar da história. A montagem que ele faz é muito bem estruturada. Por exemplo, em uma específica cena de invasão, Herbert desdobra a cena em vários quadros para que o todo dela possa ser apreendido por quem esta assistindo.

Esta história, como já foi dito anteriormente, se baseou em uma série norte-americana de mesmo nome de Sam Rolfe. Quem, pelo jeito, estava muito a fim de transformar aquela série em um filme foi o diretor Guy Ritchie. Ele foi um dos criadores da história ao lado de Jeff Kleeman, David C. Wilson e Lionel Wigram. E com este último, Ritchie escreveu o roteiro do filme. E como não poderia deixar de ser também o dirigiu. Este é um dos poucos filmes nos quais Lionel Wigram participa como argumentista e roteirista. Ele costuma ser um dos produtores dos filmes de Guy Ritchie. A história criada por essa turma conseguiu ser muito envolvente e sedutora, como o clima da época na qual ela se passa.

Nesta pegada dos anos 60 do século passado, a caracterização de época – figurinos, maquiagem e estilos de cabelo – está maravilhosamente bem feita. Inclusive o figurino acaba entrando em cena e sendo um dos tópicos de disputa entre o agente americano e o russo. A caracterização não fica só nas partes que dizem respeito aos atores, mas por toda a produção. Ela está muito bem realizada. Seja na escolha dos cenários, seja nos veículos utilizados na época, seja na decoração dos ambientes, todos os mínimos detalhes foram muito bem estudados para transportar os que assistirem no pelo tempo.

E não tem como não acontecer isso, porque a trilha sonora, sob a responsabilidade de Daniel Pemberton se bem alinhada ao filme, sendo a cereja deste bolo. As músicas compostas especialmente para ele parecem ter sido tiradas diretamente da lista de top ten daquele período. E as canções escolhidas para serem usadas não poderiam ser melhores. Inclusive, há uma música do nosso grande artista e músico brasileiro Tom Zé, “Jimmy, Renda-se”.

Armie Hammer está maravilhoso neste filme ao fazer Illya Kuryakin. Tão bem ao ponto de eclipsar Henry Cavill, que também não está nada ruim. Ambos estão muito bem, porém Armie conseguiu superá-lo. Para completar a trinca de protagonistas e que também não se deixa ficar por baixo está Alicia Vikander. Ela faz muito bem o papel de Gaby e consegue passar o que se precisa no momento necessário. Os atores em papéis secundários, como a atriz Elizabeth Debicki, estão muito bem em cena e cumprem o papel para os quais foram selecionados.

Apesar de parecer um ótimo projeto para que se tenha uma continuação e percebe-se que é o que pretende Guy Ritchie, como ele tem feito com sequencias como a do Sherlok Holmes, a história deste O Agente da U.N.C.L.E tem começo, meio e fim. Assim, como a União Soviética teve.

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